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Aventuras da Mamã #15

por A Pipoca Mais Doce, em 30.09.13



Aaaaaaaaaah, as vacinas!


A primeira vacina que o Mateus levou foi ainda na maternidade e, graças a todos os santinhos, não tive de assistir a esse momento. A ideia de espetarem uma agulha no meu pequeno texugo era demais para mim, pessoa que quando tem de ir fazer análises começa a ventilar quatro dias antes. Assim não vi e foi como se não sentisse. Depois, com uma semana e já fora do hospital, teve de levar a vacina da BCG. E lá comecei eu a ficar com os nervos em franja, a antecipar a dor que ele ia sentir, a pensar que ia chorar até lhe faltar o ar (ele e eu). Quando entrámos no consultório e eu comecei a suspirar repetidamente, o meu homem disse-me que era melhor esperar lá fora, que me custava menos, mas não fui capaz. Tinha de estar ali, ao lado do miúdo, a segurar-lhe a mão e pronta para lhe limpar as lágrimas. Já me tinham dito que era uma vacina dolorosa, por isso enchi-me de coragem e preparei-me para o pior. Preparei-me, preparei-me, preparei-me... e nada. Nem um guincho, nem uma lágirma, nada. Andei eu ali a consumir-me e o Mateus parecia que estava na praia, todo contentinho. Bem, melhor assim, claro, mas fiquei um bocado desconfiada, a pensar “tu queres ver que ele só vai perceber o que lhe aconteceu daqui a meia hora e aí é que vai começar o berreiro?”. Mas não, nada. Um alívio. A semana passada houve nova dose, a dois dois meses. Desta vez não para uma, mas para três vacinas. E lá comecei eu novamente a hiperventilar. Três é dose. A enfermeira que nos atendeu tinha uma paciência de santa e explicou que uma das vacinas era tranquila e que as outras duas doíam. Começámos pela que não doía e, de facto, nem um pio. Depois, as outras. Dois berros e calou-se. Só isto. A única prova de que levou vacinas foram os três pensos nas pernas badochinhas. Portou-se lindamente, um orgulho. Já a mãe não se portou tão bem, sempre com o coração apertado, sempre com vontade de morder na enfermeira, sempre à espera que ela dissesse “aaaaah, estamos aqui com um probleminha no sistema e o Mateus não vai poder ser vacinado hoje”. Quis adiar o momento ao máximo, só para não o ver sofrer, mas sem dúvida que eu sofri muito mais do que ele. Aliás, tive de virar a cara de cada vez que via a agulha a encaminhar-se para o miúdo. Eu sei, eu sei, é para bem dele, mas só me apetecia pôr uma perna ao léu e gritar “pique-me antes a  mim que eu aguento melhor do que ele!!! Tudo menos picar a criança”. Enfim, sou uma maricas. Como se não bastasse, depois comecei a panicar com os possíveis efeitos secundários das vacinas. A enfermeira explicou-nos que poderiam originar alguns episódios de febre, por isso passei o dia a controlar o miúdo. Coitado, acho que lhe tirei a temperatura umas 27 vezes. Às tantas o meu homem lá me disse para me acalmar. Do género “acho que ele não teve tempo de ficar com febre desde a última vez que mediste, para aí há sete minutos”. Mais vale prevenir do que remediar. Vali-me do termómetro-chucha da AVENT, uma inovação que desconhecia. Enfia-se aquilo na boca do bebé e ele nem dá conta que lhe estamos a tirar a temperatura, não é preciso andar a chateá-lo. Em segundos ficamos a saber se tem febre ou não. Adoro estas modernices. Hipocondríaca como sou, acho que lhe vou dar muito uso da próxima vez que for apanhada por uma gripe!




