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E a primeira semana passou. Passou e passou a correr. Amanhã já faz uma semana que o homem voltou ao trabalho e que o Mateus começou a ficar com os avós durante o dia. Sinceramente, os dias passaram tão depressa que custou muito menos do que aquilo que eu achava. A nova rotina já está estabelecida e, para já, corre tudo sobre rodas. De manhã eu trato do Mateus, depois o pai leva-o a casa dos avós e à tarde vou buscá-lo. Tenho tentado chegar a casa dos meus pais antes das cinco, para ainda poder passar algum tempinho de qualidade com o pequeno texugo, para lhe dar banho com calma, para lhe dar a sopa, para o estrafegar com beijos. Na sexta foi dia de ficar com ele o dia inteirinho, para matar saudades. Fomos almoçar ao Chiado, fomos distribuir presentes de Natal, e depois viemos os dois para casa dormir a sesta, todos quentinhos. Queria muito conseguir ter sempre este dia só para ele, e já percebi que se me organizar e adiantar trabalho não é complicado. É nestas alturas que agradeço a todos os santinhos por trabalhar por conta própria e poder fazer a gestão do meu tempo, caso contrário era impossível. Entretanto, o fim-de-semana também voou e amanhã voltamos ao de sempre. Com a alegria de ser Natal, de haver feriados e tudo e tudo. Sempre custa menos.
Natal quase aí, hora de tratar dos presentes. Se andam com poucas ideias para os mais pequenos, deixo-vos algumas sugestões da Chicco. Pessoalmente, acho que quando eles são mesmo muito pequeninos e não fazem ideia se é Natal ou Páscoa, é preferível dar presentes úteis, coisas que eles estejam efectivamente a precisar. Mas, claro, um brinquedito ou outro também é sempre bem-vindo! :)
Não tarda o Mateus vai começar a poder andar nos carrinhos bengala, mais leves e práticos. Estou apaixonada por este, o Lite Way Denim.
A hora da papa. E da sopa. E da fruta.
A saga das papas e da sopa ainda mal começou e uma pessoa já se pergunta quando é que o Mateus começará a comer de garfo e faca, como as pessoas civilizadas. De um dia para o outro, passámos do biberão que ele despachava em 7 minutos (ou menos) para as refeições que levam mais de uma hora. Aaaaaaaaaaaah, que maravilha. Duas vezes por dia, ao almoço e ao jantar, lá estamos nós com tudo a postos: babete, muitoooooos guardanapos (ou mesmo o rolo de cozinha), sopa no pratinho de plástico, fruta no copo, colher, Mateus na espreguiçadeira e muuiiiita, mas mesmo muito paciência. E se há dias em que parece que ele nasceu ensinado e come sem refilar e sem conspurcar tudo à sua volta, outros há (quase todos) em que é um filme. De terror. É aí que saltam da cartola os mais variados truques. Começa a brincadeira do “uma colher para a avó, uma colher para o Manolo, uma colher para o pai”. Começa a roda-viva entre a espreguiçadeira e o colo, a ver qual resulta melhor. Começa a papa espalhada pelas mãos dele (que tentamos prender ou agarrar de alguma maneira, sem sucesso), pela cara dele, pela roupa dele, pela nossa roupa, pelas nossas mãos. Começa o “deixa cá meter uma colher de fruta pelo meio da sopa a ver se pára de berrar”. Começa o cantar músicas parvas e inventadas na hora, tudo para ver se ele se ri e se lhe conseguimos enfiar mais uma colherada no bucho. Enfim. Toooooodo um rol de técnicas e tácticas.
Confesso que não sou muito obcecada com isto da alimentação. Se vi que ele já comeu grande parte da papa/sopa e ainda despachou a fruta, então está feito, não fico ali a martirizá-lo até rapar o prato todo. Está gordinho, a crescer bem, se come menos numa refeição logo comerá mais na próxima. E acho que esta é uma prática que vou manter mesmo quando ele for mais crescido. Não quer comer, não come, mas também não pense que entre refeições se vai encher de bolachinhas e chocolatinhos e iogurtinhos e etc e tal. Há alguns anos entrevistei um pediatra famoso da nossa praça que me disse uma coisa da qual me lembro muitas vezes: nenhuma criança morre à fome perante um prato de comida. Se eles não querem comer (e se estão bem e saudáveis, atenção!) não vale a pena estar ali a infernizar a vida a toda a gente, espera-se até à próxima refeição, mas deixando claro que se não comerem aquilo também não vão andar a comer porcarias depois nem vale a pena atirarem-se para o chão enquanto simulam que estão a desfalecer de fraqueza. Ainda me lembro das horas que passei à mesa com o peixe cozido gelado à minha frente, e a minha mãe a dizer que enquanto não acabasse aquilo não saía da mesa. Deve ser por isso que ainda hoje odeio peixe cozido.
