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o que muda com os filhos #4

por O Arrumadinho, em 03.04.13

Para finalizar este assunto, queria falar sobre o papel do pai após o nascimento de um filho.

 

É fundamental que os pais participem de todas as tarefas — ou de grande parte delas — na rotina diária dos filhos. Hoje em dia parece-me impensável a ideia de que a mãe é que tem de fazer tudo, e que o pai fica no sofá à espera de receber a criança alimentada e lavadinha para brincar com ela durante 10 minutos e depois voltar a enfiá-la no berço ou no ovinho.

Acho, sinceramente, que a licença de paternidade deveria ser mais extensa. Eu sei que existe a possibilidade de se dividir a licença entre pai e mãe, mas é preciso ver que nos primeiros meses, por norma, os bebés mamam, por isso a necessidade de ter a mãe por perto é maior, apesar de haver mecanismos para contornar isso, como as bombas para retirar leite da mama, sem bem que uma das razões por que defendo a amamentação tem a ver com o acto de amor que isso representa, e que se perde com o recurso ao biberão.

 

Mas é importante referir aqui dois pontos diferentes: uma coisa é o período em que o pai está em casa com a mãe, a gozar a licença de paternidade, outra é o momento em que o homem volta ao trabalho e a mãe continua em casa a tratar da criança. E aqui as coisas mudam.

 

É humanamente impossível exigir aos homens que trabalhem nos seus empregos 10 ou 12 horas por dia, e que sejam eles a levantar-se às quatro da manhã quando o bebé pede para comer, e que fiquem uma hora a dar-lhe o biberão, e que sejam eles a levantar-se às sete da manhã para mudar as fraldas, e que sejam eles a fazer tudo o que diz respeito à criança, apenas porque estão em casa e estiveram muito tempo fora. Quando estão de licença, a maternidade passa a ser o emprego a tempo inteiro das crianças. A rotina das mães muda consideravelmente naquela fase da vida, mas elas têm de saber adaptar-se a isso. Têm de passar a dormir à tarde, à hora a que a criança dorme aquelas longas sestas, para que tenha resistência para acordar às quatro da manhã, têm de criar uma organização própria dos dias para que consigam fazer todas as tarefas (e são muitas, eu sei) a que são obrigadas. E esse é o emprego das mamãs durante esses quatro, cinco, seis meses. Claro que os pais, depois, devem ajudar em muita coisa, e também têm de acordar muitas vezes à noite, e mudar fraldas e dar banhos, e fazer sopas, e ir às compras, e preparar leites, e saber vestir a criança, e brincar com ela, dar-lhe mimos, e também tem de dar algum descanso à mulher, e dar-lhe mimos, e amor. Mas, como disse antes, o homem não pode é ser o único responsável por tudo o que diz respeito à criança só porque está em casa. É preciso não esquecer que ele está em casa nessa altura, mas para trás já deixou 8 ou 10 horas de trabalho, e isso também cansa.

 

Como disse anteriormente, acho, sobretudo, que é preciso equilíbrio, bom-senso, compreensão, companheirismo e muito amor entre os três. E calma. As rotinas aprendem-se, os bebés crescem, os desafios mudam e o tempo dá-nos experiência e confiança.

Depois, é tudo mais fácil.

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publicado às 14:00


1 comentário

De Anónimo a 03.04.2013 às 18:05

Claro que esta conversa muda quando as mães retomam o trabalho, mas nessa altura a maioria das rotinas está instalada.

E aí, é a Mãe que, além das 8 ou 10 horas de trabalho, tem de mudar fraldas, acordar à noite, etc, porque o Pai já se habituou a que assim seja.

Quanto ao "emprego" da Mãe durante a licença, pelo seu raciocínio ele dura 24 horas por dia, porque muitas vezes quando a criança dorme aproveita-se, não apenas para dormir, mas para fazer tudo o resto que muitas vezes é impossível fazer quando ela esta acordada, como arrumar a casa, fazer máquinas, estender a roupa, etc... Porque a simples existência de uma criança faz duplicar quase todos os trabalhos domésticos e é necessário preparar mil e uma coisas, que cabe a quem os cuida ainda que se tenha uma empregada doméstica.

Há que dosear, diria eu. Sendo Mãe de 2 filhos com 2 anos de diferença, tenho a experiência de o meu marido ter ajudo muito mais no 1.º, do que no 2.º, por achar que com a experiência, eu tinha tudo muito mais controlado. Era um facto, mas também era um facto que tinha o dobro do trabalho e, consequentemente, tive dias em que estive cansadíssima, de mau humor, com ele e com os miúdos.

Acaba por não ser bom para ninguém ser só um a fazer tudo, seja o Pai, seja a Mãe.

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