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Um dia vai dar-lhe para isto #3

por A Pipoca Mais Doce, em 07.04.13

Ontem foi dia de Lisbon Kids Market. Perguntei a uma amiga grávida se também ia, mas respondeu-me que tinha medo de ser atropelada por mães, crianças e carrinhos de bebés. Acho que ainda estava um bocadinho traumatizada com a experiência do Mercadito da Carlota. Pessoalmente, achei que as coisas estavam mais tranquilas, talvez por o espaço ser maior. Mas, de facto, se fosse um evento vetado a putos e a carrinhos era para cima de espectacular. Os putos odeiam andar às compras, odeiam andar a ver cueiros e fofos, odeiam andar em apertos, depois têm fome, depois têm sono, depois têm birras, depois têm xixi, depois choram, depois gritam, e pronto, assim se passa. O que podia ser uma bonita tarde de compras transforma-se numa espécie de Jogos Sem Fronteiras em que é preciso todo o cuidado para não se ser abalroado por um carrinho ou para não se dar com um saco  na cabeça de um puto. E agora lá vêm as mães em fúria, dizer que sou um poço de insensibilidade, e quando tiver filhos vou querer levá-los para todo o lado, que é lindo partilhar todas as experiências, e mimimimi. Pronto, é só o que eu acho, compras e criançada não combinam. De resto, tudo muito bonito. Muitas marcas que não conhecia e fiquei a conhecer, muitas coisas giras e bastante oferta para menino, coisa rara. Ficam as aquisições.

 

Tudo da Mariazinha. Adorei a marca e a simpatia de todas as meninas.
Da Verde Menta. Não me responsabilizo se vier a comer a criança quando a vir aqui enfiada. Qui amôooo!
Da Coobie.
Passarinhos da Anjinho Gordo.

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publicado às 22:03

Então vamos lá a ver se a gente se entende

por O Arrumadinho, em 07.04.13

Depois de ler as dezenas e dezenas de comentários furiosos de muitas pessoas que se indignaram com o meu texto comecei, confesso, a achar que teria omitido uma parte qualquer do texto que explicasse o que penso. Fui relê-lo. E não. Está lá tudo. Depois, reli muitos dos comentários e concluí aquilo que já acho há muito tempo: as pessoas não sabem ler textos, não sabem interpretar, lêem na diagonal, e depois emitem opiniões fundamentalistas, ofensivas, desagradáveis sobre uma teoria que elas próprias percepcionaram, e não sobre aquela que foi escrita.

 

Vou, por isso, explicar tudo muito bem, como se estivesse a escrever para crianças de cinco anos, usando parte do texto que escrevi anteriormente, para ver se a gente se entende.

 

Então, o meu texto começava assim: "É fundamental que os pais participem de todas as tarefas — ou de grande parte delas — na rotina diária dos filhos. Hoje em dia parece-me impensável a ideia de que a mãe é que tem de fazer tudo, e que o pai fica no sofá à espera de receber a criança alimentada e lavadinha para brincar com ela durante 10 minutos e depois voltar a enfiá-la no berço ou no ovinho". Leram bem? Perceberam a ideia? "É FUNDAMENTAL QUE OS PAIS PARTICIPEM DE TODAS AS TAREFAS NA ROTINA DIÁRIA DOS FILHOS". Boa? Foi suficientemente claro. Óptimo. Adiante.

 

