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É, não estou nada preparada.

por A Pipoca Mais Doce, em 04.07.13

Com mais de oito meses de gravidez, ainda não sinto aquela coisa que as mães falam. Aquela ânsia de ter o bebé cá fora, de lhe ver a cara. Claro que penso nisso, claro que penso em como será, mas pressa é coisa que ainda não me deu. Talvez daqui a umas semanas, quando me tiver, oficialmente, transformado num mamute. Talvez nessa altura comece a desejar ardentemente que o puto saia e se faça à vida, mas para já, para já, ainda não sinto nada disso. É engraçado, porque sempre olhei para a gravidez mais ou menos como se de uma gripe se tratasse. Ah, e tal, estou assim agora, mas daqui a duas semanas já passou. Ao mesmo tempo, e mesmo com a passagem veloz dos meses, pareceu-me sempre que isto, o nascimento da criança, era uma coisa que só  ia acontecer daqui a muiiiiiiito, muiiiiiiiito tempo, para aí daqui a uns três anos. A verdade é que ele está quase aí e o meu nível de preparação é...zero? Como? Como é que daqui a um mês e pouco vou ter uma criança nos braços, alguém que vai transformar completamente a minha vida, alguém que vai depender de mim para... tudo??? Ahhhhhh! Não dá para voltar ao início da gravidez? É que isto de só termos nove meses para nos habituarmos à ideia não dá para nada! Às vezes ainda me surpreendo com o facto de estar grávida, vejam lá o meu grau de preparação! Vejo o meu reflexo num espelho ou numa montra e até me assusto. Do género, espera lá, esta grávida sou mesmo eu? Eu? Mas como, se ainda há bocadinho tinha seis anos, estava a brincar com as minhas Barbies e os meus Lego, andava na água da Manta Rota agarrada à minha mãe para aprender a nadar?? E agora vou ser mãe? Como é que isto aconteceu? Caraças, que isto de crescer é lixado. Tenho um medo desgraçado de falhar, de ser má mãe, de não saber quais as melhores escolhas, e acho que também é por isso que ainda não tenho muita vontade de ver o Mateus cá fora. Para já está sempre aqui, quieto (dentro do género), fofinho, silencioso, obediente, protegido. Assim que ele sair, começa uma nova vida que desconheço e eu não gosto muito disso, de não saber o que me espera. Também tenho medo que ele nasça prematuro, por isso ele que se aguente, que já faltou mais. E quanto mais tempo se aguentar, mais eu me vou mentalizando. Ou tentando, pelo menos. Nesta fase, todas as semaninhas contam. Mas depois... depois também tenho a tal curiosidade. Não só de o ver, contar-lhe os dedos, ver-lhe a cara, mas também de saber o que é esse tal amor desmedido de que toda a gente fala e que eu já sinto um bocadinho. Enfim... ainda tenho umas semaninhas. Depois, rebenta a bolha (literalmente) e o jogo começa a sério.

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publicado às 21:38


49 comentários

De Cristina a 06.07.2013 às 10:44

Olá Pipoca!
Fui mãe aos 30 e foi a coisa mais desejada do mundo! Passei toda a gravidez na maior...super descontraída e feliz, até ao ultimo momento. No dia em que dei entrada na Maternidade parecia que estava a fazer o chek-in num hotel de 5*! Cesariana na maior, recuperação na maior...pior foi quando, já em casa, percebi que tinha uma "coisinha" dependente de mim e que acordava de 2 em 2 horas...aí é que me apercebi que a vida tinha mudado para sempre e o meu "egoísmo" tinha-me sido arrancado à força! Tive momentos muiiito difíceis.... mas aquele amor, que eu nunca tinha sentido, compensa esses momentos e descobrimos em nós uma força imensa...força essa que, se necessário, nos leva a fazer tudo pela nossa cria!!
O primeiro ano é o mais dificil....mas se tiveres uma estrutura familiar que te apoie, nunca deixes de te mimar e mimar a tua relação...porque no final os filhos crescem e o nosso marido será sempre (e principio!!!) o nosso companheiro e amigo!
Hoje a minha filha tem 3 anos...é uma criança feliz...nós somos uns Pais descontraídos...gostamos de brincar e estar com ela, amamo-la "daqui até ao infinito"...mas também nos amamos e gostamos de viajar, sair com os amigos!!
O importante é encontrarmos o nosso ritmo e sermos nós a decidir como queremos fazer as coisas...
Que vida te sorria sempre!
Beijinhos e Felicidades

De Marta a 06.07.2013 às 15:01

Ana, não se preocupe. Tem tudo para ser a melhor Mae do mundo. Um dia de cada vez e aproveite a viagem!

