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Com mais de oito meses de gravidez, ainda não sinto aquela coisa que as mães falam. Aquela ânsia de ter o bebé cá fora, de lhe ver a cara. Claro que penso nisso, claro que penso em como será, mas pressa é coisa que ainda não me deu. Talvez daqui a umas semanas, quando me tiver, oficialmente, transformado num mamute. Talvez nessa altura comece a desejar ardentemente que o puto saia e se faça à vida, mas para já, para já, ainda não sinto nada disso. É engraçado, porque sempre olhei para a gravidez mais ou menos como se de uma gripe se tratasse. Ah, e tal, estou assim agora, mas daqui a duas semanas já passou. Ao mesmo tempo, e mesmo com a passagem veloz dos meses, pareceu-me sempre que isto, o nascimento da criança, era uma coisa que só ia acontecer daqui a muiiiiiiito, muiiiiiiiito tempo, para aí daqui a uns três anos. A verdade é que ele está quase aí e o meu nível de preparação é...zero? Como? Como é que daqui a um mês e pouco vou ter uma criança nos braços, alguém que vai transformar completamente a minha vida, alguém que vai depender de mim para... tudo??? Ahhhhhh! Não dá para voltar ao início da gravidez? É que isto de só termos nove meses para nos habituarmos à ideia não dá para nada! Às vezes ainda me surpreendo com o facto de estar grávida, vejam lá o meu grau de preparação! Vejo o meu reflexo num espelho ou numa montra e até me assusto. Do género, espera lá, esta grávida sou mesmo eu? Eu? Mas como, se ainda há bocadinho tinha seis anos, estava a brincar com as minhas Barbies e os meus Lego, andava na água da Manta Rota agarrada à minha mãe para aprender a nadar?? E agora vou ser mãe? Como é que isto aconteceu? Caraças, que isto de crescer é lixado. Tenho um medo desgraçado de falhar, de ser má mãe, de não saber quais as melhores escolhas, e acho que também é por isso que ainda não tenho muita vontade de ver o Mateus cá fora. Para já está sempre aqui, quieto (dentro do género), fofinho, silencioso, obediente, protegido. Assim que ele sair, começa uma nova vida que desconheço e eu não gosto muito disso, de não saber o que me espera. Também tenho medo que ele nasça prematuro, por isso ele que se aguente, que já faltou mais. E quanto mais tempo se aguentar, mais eu me vou mentalizando. Ou tentando, pelo menos. Nesta fase, todas as semaninhas contam. Mas depois... depois também tenho a tal curiosidade. Não só de o ver, contar-lhe os dedos, ver-lhe a cara, mas também de saber o que é esse tal amor desmedido de que toda a gente fala e que eu já sinto um bocadinho. Enfim... ainda tenho umas semaninhas. Depois, rebenta a bolha (literalmente) e o jogo começa a sério.