Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Uma coisa é eu dizer-vos maravilhas dos produtos Philips AVENT (o que não é mentira nenhuma), outra coisa é vocês terem oportunidade de os experimentar e dizerem de vossa justiça. Assim sendo, tenho para vos oferecer quatro kits para recém-nascido, que incluem quatro biberões Natural, um escovilhão de biberões e tetinas, e uma chupeta transparente para 0-6 meses, no valor de 47,90€. Já vos tinha falado aqui dos biberões da gama Natural que, pela sua forma, facilitam a alimentação, aproximanda-o ao máximo do processo de amamentação. São muito fáceis de agarrar e vêm apetrechados com um sistema avançado anticólicas, que fazem com que o ar circule dentro do biberão e não na barriga do bebé (o que é tudo o que se quer).
Para se habiitarem a um destes kits, só têm de fazer um gosto na página da Philips AVENT Portugal e depois enviar um mail para passatempos.pipoca@gmail.com que diga porque é que o vosso bebé (ou futuro bebé) precisa mesmo, mesmo, mesmo deste kit. As quatro frases mais originais, ganham! Têm até dia 24 de Julho para participar. Boa sorteeeeeee!
A pouco mais de um mês, espero, de voltar a ser pai, começo a sentir uma ansiedade que ainda não tinha enfrentado, uma vontade, um impulso, que me empurra para esta nova fase. Agora, sinto que o momento está aí, e já que está aí, então, que venha depressa.
Nunca fui ansioso e nervoso, por isso, até há dias, vivia esta fase da gravidez com naturalidade, tranquilidade, tentando gerir as coisas por forma a que, quando o bebé estivesse para chegar, tudo estivesse pronto. E acho que a coisa tem corrido bem.
O essencial está feito: o quarto arrumado, o armário recheado, a mala da maternidade pronta, os carrinhos, alcofas e cadeirinhas montados. Só falta mesmo ele. E quando as semanas que faltam cabem apenas nos dedos de uma mão passamos a querer que ele venha já, que mostre afinal a sua carinha, que dê a contar os dedos dos pés e das mãos, que afine a guela, exiba os olhos da cor que tiverem de ser e nos deixe cheirá-lo. Quero saber se é chorão ou calminho, cabeludo ou careca, magrinho ou gordalhufo, bonito ou feioso (sim, há bebés feiosos, mesmo que os pais não o consiga ver, o que pode ser o meu caso).
Tudo isto parece ter passado muito depressa, mas temo que estas semanas finais se arrastem como eu depois de uma corrida, lentas, lentinhas, paradas.
As primeiras fraldas
Pensar em fraldas implica, necessariamente, pensar em cocós e xixis. Não é a coisa assim mais interessante e fofinha do mundo, mas é impossível dissociar bebés dessas duas palavras. É inevitável: o cocó e o xixi vão passar a fazer (ainda mais) parte da nossa vida, variadíssimas vezes por dia. Quase tão natural como a sua sede. E pronto, posto isto, uma pessoa tem de se adaptar, esquecer que é uma nojinhas de primeira (tipo...eu) e preparar-se para o que aí vem. E a preparação passa por começar a abastecer a casa de fraldas, mais ou menos como se a III Guerra Mundial estivesse quase aí a rebentar e fosse preciso açambarcar este mundo e o outro.
Aquando do baby shower, segui a ideia sugerida aqui por uma leitora e pedi aos convivas que nos trouxessem fraldas. E eles, pessoas bem mandadas, trouxeram. Distribuí a coisa de forma a que não aparecesse cá tudo com fraldas só para o primeiro mês, e acho que até correu bem. No quarto do Mateus já dormem uns 15 pacotinhos de fraldas para várias etapas. Parece muito, mas não é nada, bem sei. Se fizermos a média a 10 fraldas por dia (haverá bebés mais “descontrolados” do que outros), por mês serão umas 300. E por ano? Mais de 3500!! Não é espectacular, pensar que num só ano vamos repetir o mesmo processo mais de 3500 vezes? Isto é mesmo melhor pensarmos só ao dia (ou à hora), porque pensar ao ano desmotiva até o mais paciente dos seres.