Então, depois escrevi isto: "É humanamente impossível exigir aos homens que trabalhem nos seus empregos 10 ou 12 horas por dia, e que sejam eles a levantar-se às quatro da manhã quando o bebé pede para comer, e que fiquem uma hora a dar-lhe o biberão, e que sejam eles a levantar-se às sete da manhã para mudar as fraldas, e que sejam eles a fazer tudo o que diz respeito à criança, apenas porque estão em casa e estiveram muito tempo fora". Vou explicar: É impossível exigir que os homens se ocupem de TODAS AS TAREFAS quando chegam a casa do trabalho APENAS PORQUE NÃO ESTIVERAM COM A CRIANÇA DURANTE O DIA. Onde é que eu digo aqui que os homens não devem ajudar? Não devem repartir o trabalho? O que digo é que não podem ser eles a FAZER TUDO só porque não estiveram com a criança durante o dia. É só reler o início do texto. "É fundamental que os pais participem de TODAS AS TAREFAS", não podem é ser eles a trabalhar 10 ou 12 horas no escritório e depois a trabalhar as outras 10 ou 12 em casa. E o que escrevi foi: "Claro que os pais, depois, devem ajudar em muita coisa, e também têm de acordar muitas vezes à noite, e mudar fraldas e dar banhos, e fazer sopas, e ir às compras, e preparar leites, e saber vestir a criança, e brincar com ela, dar-lhe mimos, e também tem de dar algum descanso à mulher, e dar-lhe mimos, e amor". Foi suficientemente claro? Mas eu repito: AS TAREFAS DOMÉSTICAS DEVEM SER REPARTIDAS PELOS DOIS A PARTIR DO MOMENTO EM QUE O HOMEM CHEGA A CASA. Foi o que eu escrevi no primeiro texto, é o que reescrevo agora, para ver se as pessoas não lêem só as partes que lhes interessam e depois descontextualizam tudo. Reforcei, depois, no texto,  essa ideia: "O homem não pode é ser O ÚNICO RESPONSÁVEL POR TUDO O QUE DIZ RESPEITO À CRIANÇA SÓ PORQUE ESTÁ EM CASA". Perceberam? "NÃO PODE SER O ÚNICO RESPONSÁVEL". Devem ser os dois, pai e mãe, devem repartir as tarefas, como escrevi várias vezes.

 

Termino o texto anterior a dizer "É preciso equilíbrio, bom-senso, compreensão, companheirismo e muito amor entre os três".

 

Desmontando, agora, a teoria de muita gente que veio para aqui indignar-se com uma coisa que eu não escrevi, o que pergunto é: Então, qual é a vossa teoria? O homem deve trabalhar 8 ou 10 horas no seu trabalho e depois ser ele a fazer TUDO quando chega a casa? Ou as tarefas devem ser repartidas? Aposto que estão a responder "As tarefas devem ser repartidas". Ai é? Ah, engraçado, foi o que eu escrevi.

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publicado às 11:56

Vocês estragam-no com mimos #6

por A Pipoca Mais Doce, em 06.04.13

A Maria, do Bolas, Maria, fez-me chegar um chama-anjos. E o que é um chama-anjos, perguntam vocês? Pois, eu também não fazia ideia, mas fica a explicação:

 

"Diz a história que há milhares de anos, uns duendes amigos dos anjos tiveram de fugir da floresta, e os anjos , como protecção, ofereceram-lhes um anuleto.  Os anjos explicaram aos duendes que sempre que se sentissem em perigo ou sempre que precisassem, deviam agitar o amuleto e esse som chamaria os anjos para os socorrer. O amuleto ficou conhecido por Chama Anjos. Algumas referências indicam ainda que foram usados na Índia, por grávidas, para prtogeter o bebé e a mãe durante a gravidez. Diz-se que o som emite o tilintar chama os anjos, as fadas, os espíritos protectores e os seres da luz e da alegria."

 

E pronto, é exta a explicação. Eu não acredito em bruxas (pero que las hay, las hay), mas uma protecçãozinha extra nunca é demais! =)

 

 

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publicado às 13:05

Lisbon Kids Market

por A Pipoca Mais Doce, em 04.04.13
O Lisbon Kids Market é já este fim-de-semana, no Pestana Palace! Uma bela oportunidade para comprar coisas giras para a criançada. Mais informações aqui.

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publicado às 13:40

Mas qual será o nome da criança?

por A Pipoca Mais Doce, em 03.04.13

Fica uma dica...

 

esta letra anda por lá...

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publicado às 23:12

o que muda com os filhos #4

por O Arrumadinho, em 03.04.13

Para finalizar este assunto, queria falar sobre o papel do pai após o nascimento de um filho.

 

É fundamental que os pais participem de todas as tarefas — ou de grande parte delas — na rotina diária dos filhos. Hoje em dia parece-me impensável a ideia de que a mãe é que tem de fazer tudo, e que o pai fica no sofá à espera de receber a criança alimentada e lavadinha para brincar com ela durante 10 minutos e depois voltar a enfiá-la no berço ou no ovinho.

Acho, sinceramente, que a licença de paternidade deveria ser mais extensa. Eu sei que existe a possibilidade de se dividir a licença entre pai e mãe, mas é preciso ver que nos primeiros meses, por norma, os bebés mamam, por isso a necessidade de ter a mãe por perto é maior, apesar de haver mecanismos para contornar isso, como as bombas para retirar leite da mama, sem bem que uma das razões por que defendo a amamentação tem a ver com o acto de amor que isso representa, e que se perde com o recurso ao biberão.