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publicado às 12:15

Quando a mãe grita

por A Pipoca Mais Doce, em 26.09.13

Quando dei por mim estava a gritar. Saiu-me assim, um "aaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhh", vindo do nada. Não foi bem "do nada". Foi fruto de duas horas a ouvir o Mateus berrar como nunca. Quando dei por mim estava a gritar. Foi só um grito, só um "aaaaahhhhhhhhhhh", assim mesmo, "aaaaaaaaaahhhhhhhhhh". Saiu-me. Foi involuntário. Um bocadinho alto demais. Só um grito. Ele não deu por nada. Pelo menos, nem o meu berro calou o dele. Mas saiu-me, sem querer. Quando dei por mim estava a gritar. E o meu marido, ao meu lado no sofá, olhou para mim como se eu tivesse enlouquecido. Acho até que deu um ligeiro salto, do susto. Não foi de propósito. Saiu-me. Foi o desespero, a impotência de já não saber o que fazer. Quando dei por mim... estava a gritar. E se não tivesse gritado, seguramente estaria desfeita em lágrimas. Gritei com o Mateus. Já foi há dias e ainda me dói. Porque ele não tem culpa. Porque as cólicas são umas filhas da puta que lhe arrancam um choro quase até ao sufoco. Quando dei por mim estava a gritar e não me consigo esquecer. Já lhe pedi desculpas. Já lhe expliquei que vou dar o melhor de mim para não voltar a gritar, mas acho que isso é mais ou menos o mesmo que tentar fazer dieta. A boa vontade está lá, mas nem sempre vai dar para cumprir. E isso chateia-me. Acredito que, ao longo da vida, muitos gritos me irão escapar. E tenho medo que ele não perceba. Que não perceba que nem sempre a culpa vai ser dele (às vezes também vai ser), que nós, adultos, temos vidas chatas e complicadas e que, às vezes, a tendência é para descarregar em quem está mais à mão. Gritei-lhe porque estava cansada, porque mal tinha dormido, porque já tinha tentado tudo e nada o calava, e o choro cada vez mais forte, e mais dentro dos ouvidos e do cérebro. Não que esteja à procura de desculpas para mim mesma. Gritei e pesou-me mais a mim do que ele. Nessa noite levantei-me várias vezes para o espreitar a dormir. Estiquei a mão para lhe fazer festinhas devagar, sem o acordar, mas queria mesmo era arrancá-lo do berço e obrigá-lo a falar, para dizer que não estava chateado, que já tinha passado e que eu não sou uma mãe má. Hoje fui à Fnac comprar um livro para mim e acabei por trazer um para ele. Quero começar a fazer-lhe uma biblioteca logo desde pequenino. Trouxe o "Quando a Mãe Grita", a história de uma "pinguina" que grita ao seu filho. E assusta-o tanto que ele acaba desfeito, com todas as partes do corpo espalhadas pelo mundo. O final é feliz, a mãe pinguina pede desculpa e o pinguim perdoa. Trouxe o livro, já o li ao Mateus e escrevi-lhe uma dedicatória para ler daqui a alguns anos. Porque eu até poderei gritar, mas no final serei sempre a pinguina que estará lá para os abraços e para o pedido de desculpas.

 

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publicado às 23:20

Curso de massagens para bebés

por A Pipoca Mais Doce, em 26.09.13

 

O Espaço Cegonha vai promover um workshop de massagens para bebés. E eu, que muitas vezes não sei o que mais fazer ao Mateus no desespero das cólicas, já estou mais do que inscrita para o fazer. Lá estarei eu, devidamente munida da criança, para ver se as massagens o acalmam. E quando é que são os filhos a fazer massagens nas mães? Ainda demora muito?

 

Deixo-vos mais informações, caso queiram inscrever-se também. O curso é dado pela Constança Ferreira.

