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Ainda me faltam mais de três meses de gravidez, mas já tenho pena daquele momento em que o puto virá ao mundo e passará a ser... do mundo. Sim, ok, está certo que ele agora também já é do pai, do irmão, dos avós, do tio, da médica, até do cão, mas a verdade verdadinha, aquilo que eu sinto mesmo cá no fundinho, é que para já ele é só meu. Ninguém mexe, ninguém toca. E por isso, de cada vez que sinto um pontapé, sei que é ele a dizer-me "não te preocupes, esta cena que nós temos é só nossa".
Sim, sim, sim!! A colecção de pré-mamã da Zara está de voltaaaaaa! São poucas pecinhas e não há assim nenhuma que me deixe o coração a palpitar, mas pelo menos parece ter bons básicos. Ainda não a vi ao vivo, mas vou ficar de olho.
A quem perguntou, aqui fica uma amostra do trabalho da Joana Trigueiros no maravilhoso mundo dos quartos de bebé. Mas olhem que a Joana dá-vos conta da casa toda, não se fica pelos quartos, hã?
À semelhança da roupa de bebé, que prefiro de linhas mais clássicas e sem grande bonecada, também para o quarto da criança prefiro uma decoração mais sóbria. Nada de cores muito garridas, nada de bonecada nas paredes, nada de grandes loucuras. Prefiro uma decoração mais neutra e durável, para daqui a três ou quatro anos não ter de estar a mudar tudo outra vez. Tenho tido a ajuda da minha querida Joana Trigueiros, que já leva alguns anos de experiência nisto de fazer quartos para putos, e que tem uma paciência infinita (apesar de eu ser uma cliente muito cool e nada stressada, atenção!). Ficam algumas imagens que têm servido de inspiração.
Ainda mal eu tinha dito que estava grávida e já me estavam a perguntar "então e aulas de preparação para o parto? Já te inscreveste? Tens de te inscrever, é muito importante!". Eu sei, eu sei. Eu também acho que é muito importante, sobretudo para mim, que não cresci rodeada de crianças e, por isso mesmo, percebo tanto do assunto como da plantação de batata doce. Sempre soube que ia fazer o curso, mas achei que não valia a pena estar a inscrever-me logo aos dois meses de gravidez, porque quando a criança nascesse já não me ia lembrar de nada. Mas agora já está: inscrição feita e curso a começar já para a semana. Fui perguntando a amigas, recolhendo informações na net e acabei por optar pelo Espaço Cegonha, ali no Saldanha. É central e pareceu-me ter tudo aquilo que preciso: enfermeiras especialistas em saúda materna (quase todas da Maternidade Alfredo da Costa) que percebem do assunto e que têm uma paciência de santo, cursos com poucos casais e um acompanhamento personalizado de cada grávida. Sendo eu uma pessoa com tendências hipocondríacas e com todo um rol de dúvidas, fiquei muito contente quando fiz a primeira visita ao Espaço Cegonha e as enfermeiras foram logo todas umas fofinhas e me explicaram tudo e mais alguma coisa. Vim logo de lá com um número de assistência 24 horas, que ainda não usei (controla-te, mulher, controla-te), mas que me dá alguma tranquilidade. É bom saber que há alguém neste mundo com disponibilidade para aturar as minhas crises, seja a que horas for!
Para além do curso de preparação para o parto propriamente dito, o Espaço Cegonha disponibiliza outros serviços complementares e que foram determinantes na hora da escolha: serviço ao domicílio (como vistas SOS no pós-parto para apoio à amamentação ou para se tentar perceber porque raio é que o miúdo está a chorar desta vez), a disponibilização de um CTG, consultas de psicologia, fisioterapia ou nutrição, cursos de massagem do bebé, vários workshops, etc, etc.
Quando andava na fase de pesquisa algumas pessoas foram-me avisando para o facto de haver espaços extremamente fundamentalistas e quase nazis no que diz respeito a alguns assuntos, como a amamentação ou o tipo de parto. Há várias coisas que eu ainda não decidi, mas gostava de não ir fazer o curso num sítio onde os instrutores me olhassem de lado e tivessem vontade de me apedrejar quando dissesse coisas como "ainda não sei bem se não prefiro uma cesariana". Repito, ainda não decidi nada (não comecem já a ficar com os nervos em franja), ainda tenho vários campos em aberto no que toca a uma data de coisas, mas não tenho paciência para posições extremistas, menos ainda para julgamentos de valor. Expus esta minha preocupação na primeira visita ao Espaço Cegonha, e foi-me garantido que ali há total liberdade para explanar ideias e debater, sem que nos tentem formatar o pensamento (bom, haverá sempre outros pais mais obcecadinhos, mas pronto, é a vida, estou pronta para a luta). Vou de espírito aberto e sei que serei recebida da mesma forma, o que é um grande descanso.