 

Mas é importante referir aqui dois pontos diferentes: uma coisa é o período em que o pai está em casa com a mãe, a gozar a licença de paternidade, outra é o momento em que o homem volta ao trabalho e a mãe continua em casa a tratar da criança. E aqui as coisas mudam.

 

É humanamente impossível exigir aos homens que trabalhem nos seus empregos 10 ou 12 horas por dia, e que sejam eles a levantar-se às quatro da manhã quando o bebé pede para comer, e que fiquem uma hora a dar-lhe o biberão, e que sejam eles a levantar-se às sete da manhã para mudar as fraldas, e que sejam eles a fazer tudo o que diz respeito à criança, apenas porque estão em casa e estiveram muito tempo fora. Quando estão de licença, a maternidade passa a ser o emprego a tempo inteiro das crianças. A rotina das mães muda consideravelmente naquela fase da vida, mas elas têm de saber adaptar-se a isso. Têm de passar a dormir à tarde, à hora a que a criança dorme aquelas longas sestas, para que tenha resistência para acordar às quatro da manhã, têm de criar uma organização própria dos dias para que consigam fazer todas as tarefas (e são muitas, eu sei) a que são obrigadas. E esse é o emprego das mamãs durante esses quatro, cinco, seis meses. Claro que os pais, depois, devem ajudar em muita coisa, e também têm de acordar muitas vezes à noite, e mudar fraldas e dar banhos, e fazer sopas, e ir às compras, e preparar leites, e saber vestir a criança, e brincar com ela, dar-lhe mimos, e também tem de dar algum descanso à mulher, e dar-lhe mimos, e amor. Mas, como disse antes, o homem não pode é ser o único responsável por tudo o que diz respeito à criança só porque está em casa. É preciso não esquecer que ele está em casa nessa altura, mas para trás já deixou 8 ou 10 horas de trabalho, e isso também cansa.

 

Como disse anteriormente, acho, sobretudo, que é preciso equilíbrio, bom-senso, compreensão, companheirismo e muito amor entre os três. E calma. As rotinas aprendem-se, os bebés crescem, os desafios mudam e o tempo dá-nos experiência e confiança.

Depois, é tudo mais fácil.

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publicado às 14:00

O que muda com os filhos #3

por O Arrumadinho, em 02.04.13

Continuando com este assunto, queria agora falar sobre o apoio que um casal pode/deve ter após o nascimento de uma criança.


Uma estrutura de apoio aos novos pais é fundamental para que se atinja o bem-estar. As coisas são muito mais fáceis quando existem por perto avós, tios, irmãos, primos, amigos disponíveis que possam, de vez em quando, dar uma ajuda, principalmente possibilitando ao casal deixar a criança por uns momentos com alguém para que possa fazer qualquer coisa a dois, nem que seja só para arejar a cabeça.

 

Lembro-me de quando fui pai ter tido alguns dias de verdadeiro desespero, em que o miúdo começava a chorar às 6 da tarde e só parava às 10 da noite. Era a fase das cólicas, em que os bebés choram de dores e nós temos ali um filho nos braços a sofrer e não podemos fazer muita coisa para mudar isso (sim, eu sei que se podem fazer as massagens, e que há formas de os aliviar das cólicas, e medicação — fiz isso tudo, mas há uns casos piores do que os outros, e por vezes nada os alivia, nada os faz parar de chorar). Numa dessas alturas, em que tinha o miúdo ao colo há umas duas horas, lembro-me de ter começado a ficar stressado, nervoso, desesperado. Pedi à mãe para o segurar um pouco e fui dar um volta pela casa, para inspirar e expirar. E fez-me bem. Não tanto em casos destes, em que os miúdos têm um qualquer problema, mas em todos os outros, é importante haver alguém por perto que nos possa segurar as pontas por uma manhã, uma tarde, uma noite, um fim-de-semana, para que o casal possa sair das rotinas normais, esquecer as fraldas, ir ao ginásio, passear, ao cinema, jantar fora, sair com amigos, no fundo, para que os pais deixem de ser pais durante aquelas horas, ou aqueles dias, e voltem a ser um casal, voltem a fazer coisas normais e que lhes dão verdadeiro prazer.