 

Programa Dias Felizes + Curso de massagem para bebés
Este é um programa pensado para as mães e bebés logo desde o nascimento e até aproximadamente os três meses (embora se o bebé for um bocadinho mais crescido e tiver ainda problemas de choro inconsolável, dificuldade nas noites, cólicas, etc, também se aplica e vai beneficiar do curso).
O programa é muito focado em ajudar o bebé na sua adaptação ao ambiente extra-uterino e em ajudar a minorar os desconfortos (cólicas, irritação, excesso de estímulo, dificuldade em adormecer, etc). Por outro lado, focamo-nos também muito em "traduzir" o que o bebé está a transmitir de forma a que a mãe possa interpretar os sinais do seu bebé, compreender melhor as necessidades que ele lhe está a transmitir e, dessa forma, sentir-se mais confiante e segura, reconhecendo melhor os sinais do bebé. O grande objectivo passa por estabelecermos as condições para que mãe e bebé se compreendam cada vez melhor e tenham o que é necessário para potenciar a vinculação segura e dias mais felizes e tranquilos.
A par e em sintonia com tudo isto, iniciamos sempre as sessões com as técnicas de massagem shantala (apenas as mães/pais massajam o bebé), esclarecem-se dúvidas de cada mãe sobre o seu bebé, vamos falar sobre babywearing,  e terminamos com uma pequena conversa informativa sobre um tema do desenvolvimento do bebé (cada sessão tem um tema: sono, choro, cólicas, amamentação, expectativas e adaptação; o ritmo do bebé, etc).
Os benefícios das técnicas de massagem são inúmeros mas situam-se em áreas como o alívio das cólicas, ajuda na regularização e promoção fisiológica de ciclos de sono, aumento da compreensão sobre os comportamentos do bebé, aumento da confiança dos pais.
O toque como elemento nutritivo e o aumento do conhecimento do bebé, das suas necessidades e fisiologia são os pilares deste programa. 
Organização:quatro sessões semanais de 90 minutos

Datas: todas as segundas-feiras entre 7  e 28 de outubro das 11h30 às 13h00.

Local: Espaço Cegonha

 

 

 

 

 

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publicado às 23:07

i-Move aprovadíssimo!

por A Pipoca Mais Doce, em 24.09.13

Quando eu disse aqui que ia usar o carrinho i-Move da Chicco para o Mateus foram várias as pessoas que se insurgiram (como se fossem elas que tivessem de andar com ele). Traçaram-me os piores prognósticos, e que era pesado, e que era difícil de manusear, e mimimimimi. Pois é, dois meses e tal depois (e com muitas saídas à rua, fins-de-semana, etc e tal), tenho a dizer que estou bastante satisfeita. Mesmo. O carrinho é super fácil de usar, monto-o e desmonto-o em segundos (ao fim da segunda ou terceira utilização já se abre e fecha de olhos fechados), e tem um efeito milagroso no miúdo: pode estar na maior crise de sempre, assim que chegamos à rua embala e ninguém o ouve. Foram várias as noites em que pensei ir passeá-lo para a rua para ver se o acalmava. Também me disseram que ia dar pouco uso à alcofa, o que não é verdade. Tem-nos dado um jeitão de todo o tamanho e é usada todo o santo dia. Quando vamos a algum lado de carro o Mateus vai no ovinho, mas depois tiramo-lo e fica na alcofa. Não saímos de casa sem ela. Assim o miúdo fica mais confortável e pode dormir em qualquer lugar (não é recomendado que fiquem muito tempo no ovinho). Também tem dado jeito quando vamos de fim-de-semana e não queremos levar o berço portátil: dorme na alcofa e está o assunto resolvido. Em casa, excepto à noite (quando vai para o berço), também temos sempre a alcofa montada no carrinho, e assim o miúdo está onde estivermos. Infelizmente, ele está a crescer e acho que só caberá lá por mais um par de meses. Uma pena.

 

Para já, encontro apenas dois aspectos menos bons no carrinho: ter pouco espaço em baixo para pormos trallha e o facto de o ovinho não ser reclinável, para o bebé poder ficar um pouco mais deitado. De resto, aprovadíssimo. Ah, e quanto ao facto de termos escolhido o modelo branco, para já ainda não nos arrependemos. Já ficou um bocadinho sujo aqui ou ali, mas passa-se com uma toalhita e fica impecável!