Mas bom, para já estamos numa outra fase em que ainda não dá para negociar com a criança, por isso vamos tentando levar as coisas sem grandes stresses. Como, aliás, se leva tudo cá em casa. Nos entretantos, já estou uma pró em sopas. Ele é de cenoura, ele é abóbora, ele é de brócolos, ele é de couve-flor, ele é de alho francês, ele é de tudo e mais alguma coisa. Ok, eu sei, não é preciso grande ciência, é só atirar tudo para dentro do Easy Papa e ele coze, tritura et voilá, abençoado seja. Como o Mateus muda de sopa a cada semana, geralmente faço logo doses para a semana toda. Reparto pelos copinhos de plástico da Philips Avent, deixo duas ou três no frigorífico e o resto ponho no congelador e vou tirando à medida que preciso. Depois é só pôr o copinho no aquecedor de biberões da Philips AVENT e temos a sopa pronta. Com a fruta a mesma coisa. Até há duas semanas nunca tinha cozido uma pêra ou uma maçã na minha vida, agora é o pão nosso de cada dia. Quem diria?
É engraçado ver que o Mateus já começa a querer segurar no biberão. Ele bem que vai lá com as mãozinhas, mas ainda não tem força suficiente. Lá chegaremos. Não tarda está a beber de copo. Estou encantada com o copo mágico da Philips Avent, aquele que os miúdos podem atirar ao ar ou fazer o pino com ele que não escorre nem uma gota. Isto devido a uma válvula “mágica” e única que só é activada com a pressão dos lábios da criança, permitindo-lhe beber como um adulto sem preocupações de entornar tudo (coisa na qual eles parecem ser peritos). Uma maravilha! Como é que o meu pequeno texuguinho, que ainda ontem estava a aprender a usar o biberão, de repente já come sopas, e papas e frutas? Há uns dias deixei-o com a minha mãe, e num dos telefonemas para casa disse-lhe “ah, nada de lhe dares bife com batatas fritas assim à socapa” (isto com as avós nunca se sabe). Resposta do outro lado: “a sério? E eu que já tinha uma mousse de chocolate pronta para lhe dar ao lanche”. Acredito que estivesse a gozar mas, lá está, nunca fiando! =)
Os copos mágicos, para usar a partir dos 12 meses
O EasyPapa, uma pequena maravilha para a sopa e para a fruta cozida
Aquecedor de biberões Philips AVENT
Os copos de alimentação. Não me canso de elogiá-los, melhor aquisição de sempre.
Amanhã o pai volta ao trabalho. Sai de manhã e só volta à noite, amanhã e todos os dias. Nos últimos cinco meses estivemos sempre juntos, os três. Cinco meses que nos pareciam tanto tempo, quando ainda estavas na barriga, mas que voaram assim que vieste cá para fora. Contigo o tempo passa mais rápido mas também é tão melhor. Agora o pai vai trabalhar. Deixou os cortinados por pendurar, não tratou daqueles quadros que lhe pedi. Afinal, cinco meses chegavam para tudo, não era preciso pressa. Amanhã ele volta para trás da secretária, tu vais para o infantário que a avó montou para ti lá em casa dela, e eu também vou tratar da minha vida, como se nada fosse e como se não me custasse. Mas custa. Amanhã seguimos todos as nossas vidas, porque diz que é assim mesmo que tem de ser. Mas o pai ainda não foi e eu já estou aqui de estômago embrulhado a contar os minutos para o ouvir meter a chave à porta. De manhã vou fazer-me de forte, vou fingir que não me custa nada vê-lo ir, vou fingir que não me custa nada ver-te ir porque, afinal, também eu precsiso de trabalhar. Mas depois penso em nós na cama, contigo ao meio sem saber para qual olhar. Penso na forma como te põe a dançar até te rires à gargalhada. Penso em como é espectacular a enfiar-te a papa na boca. Penso em como vê o Benfica contigo ao colo (e já quase te deixou surdo de tanto berrar). Penso em como finge ficar zangado contigo quando dás aos pés no banho e lanças pequenos tsunamis para todo o lado. Penso em como me ajudou tanto, tanto nestes primeiros meses (e sempre). Penso em como te adora , em como lhe vai custar perder a consulta dos cinco meses, em como lhe vai custar só te ver de manhã e à noite. Penso em como me vai custar só o ver de manhã e à noite. Temos sorte, bebé. Tu tens o melhor pai do mundo. Eu tenho o melhor marido do mundo. E é por isso que estou para aqui feita parva, a chorar como uma Madalena. Porque ele ainda não foi e eu já lhe sinto tanto a falta.