 

O problema é que para muitos pais recentes fazer isto é quase um crime. Acham que não têm de sobrecarregar os outros com obrigações que são deles, têm medo que os avós não saibam cuidar deles se acontecer alguma coisa, têm medo que a tia não saiba mudar a fralda ou que lhe dê a sopa muito quente, têm medo que a amiga que até tem dois filhos deixe cair o bebé pelas escadas abaixo, têm medo que o cão dos primos ataque a criança, enfim, tudo serve para que prefiram ficar sempre com a criança, e nunca a deixem com ninguém. O resultado disso está no post anterior.

Acho que ser descontraído em algumas coisas pode fazer de nós melhores pais. A obsessão, seja lá de que forma forma, é sempre prejudicial. E o caso dos filhos não é excepção.


Para finalizar este tópico, poderão ler o último post, sobre "O papel do pai". Será publicado amanhã, quarta-feira, dia 3, a partir das 14h.

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publicado às 14:00

A banhos

por A Pipoca Mais Doce, em 02.04.13

Nada contra biquínis na gravidez, acho imensa graça a ver grávidas com barrigão, mas como não sei se vou gostar de me ver, já pedi dois fatos-de-banho (que também acho muito fofinhos na gravidez). Comprei na ASOS e chegaram num instantinho. Agora resta esperar que tenhamos Verão. Já li algures que este ano o sol não vem. Que bom...

 

Este são duas peças, na verdade, mas parece-me bastante confortável
Fofinhoooooo!
Enfim, claro que em Julho ou Agosto não estarei exactamente como a grávida da foto (na verdade, nunca estive), mas aposto que ela não é grávida nenhuma, é só uma sonsa com uma almofada à volta da barriga. Pfffff!

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publicado às 09:48

Perguntas sem resposta

por A Pipoca Mais Doce, em 01.04.13

Quando andava a estudar e me perguntavam se estava preparada para os testes, eu conseguia saber mais ou menos a resposta. Sabia que dominava Português, História e Filosofia, sabia que não estava tão bem a Francês ou a Geografia, e por aí a fora. Sabia quanto tinha estudado, sabia aquilo que me interessava mais, por isso também conseguia fazer uma previsão de como é que as coisas iam correr. Mas agora perguntam-me "e então, estás preparada?", e eu digo que não sei. A verdade é essa. Não sei se estou preparada para isto de ser mãe. Não é por falta de leitura (que tenho lido), nem por falta de me informar (que me tenho informado), nem por falta de falar do assunto (que tenho falado). É mesmo porque por mais que leia, por mais que me informe e por mais que fale e oiça, nada me preparará realmente para o que aí vem. Não há nada comparável. Cada livro é um livro, cada caso é um caso, cada casa é uma casa e cada família é uma família.

 

Eu optei pela táctica de não pensar excessivamente, de não complicar excessivamente, de não estar a antecipar situações que só depois, na altura, quando estiver a passar por elas, as saberei resolver (ou, pelo menos, tentar). Não gosto que me venham com conversas do género "preparada para deixar de ter vida?", "preparada para nunca mais viajar?", "preparada para nunca mais conseguires pegar num livro?", "preparada para nunca mais ires ao cinema?". E, acreditem, é raro o dia em que não me brindam com qualquer coisa do género, quase com um prazer sádico. Não sabendo exactamente o que aí vem, sei que a vida vai mudar. É normal. De repente, há mais um elemento na família, alguém que depende exclusivamente de nós, da nossa atenção, do nosso cuidado, do nosso amor, do nosso tempo. E sei que o primeiro ano será particularmente duro. Mas, e como diz o senhor meu esposo nos textos abaixo, também acho, VER-DA-DEI-RA-MEN-TE, que a forma como passamos a levar a vida depende de nós.

 

Não vou ler 20 livros por ano? Ok, talvez, mas vou tentar (eu disse TENTAR) ler dois ou três. Não irei ao cinema todas as semanas? Tudo bem, irei uma vez a cada dois meses, ou passo a ver mais séries em casa. Não vou fazer três viagens por ano? Pois, é capaz, mas uma ninguém me tira, assim haja avós, tios ou amigos que não se importem de ficar com a criança. Se acho que vou deixar de ter vida? Não, não acho, não acho mesmo. Acho que vou ter uma vida diferente, pior numas coisas, infinitamente melhor noutras, seguramente com muitas e muitas cedências que, até aqui, nunca tive de fazer. Mas acho que essa é a desculpa que muita gente usa para si mesma, para justificar o facto de não ter grandes interesses na vida. Se calhar nunca gostaram particularmente de viajar, ou de cinema, ou de concertos, ou de ir jantar fora, por isso um filho é a desculpa perfeita. "Como é que eu posso ir viajar se tenho um filho?". "Como é que eu posso ir ao cinema se tenho um filho?". Etc etc. É a desculpa perfeita, a desculpa incontestável. Quem é que vai contra-argumentar?