 

 

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publicado às 23:00

AVENTUras da Mamã #14

por A Pipoca Mais Doce, em 24.09.13

 

 

Saudades de dormir

 

Marquei a viagem para Paris há mais de um mês, mas a cada dia que passava o coração ia ficando mais e mais apertado. A ideia de deixar o pequeno texugo por três dias era assim como uma facada, mas tentava não pensar muito no assunto. A verdade é que fui na quinta e voltei no sábado, por isso só não o vi na sexta, mas mesmo assim parecia-me uma eternidade. Apesar disso, tinha alguma curiosidade em saber como é que seria, se conseguiria estar longe mas relativamente tranquila, ou se iria passar os dias em pranto e arrasada de saudades. Acho que encontrei um meio-termo saudável. Tive saudades, pensei nele 270 vezes por dia, fartei-me de pedir ao meu pai que me enviasse fotos, liguei para saber como tinha passado as noites e comprei-lhe alguns presentes para acalmar as saudades, mas acho que não entrei numa espiral de obsessão capaz de me aniquilar a alegria de estar em Paris (mesmo que a trabalho). Se calhar sou uma péssima mãe, mas devo confessar que me soube bem estar um bocadinho afastada de fraldas e biberões. Mas o melhor de tudo foi mesmo poder dormir sem estar em constante vigília à espera de ser acordada por um choro a qualquer instante. Uma das noites dormi umas dez horas e soube-me a pato, de tão cansada que estava. A verdade é que eu sou pessoa que sempre adorou dormir. O meu homem acha que é um desperdício, fica de boca aberta com as minhas sestas de duas ou três horas (que não voltei a fazer desde que o Mateus nasceu), mas eu tenho realmente prazer em dormir. Sou feliz a dormir, o que é que querem? E, desde que o Mateus nasceu, isso acabou um bocadinho. Já há algum tempo que tinha deixado de dormir 12 ou 14 horas, como era capaz de dormir quando era mais nova, e a gravidez também se encarregou de me ir preparando para o que me esperava, mas quer dizer, dormir três ou quatro horas por noite também é pouco! Está bem que fazemos turnos, está bem que até dormimos em quartos separados algumas noites, mas o sono não volta a ser o mesmo. Nunca mais foi aquele descanso, aquele sono profundo, aquela despreocupação. Agora dorme-se sempre em alerta, o subconsciente sempre pronto para nos fazer saltar da cama assim que for preciso. Contrariamente ao que fazia nas primeiras semanas, agora não tenho dormido durante o dia. Já basta estar de turno noite sim, noite não para me desregular os sonos todos. Se ainda me puser a dormir à tarde então é que fica tudo estragado. Por isso, e porque o menino Mateus acorda a cada três horas para enfardar, já tenho muitas e boas horas de sono em atraso. E foi por isso que me soube bem o afastamento por duas noites. Quando voltei, e talvez para se vingar do abandono, o miúdo teve um dos maiores ataques de cólicas de que há memória. Há uns tempos que andava calmo, mas eu cheguei e pronto, toma lá gritos estridentes que é para aprenderes a não ires para Paris e deixares-me aqui. Em compensação, caiu para o lado às onze da noite (ele e eu) e só acordou às... seis e um quarto da manhã! Recorde absoluto. Dormiu sete horinhas seguidas, sem um queixume. Nem queria acreditar. Quando acordou, devorou o biberão em 15 minutos e voltou a dormir mais quatro horas. Foi um querido. Infelizmente, foi uma vez sem exemplo, já voltámos ao esquema do despertar de três em três horas. Sendo que ele acorda, come (às vezes leva uma vida), é preciso adormecê-lo novamente (põe chucha, perde chucha, procura chucha, põe chucha, perde chucha, procura chucha) e, nos entretantos, já se passou uma hora e ele está quase a acordar de novo. Para além disso, eu sou uma pessoa que, quando acordada, não consegue voltar a adormecer com toda a facilidade do mundo. Fico ali às voltas, é uma chatice. A privação do sono é, para mim, a verdadeira parte chata da maternidade, a única coisa realmente má. Eu gostava de ser um Marcelo Rebelo de Sousa desta vida, que dorme três horas por noite e fica fresco que nem uma alface, mas não, a privação do sono tem efeitos bastante nefastos no meu humor e no meu rendimento durante o dia. Por isso, e até o Mateus começar a dar noites boas (lá para os 35 anos, quando tiver casa própria), resta-me aguentar, tentar deitar-me mais cedo (sempre fui menina para me deitar lá pelas duas) e ver se não fico maluquinha.