E agora??
E, quase sem darmos por isso, eis que se aproxima o final da licença de maternidade. Ou, neste caso, o final da licença de paternidade, já que foi o pai a gozá-la. Infelizmente, os trabalhadores por conta própria têm poucos direitos neste país (para não dizer nenhuns), e como não pude dar-me ao luxo de parar de trabalhar durante cinco meses (não tenho quem me substitua!) e ficar sem receber nada, teve mesmo de ser o pai. Não me queixo. A ajuda do pai é imprescindível nestes primeiros meses, todos os pais deveriam poder ficar mais tempo em casa. Aliás, se isto fosse um país altamente civilizado, pai e mãe poderiam ficar a acompanhar o bebé durante largos meses. Quando estive na Suécia, há algumas semanas, explicaram-me que os pais têm direito a 480 dias, que podem ser gozados pela mãe, pelo pai, ou divididos. Os primeiros 365 dias são seguidos, os restantes podem ser gozados até a criança perfazer sete anos. Ou seja, quando os miúdos ficam doentes ou coisa que o valha os pais não precisam de estar a fazer o choradinho no emprego. Faltam e pronto, esses dias estão contemplados e ninguém fica a olhar de lado. Outras realidades.
Como disse, tive a sorte de poder ter o meu marido em casa durante cinco meses. Trabalha numa empresa que é perfeitamente compreensiva em relação a esta questão, uma daquelas que não acham que a mãe é que tem de ficar em casa a tratar de tudo (afinal, ela é que é a mãe!) e que o pai é um mero acessório que presta assistência durante duas semanas e depois volta à sua vidinha de sempre. Sei que não é assim em todo o lado, nem sempre há esta abertura, mas é pena. Quanto a mim, gostava de não ter tido de trabalhar durante estes cinco meses. Está certo que trabalho, maioritariamente, a partir de casa e que sou eu a fazer a gestão do meu horário, mas gostava de me ter conseguido desligar completamente. Desvantagens de quem trabalha por conta própria, não se pode parar.
Mas agora o pai está quase, quase a voltar ao trabalho (chuif) e começamos a ter de pensar em soluções. Ficar eu sozinha em casa com o bebé é impossível, é igual a não conseguir fazer nada. Há muito que já passou aquela fase de comer e dormir, agora está muito tempo acordado (quase sempre!), e quer conversa, colo e brincadeira. E quando não se dá logo, temos choradeira! Está exigente, o pequeno texugo. As restantes possibilidades são pô-lo na creche, arranjar alguém que fique em casa com ele ou deixá-lo com a avó.
A primeira hipótese está completamente fora de hipótese, não consigo imaginar-me a deixá-lo numa creche daqui a duas semanas. Eu sei que é a realidade de muitas pessoas que não têm outro remédio, mas tenho a certeza que me iria partir o coração deixá-lo assim ainda tão bebé. Penso nisso e fico com o estômago embrulhado. Sempre pensei que gostaria de ter uma solução alternativa à escola, pelo menos até ter dois ou três anos. Mas depois disso acho importante que vá, que socialize, que perceba que há mais crianças no mundo e que não gira tudo em torno dele. A solução “empregada a tempo inteiro” anda a ser estudada. Por um lado, parece-me óptimo ter o Mateus sempre em casa, no ambiente dele, com as coisinhas dele e comigo a poder deitar-lhe um olho. Mas depois... e se é uma pessoa que não lhe liga muito? Que não o estimula? Que não lhe dá mimo? Que é bruta com ele na nossa ausência? Que descura a segurança? É uma responsabilidade enorme.