Mas bom, dizia eu que já temos cá uns quantos pacotes, mas precisaremos de muitos, muitos mais. E por isso ando sempre a ver se descubro onde estão mais baratos. De repente, tornei-me numa daquelas pessoas que estão atentas às promoções dos supermercados para tentar desencantar uma espectacular que me permita comprar fraldas com desconto para ficar abastecida até 2030. Já apanhei uma, mas cheguei tarde e só encontrei tamanhos grandes. Nota-se que sou novata nisto. Já percebi que tenho de estar à porta do supermercado logo pela fresquinha, tipo 7 da matina, e depois, assim que abrir, correr por ali a fora como se não houvesse um amanhã, empurrando crianças e velhinhos e agarrando todos os pacotes de fraldas que conseguir. Alertaram-me para o facto de não valer a pena fazer um grande investimento em fraldas, sob pena de o miúdo poder vir a ser alérgico a alguma marca em específico, mas pronto, algumas tenho de ter. E eu espero que a criança tenha um rabo santo e que não dê chatices, que se adapte a todas as fraldas e mais algumas, de todas as marcas, tamanhos e feitios.
Por uma questão ambiental, ainda pensei no uso de fraldas ecológicas mas, sinceramente (e não me batam por isto), acho que todo o processo dá muito mais trabalho. E eu acredito que, sobretudo ao princípio, queremos é facilitar a nossa vida ao máximo. Para já, é preciso fazer um investimento inicial substancial. Acredito que, com o tempo, acabe por compensar, mas não vi fraldas ecológicas mais baratas do que 15 euros. Sim, cada uma. Depois, é preciso ter um número significativo para poder haver rotatividade, para poder pôr as sujas lavar e ter outras disponíveis para usar. E depois... pois, depois é ter de estar sempre nesse processo diário de lavar fraldas. Bem sei que em tempos idos era assim. Quando eu nasci não havia fraldas descartáveis e a boa e velhinha fralda de algodão é que me valia, mas pronto, as coisas evoluem. Falaram-me também de fraldas descartáveis biodegradáveis, que me pareceram uma opção interessante mas, e corrijam-me se estiver errada, penso que não se vendem em Portugal. Enfim, resta-me continuar no meu processo de armazenamento de fraldas. Se souberem de boas promoções avisem, hã? Não guardem tudo para vocês!
Há muito que eu andava à procura de um álbum de recordações giro para o Mateus, mas ainda não o tinha encontrado. Era tudo com muita bonecada, muita coisa. Mas depois chegou-me às mãos um Caderno do Bebé e... foi amor à primeira vista. É um projecto tão simples quanto fantástico, uma ideia saída da cabeça e das mãos de uma avó e de uma neta. Basicamente, é um álbum/livro que acompanha o primeiro ano do bebé e momentos importantes da vida dele, como o nascimento, a chegada a casa ou o primeiro Natal. O que eu gosto mesmo, mesmo é o facto de ter um grafismo muito simples e espaçoso. Dá para colar fotos, recortes, o que se quiser, sem ficar tudo atafulhado. E eu estou mortinha por começar a preenchê-lo. Acho que é um presente mesmo, mesmo giro para uma amiga grávida que ligue a estes detalhes.
11-Procurarás lembrar-te do quanto gostavas de ir a um restaurante jantar sossegada e de como eram os olhares assassinos que lançavas a crianças birrentas e guinchonas. Se, por acaso, te calhar na rifa um pequeno selvagem sem modos, fica em casa e acabou-se, até aprender a ser civilizado. E se o levares, ele deitar a barraca abaixo e alguém lhe lançar os tais olhares assassinos... lembra-te, também já estiveste daquele lado. Nada de rosnar.
12- Não obrigarás as pessoas a fazerem cálculos mentais de cada vez que te perguntarem que idade tem o puto. Uma coisa é dizeres que tem seis meses, outra é dizeres que tem 32. Também não te referirás à criança como "o bebé" tendo ele já cinco anos. Ou quatro. Ou três. E mesmo com dois, hmmm...
13- Tentarás não entrar em conversas competitivas, do género "a sério que o teu Luisinho ainda não tem dentes? Ai, o Mateus, com sete meses e meio já tinha a dentição completa e já comia entrecosto. Mas pronto, ele sempre foi muito desenvolvido para a idade".