 

Para o drama das chuchas desaparecidas em combate durante a noite, a AVENT tem uma solução engraçada: chuchas com argolas que brilham no escuro. Acreditem que às três da manhã, quando estamos bêbadas de sono, todas as ajudas são preciosas. E se houver alguma coisa que nos ajude a encontrar a famigerada chucha, aquela que faz com que o bebé se cale como que por milagre, então é mais do que bem-vinda. Têm-me sido muito úteis. Para além disso, o formato respeita o desenvolvimento natural do palato, dos dentes e das gengivas, mesmo se a chupeta se virar ao contrário na boca do bebé (não há cá aquela preocupação de estar sempre a ver se está bem posta). Mal posso esperar pelo momento em que vou deixar 26 chuchas espalhadas pelo berço e o Mateus vai ter a habilidade de as encontrar e pô-las na boca sem a ajuda de ninguém!

 

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publicado às 00:08

AVENTuras da Mamã #13

por A Pipoca Mais Doce, em 17.09.13

 

 

Choros para todos os gostos

 

Quando estava a fazer o curso de preparação para o parto, aproveitei e fiz um workshop sobre o choro dos bebés, com a Constança. Penso que falei disso por aqui na altura. Lembro-me de ela nos mostrar vários vídeos com bebés a chorar, para tentarmos identificar o motivo do choro, e eu achar que aquilo era tudo igual. Quando eu achava que era fome, afinal eram cólicas. Quando eu achava que era sono, afinal era fome. Quando eu achava que afinal eram cólicas, afinal era só mimo. Enfim, sempre ao lado. A Constança dizia para não nos preocuparmos, que quando fosse o nosso bebé haveríamos de conseguir distinguir os choros. A verdade é que, dois meses passados, já é relativamente fácil saber porque é que o Mateus chora. Antes de tirar a carta de condução, lembro-me de perguntar ao meu pai como é que ele sabia que mudança era para pôr. A resposta dele foi simples: “não te preocupes que o carro pede, só tens de ouvir”. Sempre achei aquela explicação um bocado esotérica, mas a verdade é que é mesmo assim. Quando comecei as aulas de condução percebi o que aquilo quer dizer, o carro pede mesmo as mudanças, é impossível ir ali uma vida inteira em primeira porque o carro pede a segunda, a terceira e por aí adiante. Com o choro dos bebés é mais ou menos o mesmo, eles também pedem coisas diferentes. O choro espaçado, incisivo e muito agudo é de cólicas. O choro que vai começando assim de mansinho e se transforma num berreiro ininterrupto é fome. O choro de braços a abanar é falta de colo. O choro misturado com fungadelas é nariz entupido. Depois há o choro de momento, quando lhe estamos a fazer alguma coisa de que não gosta: pôr no banho, tirar do banho, mudar a fralda, passar toalhitas frias no rabo, mudar de roupa, etc e tal. E depois temos ainda o outro choro, aquele que é por coisa nenhuma. Ora se não tem cólicas, se não tem fome, se não tem sono, se não tem o nariz entupido, se não lhe estamos a fazer nada e se está ao colo, então está a chorar só porque sim. Este, juntamente com o choro das cólicas, é o pior. Os outros são de fácil resolução. E mesmo as cólicas, com alguma paciência, também se resolvem. Mas quando chora porque chora, aí é que a coisa se complica. É mais ou menos nesta altura que começamos a falar com a criança, geralmente já num tom ligeiramente enervado (sobretudo a meio da noite), à espera de uma resposta que não chega. É a altura do “mas o que foi agora? Mas o que é que tu tens? Mas porque é que estás a chorar, homem de Deus?”.  Lá no fundinho, temos uma certa esperança que o nosso filho se revele um sobredotado capaz de falar aos dois meses, e que nos diga qualquer coisa como “estou a chorar porque me apetece um bitoque e ainda não tenho dentes”. Ou “estou a chorar porque não há maneira de o Dancing Days chegar ao fim”. Ou “estou a chorar porque vestiste-me esta roupa horrorosa e eu tenho vergonha de ser visto em público assim”. Qualquer desculpa serve, queremos é descobrir o motivo e pôr fim à choradeira. Geralmente não se descobre. Ele chora, nós tentamos tudo e mais alguma coisa, nada resulta e então, como por milagre, cala-se e reina o sossego no lar. Claro que, nesse meio tempo, eu fico a pensar nas 326 coisas horríveis que podem estar por detrás daquele choro. Quantas e quantas vezes já não dei por mim a tirar-lhe a temperatura? Quantas e quantas vezes não fiquei a achar que o miúdo está a chorar por causa de uma qualquer doença que eu não sou capaz de detectar? Quantas e quantas vezes não tive vontade de chorar também, com o desespero de não saber mais o que fazer?