Posto isto, penso que nos resta a solução “avó”. A melhor, no fundo. Tenho a certeza que, depois de nós, não há neste mundo ninguém que o trate tão bem, que tenha tanta paciência e tanto prazer em estar com ele. Sei que os meus pais o amam de paixão, que contam os minutinhos para o ver e que lhe dão todo o mimo e mais algum. E isso deixa-me completamente descansada. Por isso, acho mesmo que o Mateus vai começar a passar “jornadas de trabalho” com os avós, das nove às cinco. Gostava de conseguir organizar a minha vida de forma a ter sempre um dia por semana para ficar eu com ele. Um dia inteirinho só para lhe dar mimo, para passear, para lhe ler livros, para nos enfiarmos na cama todos quentinhos. No meio disto tudo, vamos ter muitas saudades do pai. Há cinco meses que não nos separamos e não vai ser muito fácil vê-lo sair de casa todas as manhãs e só voltar já de noite. Eu sei, é a vida, temos de trabalhar, nada a fazer, mas o tempo passa tão depressa que parece que não aproveitamos nada. Ainda ontem estava a sair da maternidade e, entretanto, já passaram cinco meses e o Mateus já está enorme, a rir que nem um perdido de cada vez que nos vê, a dar guinchos maravilhosos. Vejo as primeiras fotos dele e parece que foram tiradas há séculos. Já tenho tantas, tantas saudades... Não há maneira de fazer com que isto passe mais devagarinho???
E eis-nos chegados àquela fase em que:
1) O Mateus já passa a maior parte do dia acordado
2) O Mateus já exige a nossa atenção, não basta tê-lo ali ao lado no carrinho
3) O Mateus quer estar a ser entretido SEMPRE. Se uma pessoa desvia a cara dois segundos temos berros
Posto isto, chegámos também à fase em que temos de arranjar coisas para o entreter. Eu gostava muito de ficar 24 horas por dia a olhar para ele e a dizer bilu-bilu (mentira, não gostava nada), mas uma pessoa tem outras coisas para fazer. Por isso, é preciso ir arranjando alguns truques para ele se distraír. Muitas vezes sento-o no meu colo enquanto estou a trabalhar, e ele fica encantado a olhar para o caos que é a minha secretária, mas aguenta 7 minutos e depois já quer fazer outra coisa. A rapidez com os bebés desta idade se aborrecem é impressionante, é preciso estar sempre a pensar numa coisa nova. Como ele já liga às cores e ao som, pendurei-lhe alguns brinquedos no carrinho, e ele lá fica a abaná-los ou a tentar comê-los. Impressionante, sempre a tentar comer tudo e eu sempre a tentar impedir. Também já o pus na espreguiçadeira a ver o Baby TV. Uns dias adora e é capaz de ficar ali uma hora, outros odeia e nem dois minutos aguenta. Hoje, pela primeira vez, experimentei um daqueles tapetes de actividades, o PlayPad da Chicco. Está certo que ele ainda mal consegue agarrar nas coisas, mas como tem muita cor e muitos bonequinhos pendurados, com sons e texturas diferentes, imaginei que ia gostar. E gostou. Ficou ali a espernear e a tentar chegar aos bonecos, mas acho que gostou ainda mais quando eu me deitei no tapete com ele. Por isso esta manhã o homem entrou no escritório e lá estávamos nós os dois no chão. Ele a palrar e eu a fingir que entendo perfeitamente o que ele quer dizer. Convenci o homem a juntar-se, que se é para ir para o chão é para irmos todos, e ali ficámos. O próximo passo é convencer o Mateus de que o tapete é igualmente fixe se ficar lá deitado sozinho. Lá chegaremos! Este tapete vai ser o nosso melhor amigo!
Ora então aqui estão os nomes dos vencedores do Passatempo Panda e os Caricas.
Quem ganhou o bilhete familiar para o musical + um cd Panda e os Caricas foi a Eulália Cunha, com a seguinte participação
Eulália Cunha
Gritos, birras e berros não são nada fáceis de aturar
De mãe para mãe, Pipoca tu sabes bem do que estou a falar,
Ouvir as músicas do Panda e os Caricas é a única forma de o meu bebé acalmar
E é por ser uma mãe em casa desesperada que este CD preciso mesmo de ganhar!
Os restantes quatro cds vão para:
Filipe Costa
Os pedidos dos filhos são uma ordem (às vezes) mas confesso que as músicas do Panda e os Caricas já ando farto de cantar, Pipoca por favor dá-me um destes CD’s pois as figuras tristes que ando a fazer por todo o lado têm de acabar!
Ana Azevedo
Pipoca do meu coração,
Apelo à tua comoção:
Deixa-me levar as minhas mafarricas,
Ao espectacúlo do Panda e os Caricas!
Hélder Cruz
Finalmente chegou o dia...
Com a família vou fazer coisas que nos dão muito prazer:
O Musical Panda e os Caricas vamos ver...
Muita Pipoca Doce vamos comer...
Vai ser um dia de diversão, até mais não poder...
Os bilhetes estou à espera de receber!
Joana Brites
Ao som do Panda e os Caricas vou vibrar;
vou dançar, pular, correr e até saltar;
com meu coração pleno de felicidade direi obrigado;
á minha querida Pipoca pelo meu dia ter adoçado!
