Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Assim como quem não quer a coisa, já comecei a avisar que não quero ninguém enfiado no hospital aquando do nascimento da criança. As visitas estão limitadas ao pai e aos avós. Achei, inocentemente, que era uma coisa pacífica, mas já percebi que não. A minha melhor amiga (e futura madrinha do puto) já ameaçou que vai acampar lá para a porta, e uma das minhas cunhadas torceu o nariz e sugeriu que teríamos de repensar a decisão. A opinião da mãe? Pois, aparentemente não conta para nada. Juro que nunca percebi esta pressa que a malta tem em ir ver os bebés, totalmente indiferentes ao facto de a mãe estar mais para lá do que para cá, meia abananada e com a sensação que acabou de ser atropelada por um camião TIR. Para além disso, está também a tentar adaptar-se ao facto de ter ali um ser desconhecido, a tentar perceber como é que funciona aquela cena da mama, muito provavelmente com olheiras, descabelada e a sonhar com sopas e descanso. Mas nãaaaoooo, a malta adora enfiar-se logo no hospital a adorar o menino. Eu já tentei explicar que, quando nascem, os bebés são toooodos iguais e que uma ou duas semanas depois ele ainda continuará bebé, sendo que vai estar mais querido e fofinho, menos encarquilhado e já no seu habitat natural. Até prometi que enviava logo fotos, para que ninguém perca pitada, mas nem isso parece convencer os mais empenhados em assentar arraiais no hospital logo no primeiro dia. Pessoalmente, nunca vou ver bebés aos hospitais. Espero sempre que os pais se sintam suficientemente confortáveis em casa e que sejam eles a fazer o convite. Mas, pelo que percebi, também há gente que leva a mal que não se marque presença, como se isso revelasse indiferença para com a criança. Bem, essencialmente o que eu não quero é um acampamento cigano montado no quarto, com 37 pessoas lá enfiadas ao mesmo tempo, cada uma a dar palpites sobre a melhor forma de pôr o puto a arrotar, ou a dizer que eu estou com má cara, e fechem a janela que está frio, e abram a janela que está calor, e entretanto passaram cinco horas e meia e ainda ali estão. É um momento feliz, claro que sim, e percebo que as pessoas queiram fazer parte, mas também convém não esquecer que é um hospital e que se passou por um parto, não é propriamente uma mariscada ali na Trindade. Enfim. Já sei que este vai ser um daqueles casos em que se uma mãe não os pode vencer tem mesmo de se juntar a eles (até porque não tem outro remédio, é a única que tem MESMO de estar no hospital), mas chateia-me um bocadinho esta coisa de dizer que quero assim e toda a gente dizer "não queres nada, nós aparecemos na mesma e pronto". Está certo...