De susana a 06.07.2013 às 16:40

Só uma curiosidade pipoca, eu com quase 32 semanas, considero que estou de 7 meses. Parece-me que as suas contas sao diferentes das minhas ;-)

De Mariana a 07.07.2013 às 10:48

Isto do amor tem muito que se lhe diga, da minha primeira filha senti logo uma paixão arrebatadora, fiquei toda a noite em branco a olhar para ela e a suspirar!
Já do 2º filho não senti nada, apenas o instinto de proteção e "ai que fofinho que ele é"...Estava tão ligada á minha filha e passei a gravidez toda convicta que era impossivel amar outro ser da mesma forma que a amava a ela. E quando o puto nasceu, foi logo isso que pensei "Pronto, não sinto nada. Não vou gostar dele da mesma forma, eu sabia". Mas felizmente, com os dias e com a descoberta do novo ser, o amor começou a crescer, e aquela história que o amor de mãe não se divide pelos filhos mas se multiplica, afinal era verdade.

De Anónimo a 08.07.2013 às 11:16

ola pipoca, estou de 40 semanas... acredita que com 8 meses e tal tb nao sentia nenhuma ansiadade. Mas neste momento a conversa ja é outra. A medica falou m em provcar ou esperar mais uma semana.... eu pensei para mim, por amor de deus.. provoquem...
Nao que nao tenha passado bem, ou nao tenha gostado de estar gravida, ou mesmo que nao tenha medo.( Em medo tambem nunca pensei muito nisso) Mas ja estou num estado que, pode ser hoje, pode ser amanha, pode ser depois.. e nada. é desgastante.
Nao tenhas pressa, que quando ele se lembrar vem ca para fora.

De Ana a 08.07.2013 às 13:09

Olá Pipoca,

Fui mãe, pela primeira vez, há exatamente um mês e vinte dias. O meu parto durou 14 horas...
A minha filha veio ao mundo antes do previsto - ás 34 semanas e 4 dias e esteve dez dias nos cuidados da Neonatologia.
Tenho de confessar que foram os dez dias mais difíceis da minha vida... O mais difícil foi, no final do dia, regressar a casa e ter de deixá-la lá. Nunca senti uma dor interior igual.
Quando regressei a casa senti um nervoso miudinho e, na primeira noite, nem sequer tirei os óculos para "dormir".
Acho que devemos seguir o nosso instinto e fazer o que achamos ser o melhor para o bebé porque cada bebé tem o sua própria forma de estar. É essencial tentarmos perceber os sinais que o bebé nos dá.
Cada enfermeiro/a tem a sua opinião sobre como alimentar, como deitar, como sair à rua, etc. Mas essencial é encontrar um pediatra que nos ajude nesta etapa e, sobretudo, que não nos julgue.
Deixamos de ter o nosso tempo que fica totalmente monopolizado para os cuidados do bebé.
Para não me sentir tão mal pelo meu aspeto: pinto as unhas e faço a depilação. :-)
Desejo-te as maiores felicidades.

De Elsa a 08.07.2013 às 14:19

Ora lá está. Eu também acho que 9 meses é muito pouco tempo... Devia ser assim tipo a gestação dos elefantes, 2 anos! Pelo menos...
E eu até já sei +- ao que vou, porque estou no final da 2ª gravidez. O que me espera não deverá ser tudo novidade, mas pressa é coisa que também não tenho! Neste momento tenho (penso eu) tudo controladinho, com o bebe ainda na barriga, depois volta a mudar tudo. E por mais que ame o meu filho, não tenho pressa não!
Ai ai...

De Juli Moura Mássia a 19.12.2014 às 14:10

"Acho que todas as futuras mães passam por isso, mas tem medo de admitir porque são criticadas"

A minha própria mãe me criticou quando eu disse que não sentia nada por essa criança que espero há 19/20 semanas. Ela é daquelas que chora, faz um drama, levanta as mãos para o céu e clama por Alá, aff que saco... Um porre, não tenho com quem conversar, estou apavorada, horrorizada, louca de medo, choro todos os dias. "E se a minha filha me odiar?" "Se eu ficar irritada e quiser dar uns tapas por causa das birras e malcriações, serei um monstro?" Não, eu não nasci para ser mãe, tira isso de mim!
Às vezes eu acordo de noite e penso: "Putz não foi um pesadelo, estou grávida mesmo." E tudo por causa de uma foda que nem foi assim, tãããããão boa. E por causa dela, a nossa vida muda para sempre, irremediavelmente.
As mulheres são as piores inimigas umas das outras. Só se julgam. Estou explodindo por dentro e não posso gritar. Não tenho com quem conversar, caminho pelos corredores do meu trabalho com um sorriso estampado no rosto (falso), todo o mundo tocando a minha barriga e dizendo:"Oh, que lindo!" Que saco, lindo é o carvalho!
Mas eu chego em casa e choro. Porque eu sinto medo, medo, medo... O tempo todo.
Não sei o que vai ser.

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