Parabéns aos vencedores, que serão contactados via e-mail, e muito obrigada a todos os que participaram!
Um mundo almofadado
Uma amiga minha costuma dizer, com alguma graça, que depois de termos filhos temos vontade de almofadar o mundo, para evitar que eles se magoem. Percebo a teoria, mas estou só parcialmente de acordo. Por um lado, queremos protegê-los de TODOS os males do mundo. Não queremos que batam com a cabeça, que arranhem os joelhos, que façam uma nódoa negra, que caiam, que chorem todas as lágrimas que há para chorar. Sobretudo quando estão naquela fase em que são completamente inconsequentes e que não fazem ideia que o perigo espreita a cada canto. Mas depois, e por outro lado, também não queremos crianças mariquinhas, medrosas, incapazes de superar um desafio. Afinal, queremos que eles sejam capazes de se desenrascar, que aprendam com os erros, que aprendam com as cabeçadas e com os joelhos esfolados, porque a infância também é isso, e andar sempre em cima deles, numa super protecção quase obsessiva, também não pode ser bom. Não é fácil chegar a um meio termo. Nisso eu acho que sou um bocadinho mais stressada do que o meu homem. Não sou stressada, sou previdente, perante alguns cenários começo logo a antever desgraças e coisas que podem dar para o torto. Ele é mais descontraído, é um facto, mas às vezes acho que também relaxa demais, muito com base naquela teoria do “se nunca aconteceu nada até hoje, também não vai acontecer”. Para já, a vida do Mateus ainda é bastante (para não dizer completamente) controlada, mas quando começar a andar e a gatinhar a conversa já é outra. E eu não quero, juro que não quero, ser uma daquelas mães que não dão espaço, sempre em cima, “olha que te entalas”, “olha que te queimas”, “olha que cais”, “olha que bates com a cabeça”. Há dias lia uma entrevista muito engraçada da Inês Castel-Branco em que, questionada precisamente sobre este assunto, dizia que deixa o filho à vontade, que se ele bater com a cabeça numa mesa uma vez já não bate a segunda, porque já aprendeu. Gostava de ver as coisas com esta despreocupação. Gostava de estar lá para o Mateus, para o proteger, mas também para lhe dar espaço para aprender sozinho. A verdade é que o perigo está mesmo onde menos se espera. É um chavão, eu sei, mas é verdade. Quando se tem um bebé em casa, até as coisas mais simples se transformam em perigos potenciais. E eu acho que devemos ter cuidados básicos (protecções nas janelas e varandas, medicamentos e detergentes fora do alcance deles, protecções nas tomadas), mas é impossível estar em cima de tudo sem nos tornarmos completamente obcecados. Teríamos, como diz a minha amiga, de almofadar o mundo (e, mesmo assim, as crianças haviam de arranjar maneira de destruir as almofadas à dentada ou coisa que o valha). Não quero estar a sofrer por antecipação, por isso acho que vou pensando neste assunto à medida que o Mateus for crescendo e tendo necessidades diferentes. O que eu queria mesmo, mesmo, mesmo, mesmo era poder tê-lo sempre ao colo, enchê-lo de beijos e não deixar que nada de mal, nunca, lhe acontecesse. Como não dá, sou obrigada a ter as preocupações dos comuns mortais. Para já, para já, as questões de segurança passam por coisas como garantir que não passa frio (com este frio polar tenho medo que enregele), que não passa calor (com este frio polar tenho medo de o agasalhar excessivamente), que não se engasga com o leite, a sopa e as papas, que está devidamente protegido no automóvel, que vai bem preso no ovinho ou que fica bem quando o deixamos sozinho a dormir no berço. Neste último aspecto o intercomunicador da Philips Avent tem sido uma preciosa ajuda, deixa-me totalmente tranquila estar na sala ou em qualquer outro ponto da sala a controlá-lo pelo monitor e a ouvir o mínimo ruído. Às vezes dou por mim longos minutos a olhar para o monitor só a vê-lo dormir, e o homem lá tem de me relembrar que o objectivo de um intercomunicador é precisamente não termos de estar sempre em cima do miúdo. Mas é mais forte que eu, mesmo que não queira estou sempre a deitar-lhe um olhinho. Agora mesmo, enquanto escrevo este texto tenho o monitor ao lado do computador e distraio-me imenso a olhar para o Mateus. Fico embevecida, o que é que querem?
O intercomunicador SCD610/00 , que permite ver o bebé a cores durante o dia e a preto e branco via infravermelhos durante a noite.