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Bons hábitos

por O Arrumadinho, em 10.06.14

Por mais livros e teorias de pediatras que leia há sempre coisas que me parecem verdadeiramente absurdas e outras simplesmente lugares comuns para quem é pai e sabe o que é ter de educar um filho. Acho que todos os pais já leram algumas dessas teorias e sairam-se apenas com um "hã, hã, pois, pois, se tivesses o meu filho em tua casa ias ver se dizias isso". 

 

A minha experiência de pai diz-me que o mais importante nos primeiros anos de vida das crianças é o exemplo, o exemplo vindo de quem eles mais admiram e idolatram: o pai e a mãe. Eles estão sempre a observar o que nós fazemos e a tentar repetir gestos, comportamentos, palavras que usamos, teorias que defendemos. Eles querem ser como nós, porque nós, para eles, somos uns super-heróis, somos as pessoas que os defendemos quando eles precisam, que lhes damos colo, amor e a segurança que eles precisam, e é isso que as crianças mais valorizam, desde bebés até quase ao início da adolescência. 

 

Nem sempre é fácil incutir hábitos bons nos miúdos e isso torna-se quase impossível se os estivermos a exigir às crianças e nós, adultos, não o fizermos. Não vale de muito dar-lhes a comer legumes, se nós, pais, temos o prato cheio de batatas fritas. Não faz grande sentido dizermos-lhes que têm de ler livros se eles nunca nos vêem a ler. 

 

Hoje de manhã fomos todos - pai, mãe, filho mais velho e bebé - para a zona de Belém fazer exercício. Primeiro, fiquei eu com as crianças enquanto a mãe foi correr 8 km. Emprestei o meu relógio de corrida ao meu filho mais velho e disse-lhe para tentar bater o recorde dele a correr 1 km (que era de 9 minutos, estabelecido na véspera). Só por ter o meu relógio no pulso ficou logo em êxtase. Começou a correr ali junto ao rio e eu fui atrás, a empurrar o carro do Mateus e em passo muito ligeiro de corrida. Pus-me ao lado dele e incentivei-o.

 

- Então, quanto é que já correste?

- 600 metros! Faltam 400.

- Então vá, força, agora é que tens de acelerar, vá.

 

E lá acelerou, rumo ao recorde. 

No final, fez 1 km em 7'36'' e ficou radiante. Não se calava com aquilo.

Hoje à tarde já voltou a perguntar-me quando é vai tentar voltar a bater o recorde, e quando é que podemos voltar a correr.

No fundo, o que ele está a querer fazer é a imitar o comportamento do pai, aquilo que ele vê o pai fazer, que é correr, mesmo que a motivação maior lhe possa parecer a de bater o tal recorde.

É esse o espírito que eu quero incutir no Mateus e no meu filho mais velho, o Henrique, o da vida saudável, do exercício, da boa condição física, que são coisas que me parecem ter passado para segundo plano na educação de muitas crianças. Mas, tal como disse antes, é muito mais fácil fazermos os miúdos seguirem um caminho que nós próprios, pais, trilhamos.

 

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publicado às 22:55





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