Quando as aulas começarem logo vos irei pondo a par dos temas debatidos. Entretanto, e caso queiram mais informações sobre o Espaço Cegonha, é só irem aqui: www.espacocegonha.com
Aaaaaaaaaaaaai, peço desde já muita desculpa pela ausência, mas estas últimas semanas têm sido um bocadinho loucas. Mas está tudo bem, tudo legal. O pequeno Mati cá vai, a crescer e a pontapear impiedosamente a sua rica mãe. Mas eu não me queixo, que mais vale levar pontapés nos rins e apertos na bexiga do que não o sentir. Fomos fazer a ecografia morfológica das 22 semanas e a criança fez um adeuzinho, ao melhor estilo "por aqui está tudo fixe". A médica teve uma leve suspeita de que poderia haver ali uma pequena coisinha a nível das veias pulmonares, o que foi coisa para me deixar um fim-de-semana com os nervos em franja, mas depois fiz um ecocardiograma ultra-mega-detalhado e estava tudo bem. Ufaaaa, que estes putos começam a dar ralações ainda não nasceram. Entretanto, já comecei a tratar do material "hard" que o puto vai precisar (tipo carrinho e essas cenas) e também já me inscrevi no curso de preparação para o parto, mas sobre estes e outros assuntos falarei com mais detalhe brevemente!
Já tínhamos decidido que era Mateus quando foi anunciado o novo Papa e se soube que por debaixo do brasão que adoptou (o mesmo que usou enquanto arcebispo de Buenos Aires e que faz referência à Companhia de Jesus, ordem religiosa a que pertence) se lê a frase "miserando atque eligendo". Ou seja, "olhou-o com misericórdia e escolheu-o", uma passagem da Bíblia que conta como Jesus escolheu Mateus para seu discípulo. E pronto, pareceu-me que depois deste sinal divino o nome ainda fazia mais sentido. E, por isso, um Mateus será!
Parabéns à primeira pessoa que acertou no nome!
Dou uma dica: o nome tem a ver com o novo Papa. Façam as vossas apostas!
Na altura em que ainda não se sente o bebé mexer, a vida corre com muito mais tranquilidade. Depois vem aquela impressãozinha, aquele "ai-que-estou-aqui-a-sentir-qualquer-coisa-diferente" (às vezes são só puns) e, num instante, a impressão já se transformou em movimentos que não deixam margem para dúvidas: são chutos da pequena criatura, que agradece o facto de a mãe levar uma vida de cuidados e de privações (adeus enchidos, saladas, etc e tal) assim, ao pontapé. Muito bonito. São chutos que já se vêem de fora e são engraçados, pelo menos para já, que ainda não me atingem violentamente os rins, nem o pâncreas, nem a bexiga, nem nada assim de muito relevante para a minha vida. Mas depois entramos noutro problema: o "oh-cum-caraças-que-hoje-ainda-não-senti-o-puto". Eu não quero ser stressadinha, nem irritante, nem paranóica, nem nada dessas coisas, mas uma pessoa habitua-se aos chutos e depois estranha-os quando não os sente. Sem dúvida que à noite o puto está sempre mais activo, ou então sou eu que sinto mais. De dia lá anda, tranquilo, na paz do Senhor, mas basta eu deitar-me para começar o regabofe de pontapés. Há sempre movimento, seja à noite, de manhã, a meio do dia, mas quando fico umas quatro ou cinco horas sem sentir nada, lá começo eu a a divagar e a traçar cenários de horror (e a espetar um ou outro dedo na barriga, para ver se surte efeito). É mais forte do que eu. Segundo a minha médica, nesta fase da gravidez, basta senti-lo uma vez por dia, mas eu sinto-me mais descansada se houver movimento com fartura. Hoje foi um desses dias em que o puto não quis dar um ar da sua graça. Senti qualquer coisinha de manhã, mas depois nada. Uma calmaria o dia todo. E já estava a ficar enervada. Há bocado queixei-me ao homem (que é um santo) e que lá me passou uma barrita Kinder para as mãos (diz que o chocolate agita os putos). E pronto, não demorou muito para ser brindada com um festival de chutos, o que já me vai deixar dormir muito mais sossegada. Aparentemente o truque é esse, enchê-lo de barrinhas Kinder. E de diabetes e de colesterol também. Oh, vida dura.