14- Não usarás a expressão "o MEU Mateus". "Ai, o meu Mateus isto, o meu Mateus aquilo". Nem "o meu menino". Também não andarás em fóruns da internet referindo-te a ele como "o meu M.". Custa assim tanto escrever o nome completo do miúdo?
15- Tentarás, até ao limite das tuas forças, adiar ao máximo o uso de iPhones e iPads. Sim, dão muito jeito para os calar, sobretudo à mesa, mas no nosso tempo não havia nada disto e nós também nos calávamos. Saberás que, muito possivelmente, darás por ti a aderir à máxima do "se não podes vencê-los junta-te a eles". E isso é triste, mas diz que é "a evolução dos tempos".
16- Não comprarás um presente à criança sempre que for à festa de anos de um amiguinho porque "coitadinho, é para não ficar triste e ressentido". A vida é mesmo assim: cada pessoa só faz anos uma vez por ano e a vez dele também há-de chegar. Até lá, tem que aguentar.
17- Do mesmo modo, também tentarás que o puto não receba 48 presentes a cada Natal, só porque "aaaaaaaai, ele fica tão feliz a rasgar os embrulhos".
18- Não desenvolverás todo um conjunto de teorias sociológicas sobre o uso das palmadas na educação infantil e como isso pode traumatizar as criancinhas para a eternidade. Também apanhaste umas quantas quando eras miúda e isso não fez de ti uma rebelde que tentou fugir de casa ou que tentou matar os pais aos 17 anos. E se alguém ousar dizer-te "as crianças não se educam com palmadas", põe as mãos nos ouvidos e começa a gritar "lá-lá-lá, não estou a ouvir nada, lá-lá-lá".
19- Explicarás ao miúdo que à noite contam-se histórias, não se vêem filmes. E se algum dia ele chegar perto de ti e te disser "não gosto de ler", contarás até 359 antes de começares a preencher os papéis para a adopção.
20- Não lhe darás qualquer espécie de liberdade clubística. Ou é do Benfica, ou é do Benfica. Não vai ser fácil, vai sofrer muito ao longo da vida e apanhar desgostos frequentes, mas isso ajuda a formar o carácter.
(continua)
Sempre que uma pessoa que ainda não tem filhos ousa dar uma opinião sobre o tema crianças, é SEMPRE brindada com o tradicional "quando fores mãe logo falamos". Há outras variações. Também pode ser "quando tiveres filhos logo vês" ou "eu também cuspi muito para o ar e depois caiu-me em cima" ou "tens filhos? Não? Então não sabes o que estás a dizer". É o normal. Porque, claro, só podemos falar de criancinhas se as tivermos, caso contrário é-nos imediatamente passado um atestado de burrice e incompetência. O que é que nós percebemos do assunto, se ainda não temos pequenos seres lá por casa? É claro que eu discordo disto. Do mesmo modo que posso falar de futebol sem ser jogadora ou treinadora, do mesmo modo que posso falar de política sem ser ministra, do mesmo modo que posso falar de moda sem ser modelo ou estilista, acho que também posso emitir uma opinião sobre criançada sem que ainda seja mãe. Mas, confesso, estou mortinha para que o Mateus nasça só para depois já me sentir com legitimidade para dizer TUDO o que me apetece sem que me atirem um "QUANDO FORES MÃE LOGO VÊS". Quero ver qual vai ser o argumento depois. Aposto que, nessa altura, me vão dizer que só ao terceiro filho é que se pode falar com propriedade. Blá-blá-blá Whiskas saquetas.
Enfim. Eu acredito que há muita coisa que uma pessoa diz e pensa e projecta e que depois, tendo efectivamente uma criança nos braços, faça tudo ao contrário. Daquela maneira que disse que NUNCA iria fazer. Parece-me normal. É um novo mundo, estamos a lidar com uma data de situações pela primeira vez, por isso percebo que acabe por haver cedências. Acredito também que os nossos neurónios ficam de tal modo queimados que já nem nos consigamos lembrar do que é que comemos ao almoço. quanto mais daquilo que, um dia, achámos que nunca íriamos fazer com os nossos filhos. Eu tenho muito medo disto, dos tais fusíveis que se queimam e que, subitamente, nos transformam noutra coisa qualquer. É impossível alguém prever que tipo de pessoa passará a ser depois de ter um filho, por isso sempre disse que, quando engravidasse, iria fazer uma lista de TUDO o que não quero ser enquanto mãe. Só para depois ir confirmando se estou a cumprir ou se já me desgracei completamente, comprometendo tudo aquilo em que acreditava. Basicamente, quero perceber se me irei transformar numa mãe-banana.
