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Então e a reacção, como foi?

por A Pipoca Mais Doce, em 14.03.13

Quando realmente confirmei que estava grávida (e não se fiem muito no Clearblue, que apesar de dizer que estava de três semanas já ia nas sete e picos), não tive assim nenhuma espécie de reacção muito marcante ou memorável. Não tive uma epifania, não larguei aos gritos, não chorei desalmadamente, não coisa nenhuma. Para já, estava sozinha quando fiz o teste, por isso a primeira coisa que fiz foi ligar ao homem. Mais ou menos como quem liga a perguntar o que é que quer para o jantar, se bifes panados, se peixe frito. "Olha, fiz agora um teste de gravidez e deu positivo". Silêncio do outro lado.

 

Acho que me ri quando vi o teste, assim aquela espécie de sorrisinho nervoso, mas foi só isso. Nem fiquei nem em pânico nem dei pulos de alegria. Era uma coisa que estava a ser pensada mas, tal como disse, achei que ia demorar uma eternidade. Mas, sinceramente, acho que a descoberta me deixou mais serena do que nervosa ou ansiosa. Devo ter pensado qualquer coisa do género "ok, isto agora é que vai começar a sério", e pronto, foi só isso. Mas claro que a partir do momento em que se sabe, e sobretudo naqueles primeiros dias, é impossível tirar o assunto da mente por mais de sete minutos.

 

Acho que o envolvimento com a gravidez vai sendo crescente. Na primeira ecografia, quando se confirma que ele realmente lá está, no sítio certo, vamos tomando consciência do que se está a passar. Depois vem a ecografia em que se ouve o bater do coração pela primeira vez. E depois vem a ecografia em que já dá para ver as mãos e os pés. E é sempre assim. A cada ecografia, uma nova descoberta e um interesse maior pelo que está a acontecer dentro da nossa barriga. Os três primeiros meses também são mais chatinhos. Uma pessoa não se quer entusiasmar muito, porque a probabilidade de alguma coisa dar para o torto é maior nesta fase, mas a partir do momento em que isso passa e em que se anuncia ao mundo e em que toda a gente começa a vibrar com o assunto, é normal que o entusiasmo cresça.

 

 

Se sou uma grávida que passa a vida a dizer que adora o seu novo estado e que adora TUDO o que esteja ligado à maternidade? Não, não sou. Tenho amigas grávidas assim, completamente embevecidas pelo seu estado, mas não faz muito o meu género. Tanto que sempre que me perguntam se eu estou feliz e eu digo "sim", há sempre quem olhe desconfiado. "Esse sim não foi muito convicto, passa-se alguma coisa? Hmmm?". Ou bem que gritam "SIIIIIIIIIM, estou tão feliz como a Floribella a falar com uma árvore", ou então toda a gente vai achar que odeiam a criança, e a gravidez e tudo e tudo. Grávida que é grávida tem de se mostrar sempre de cara alegre, sempre pronta a dizer que adora TUDO o que esteja relacionado com esta etapa e que mal pode esperar para parir este para engravidar logo outra vez. Preferencialmente de trigémeos.

 

Talvez por nunca ter achado que precisava de ter um filho para me sentir plenamente realizada como mulher, olho para a gravidez como mais uma fase natural da vida. Bonita, especial claro, mas mais uma fase. Como arranjar emprego. Ou sair de casa dos pais. Ou casar. Faz parte do cresimento e da nossa evolução. E acho que só mesmo quando a criança nascer é que vou perceber o que isto realmente é e manifestar verdadeiramente a minha felicidade. É que, bem vistas as coisas, para já é só uma barriga a crescer, umas mamas a crescer, umas ancas a crescer, ataques de acne, enjoos que benzósdeus, dores generalizadas , um cabelo que é uma miséria, e etc e tal. Há quem ache tudo isso lindo,uma verdadeira benção. Eu não. Mas não me posso queixar, que há quem passe as passas do Algarve na gravidez, a minha até está a ser bem tranquila, sobretudo agora que entrei no segundo trimestre (o primeiro é para esquecer). Acredito que para alguém que sempre tenha desejado MUIIIIIIIITO ter um filho, alguém para quem seja a prioridade máxima na vida, a descoberta de uma gravidez seja uma coisa para lá de transcendente, mas não é o meu caso. Estou tranquila e expectante, só isso. Porque acredito que o melhor ainda está para vir.

 

Lamento se não correspondo às expectativas de quem me queria ver exultante e a apregoar aos sete ventos que não há nada como isto, mas não sou assim com nada na vida. E sempre fui muito mais de vibrar para dentro do que para fora. No sossego da privacidade, se calhar a coisa é diferente. Farto-me de falar com o puto, já lhe criei uma personalidade (é resmungão e contestatário, sai à mãezinha), já lhe mostrei o que era o mar e já lhe disse que tem de ser um puto decente, que se é para trazer mais homens ao mundo ao menos que sejam bonzinhos e bem formados. Trastes já cá temos muitos, obrigadinha.

 

 

 

 

 

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publicado às 17:39


34 comentários

De Alexandra a 14.03.2013 às 18:34

Este texto pipoca, faz-me lembrar a Miranda, em sexo e a cidade!! :) Apesar de estar muito longe de ser mãe, recentemente, o meu irmão adotou uma menina. E gosto de me manter informada sobre estes assuntos, porque sei que de alguma maneira, vou fazer parte do crescimento e da boa educação e formação dela. E achei este vosso blog uma ideia genial.
Continuação de bom trabalho e muitas felicidades!!!

Alexandra.

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