 

Eu não sei se estou preparada para muito do que aí vem. Não sei como será ter alguém que depende de mim. Alguém que chora dias a fio, sabe Deus por que motivo. Alguém que me acordará 34 vezes por noite. Alguém que precisará de doze fraldas por dia. Alguém que me cuspirá sopa para a cara. Alguém que achará giro atirar papa ao papel de parede. Alguém que fará birras de meia-noite, com e sem razão. Alguém que me obrigará a sair de casa como se fosse para um acampamento, mesmo que seja só para ir ali ao pediatra. Alguém que me obrigará a ter os dias planeados. Alguém que me retirará a espontaneidade da vida, o "hoje vamos jantar ali" ou o "hoje comemos só cereais". Alguém que me obrigará a uma maior contenção nos gastos. Se pensar, se pensar muito, se pensar mesmo a sério, então esqueçam. Não quero, ainda  posso voltar atrás? É por isso que prefiro não me martirizar muito com isto. Não é inconsciência, não é o não querer saber, não é um "que-se-lixe". Mas uma coisa é pensar no abstracto, teorizar, imaginar. Outra é ter um puto fofinho já cá fora, com os pezinhos a dar a dar e a fazer barulhos parvos a que só as mães acham graça. E aí, nessa altura, quem é que vai querer saber da sopa cuspida na nossa cara?

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publicado às 16:35

O que muda com os filhos #2

por O Arrumadinho, em 01.04.13

Neste segundo texto sobre este assunto, queria falar de pais que se anulam enquanto pessoas e de sexualidade.

 

Um dos maiores problemas após o nascimento da criança tem a ver com o facto de muitos pais deixarem-se anular por completo. Privam-se de fazer tudo, mas mesmo tudo, por causa da criança. Não há cinemas, não há férias, não há jantares de amigos, não há saídas a dois, porque primeiro está o bebé. Naturalmente que quem nunca teve um filho fica assustado com essa tal realidade nova, não sabe o que fazer, mas por isso disse que é preciso conhecer as regras de jogo, e as regras de jogo dizem que é preciso ter bom senso, é preciso ser adulto, é preciso perceber que sem momentos de felicidade a dois (ou até sozinhos - porque também precisamos de tempo para nós, homens e mulheres) jamais haverá momentos de felicidade a três, porque a união quebra-se, porque ninguém é feliz, porque deixou de haver um amor entre três pessoas, e passou apenas a haver uma mãe que ama um filho, um pai que ama um filho, e não há um pai que ama uma mãe, apenas um homem e uma mulher que tratam de uma criança.

 

A sexualidade também desempenha um papel fundamental nesta fase da vida de um casal que vai ter ou teve recentemente um filho. Quando falo de sexualidade falo sobretudo de intimidade. A baixa auto-estima das mulheres leva a que muitas vezes se afastem dos companheiros, que recusem todos os contactos ou aproximações mais íntimas. As hormonas também têm aqui um papel importante, é evidente, e os níveis de desejo podem baixar significativamente. Mas uma coisa é não ter desejo, outra é afastar-se sexualmente do companheiro durante três, seis, nove meses, ou por vezes durante mais tempo. Não chega dizerem-nos "Olha, amanha-te, porque agora tive um filho teu e não me apetece". Da mesma forma que os homens têm de perceber que nesse capítulo as coisas são diferentes, as mulheres devem entender que não podem, pura e simplesmente, deixar de existir enquanto mulheres e passarem a ser exclusivamente mães. Muitos amigos meus queixam-se disso mesmo: "Agora já não tenho mulher, tenho uma mamã lá em casa". E isso é outro dos factores que levam ao afastamento entre os casais.

O sexo é uma forma de aproximação entre os casais em qualquer altura, é um momento de intimidade e amor. E quando isso se vai, lá está, tudo o resto pode ruir.


Próximo tópico sobre este assunto: "A estrutura familiar", para ler amanhã, terça-feira, 2 de Abril, a partir das 14h.


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publicado às 14:00

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