Assim sendo, e tendo em conta a proximidade do parto, acho que vai sendo hora de dar início à minha lista. É grande, é um work in progress, por isso irá dividida em vários posts. Ora então vamos a isto:
1- Perceberás que o nascimento do teu filho é o acontecimento mais importante da tua vida mas que, para o resto dos mortais, é só mais um puto que veio ao mundo. Posto isto, não ficarás triste se o resto do mundo não mostrar um entusiasmo palpitante e desmedido pela tua criança. Para eles, é só mais um. Conforma-te.
2- Uma coisa é enviares uma ou duas fotos do puto quando ele nasce. Outra, é entupires o mail de familiares e amigos com fotos diárias da criança, legendadas ao melhor estilo "Mateus a dormir", "Mateus acordado", "Mateus a rir", "Mateus a chorar". As pessoas não conseguirão perceber as diferentes expressões do miúdo e vão achar as fotos todas iguais, por isso esquece.
3- Quando recuperares a vida social, tenta não dominar o jantar com conversas sobre o cocó do Mateus. Aliás, se puderes evita trazer o assunto "filho" à baila a cada cinco segundos (lembra-te... é só mais um bebé para o mundo e o simples facto de ser teu não o torna mais especial para os outros. Incompreensivelmente!).
4- Não tratarás o puto por "a minha cria" nem utilizarás expressões como "lamber a criar" ou "cheirar a cria". Já a palavra "criatura" poderá ser usada com a frequência que quiseres.
5- Não acharás que és a única pessoa no mundo com capacidade para pegar no teu bebé, mudar-lhe a fralda ou pô-lo a dormir. Posto isto, tentarás não rosnar sempre que alguém lhe quiser pegar ao colo (o que não quer dizer que não possas lançar uns olhares loucos e assassinos ao melhor estilo "devolve-me já o puto antes que o demónio baixe sobre mim e aí é que vais ver o que é uma mãe em fúria")
6- Há cuidados de higiene mínimos, mas não obrigarás as visitas a andarem descalças em tua casa, nem a desinfectarem-se integralmente em lixívia antes de tocarem no miúdo. Menos!
7- NUNCA, em tempo algum, guardarás cocós da criança para que o pedriatra os possa analisar mais tarde. Tem juízo nessa cabeça.
8- Não esperarás até o puto ter 25 anos para recomeçares a ter vida própria. Para bem da tua sanidade mental, terás de te esforçar para recuperar as idas ao ginásio, os jantares com amigos ou os fins-de-semana com o marido. E quando alguém te vier dizer que és má mãe por ires ao cinema e deixares o puto com a sogra... manda-os cagar, que a vida é tua, o filho é teu e só tu sabes o quanto estavas a precisar de ir espairecer. O mesmo se aplica a férias sem o miúdo: se puderes, vaaaaaaaaaaaaai!
9- Quando o deixares com alguém, procura não estar a ligar a cada sete minutos para saber se ele ainda está vivo. É passar um atestado de incompetência a quem ficar com ele. Embebeda-te e relaxa.
10- Não dirás coisas como "o meu filho está muito desenvolvido para a idade" ou "tem 5 meses mas já veste roupa de 8". Uau. Também não te vangloriarás por o miúdo ter dois anos e bater palmas e dançar quando ouve uma música. Não é sobredotado, TODOS os miúdos fazem o mesmo. Procurarás ter isenção suficiente para, se for o caso, reconheceres que ele não é lá muito esperto.
(continua)
"Estrada fora tu vais bem sozinho
Descobrir como é feito o mundo
Com os teus sapatinhos Chicco
Em boa companhia
Corres pelo campo
A brincar ao sol
Se ao fim do dia te sentes cansado
Procura um amigo
Que a casa te acompanhará"
Quem se lembra desta música e deste anúncio da Chicco ponha o dedinho no ar! Eu, eu, eu! Eu não sei quantos anos terá (já o procurei, mas não encontro), mas esta música ficou-me na memória para todo o sempre, e ainda hoje dou por mim a cantarolá-la de vez em quando. Lembro-me que o anúncio metia um miúdo e um cão amoroso, a correrem no meio do campo. E lembrei-me ainda mais quando fui à Chicco e os meus olhos bateram nos sapatinhos. Não adoro ver bebés de sapatos, sobretudo quando são mesmo muito pequeninos. Não têm nenhuma função específica, já que os miúdos ainda não andam, e eles passam o tempo todo a tentar arrancá-los (e a outra metade a tentar comê-los). Mas, confesso, não resisti aos Nino, a coisa mais fofinha de todo o sempre.
Ontem foi dia de visitar a maternidade do hospital onde, à partida, pequeno Mateus virá ao mundo. Foi um verdadeiro banho de realidade, um "oh-meu-Deus-que-esta-cena-está-a-ganhar-contornos-mesmo-sérios". Por ser uma maricas da pior espécie, acho que me vieram as lágrimas aos olhos quando vi o bloco de partos. Pensar que muito brevemente também estarei ali, no meio de todo aquele aparato, foi coisa que me mexeu com os nervos. Estava a haver um parto na sala ao lado, e ainda vi duas assistentes a saírem de lá com sacos com restos de sangue e outras coisas que preferia não ter visto. Eu sei que faz parte do processo, mas sou uma pessoa que se impressiona com pouco. Também foi um bocadinho avassalador estarmos na sala das incubadoras e, de repente, entrar uma equipa de médicos a empurrar uma incubadora com um prematuro e a gritar para saírmos todos. Credo! Mas pronto, deu para ver como aquilo funciona na realidade, o que é sempre bom. De resto, tudo normal: os quartos são simpáticos, as salas de dilatação (que eu espero não ter de vir a usar, caso se confime mesmo a cesariana) também me pareceram bastante compostas, vimos alguns bebés na sala de banhos (a chorarem como se o mundo estivesse à beira do fim), e foi isto. Sinceramente, acho que estava à espera de mais. Não que tenha grande termo de comparação, que não tenho, mas sempre me venderam este hospital como se fosse a última Coca-Cola do deserto e não achei que fosse. Acho que as visitas podiam ser mais personalizadas e podiam esforçar-se mais para nos fazerem crer que, de facto, não há melhor sítio no planeta para se ter um filho do que ali. Éramos oito grávidas mais acompanhantes, demasiada gente para andar a circular por ali e conseguir ver e ouvir tudo com detalhe. A primeira enfermeira que acompanhou a visita pareceu-me um bocadinho fria demais. Eu sei que aquilo é um hospital, não é o sítio mais fofinho do mundo, mas acho que as grávidas gostam de algum envolvimento emocional. Achei ligeiramente despropositado quando um pai perguntou se era possível tirar fotos durante o parto e ela respondeu qualquer coisa como "podem, mas se eu estiver na sala podem ter a certeza que não me vão fotografar a mim, porque não quero". Eeerrrrr... pois, está certo. Eu acho que o foco de atenção dos pais será mais a mãe e o bebé do que a enfermeira, mas tudo bem, ficámos já todos avisados que a senhora não quer aparecer. Mas pronto, importante, importante é que depois a parte dos partos propriamente ditos funcione bem, que sejam todos profissionais ultra-mega-experientes e que ponham o Mateus cá fora enquanto o diabo esfrega um olho.
A um mês e tal de ter o miúdo cá fora, começo a olhar para a casa com outros olhos. Basicamente, acho que é um poço de perigos. Para cada canto que olho só vejo perigos e mais perigos. São os cantos bicudos das mesas, são as janelas e varandas, são as portas dos armários, são as torneiras, são as gavetas, são os detergentes... Enfim, é tudo. Decididamente, a minha casa não é nada baby friendly. Eu sei que, ao início, o puto é tipo planta num vaso, limita-se a ser transportado para aqui e para ali, sem grande interacção, mas num instante cresce e começa a fazer asneiras. E, mesmo antes disso, passamos por uma fase absolutamente espectacular para uma mãe neurótica, que é garantir que não lhe acontece nada quando ele é incapaz de se manifestar e dizer o que lhe vai na alma. Eu nem quero pensar nas noites. Ao começo ainda vá, quando o berço ficar no nosso quarto. Mas mesmo aí tenho para mim que vou ser uma daquelas neuróticas que, de hora a hora, está a encostar um espelho ao nariz da criança para ver se ele ainda respira. Mas e depois? Quando ele se puser a andar (ou melhor, quando for posto a andar) para o quarto dele? Como é que me vou assegurar de que está bem e vivinho da silva? Acho que vou adiar esse momento até o miúdo ter 15 anos… Por vicissitudes da vida (ou por culpa da arquitectura do apartamento), o quarto dele não fica mesmo ao lado do nosso. Aliás, fica quase na outra ponta da casa que, não sendo um palácio de 10.000 m2, ainda tem um corredor grandinho a separar-nos. E se eu não o ouço? E se ele se engasga e eu estou a roncar que nem um porco? E se ele fica meia hora a chorar e eu nada? E se sufoca? E se começa a arder em febre? E se, e se, e se? Oh, meu Deeeus! Claro que já andei a ler sobre o síndrome de morte súbita e tenho pesadelos com isso. Será que nunca mais na vida vou dormir sossegada? Será que vou passar as noites dos próximos anos a fazer piscinas entre quartos, só para garantir que está tudo bem? Ou será que me vou mudar para o quarto do miúdo, ponho um colchãozinho no chão e fico lá de guarda ao berço, tipo cão de fila? Depois venham-me cá dizer que isto de ser mãe não tem nada que saber! Para já, para já, a única coisa que me tranquiliza é saber que existem aparelhómetros que nos ajudam a controlar os miúdos, do género “big brother is watching you”. Neste caso, big mother. Gosto da ideia de ter aparelhos de som e imagem que registam tudo o que os putos fazem e que nos dão algum sossego. Andei a pesquisar a oferta da Philips AVENT nesta matéria e cheguei à conclusão de que preciso de TUDO. A saber:
Intercomunicador para bebés:
O Intercomunicador Philips Avent SCD505, entre outras coisas pralá de boas, vem dotado com a tecnologia que garante um som cristalino e com zero interferências (ninguém quer confundir o choro do bebé com ruídos esquisitos), 100% de privacidade, e não necessita de qualquer tipo de instalação. É ligar e pronto, perfeito para quem, como eu, não se dá particularmente bem com fios e cenas complicadas. Tem também um modo de poupança de energia ECO e um alcance até 330 metros (está óptimo lá para casa). O intercomunicador inclui ainda uma luz de presença e várias canções de embalar. Maravilhoso!
Intercomunicador de vídeo digital para bebés
Sou honesta. A opção áudio parece-me bastante simpática, mas sou um bocadinho como S. Tomé: ver para crer. Assim sendo, os intercomunicadores de vídeo são, sem dúvida, a melhor opção para mim. Ouvir o puto é importante, mas ter os olhos em cima dele é ainda melhor. O intercomunicador Philips Avent SCD610 tem ecrã a cores de 2,4 polegadas (6,10cm), de alta resolução, visão nocturna por infravermelhos, que se liga automaticamente assim que fica escuro (eu avisei que isto era mesmo como o Big Brother), um alcance até 150 metros, luz de presença e canções de embalar. A unidade do bebé é fixa na parede, a dos pais é móvel (pode ser presa ao cinto ou posta num fio de pescoço), para que não percam nada!
(Preço recomendado: 241,50€)
Sinceramente, saber que estas opções estão disponíveis no mercado tranquiliza-me um bocadinho. Acho que são óptimas para evitar que os pais entrem numa espiral de loucura e obsessão que me parece um bocadinho inevitável, sobretudo com um primeiro filho. Eu juro que não quero ser uma maluquinha da segurança, mas também acho que não se pode facilitar. E, nestas coisas, mais vale pecar por excesso do que por defeito. Lamento, Mateus, mas nos primeiros tempos não vais ter assim grande privacidade. Vou estar sempre de olho em ti, meu menino, a controlar cada ruído e cada movimento teu. E dá-te por feliz se eu só usar estes aparelhinhos nos teus primeiros anos de vida. Conhecendo-me como me conheço, a minha vontade vai ser ter sempre uma câmara atrás de ti, pelo menos até aos 35!