Mas bom, não se deixem levar por estes pensamentos negros porque, bem vistas as coisas, o choro dos bebés não é uma coisa tão enigmática como pode parecer para quem assiste ao fenómeno de fora. Futuras mães deste meu país, não sofram por antecipação, não achem que os vossos filhos vão chorar até ao desmaio e que vocês não serão capazes de os acudir porque, regra geral, vão saber sempre o que se passa com os pequenos seres. Quando não souberem, bem, é esperar. E se for mesmo, mesmo preciso... chorem também!



Quanto ao choro das cólicas... bem, eu acho que este fenómeno é mais ou menos como as gripes: só passam quando têm de passar, mas há coisas que, nos entretantos, ajudam a amenizar. Como os biberões. Já aqui falei várias vezes do AVENT Natural, com um sistema avançado anti-cólicas, um design específico que faz com que ar resultante da sucção seja libertado para o biberão e não paa o bebé. Para além disso, o formato da tetina permite um agarrar natural semelhante ao peito, o que facilita o processo de alimentação.

 

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publicado às 18:19

As maravilhas do sling

por A Pipoca Mais Doce, em 16.09.13

Sempre que me falavam de slings eu achava aquilo muito Festa do Avante, uma coisa assim meio alternativa, para gente hippie, vegetariana e adepta das medicinas alternativas. Claro que engoli cada palavrinha. Numa das idas ao Espaço Cegonha para me queixar das noites tenebrosas do Mateus, a Constança perguntou "então e já experimentaste um sling?". Disse-lhe que não e lá lhe expliquei o que é que pensava sobre o assunto. Foi aí que ela me deu um a experimentar, só para ver que tal me dava e... ouvi sinos. Vi anjos! Enfiei o Mateus lá dentro e ele pareceu logo adorar, mas precisava de experimentar numa hora crítica, quando ele estivesse aos berros e sem nada que o acalmasse. Moral da história: não saio de casa sem sling. Quando ele começa a chorar e nada o cala, lá sai o sling da mala e lá vai o Mateus lá para dentro. A fórmula sling+chucha+palmadinhas no rabo+ligeiro embalo é absolutamente milagrosa. Então à noite, ui!. Este fim-de-semana, no Porto, estávamos a almoçar e o menino Mateus lembrou-se de começar a berrar, mas a berrar mesmo. Aquele berrar que me faz olhar de lado para as criancinhas nos restaurantes. E estava já a levantar-me para me ir embora com ele (tenham santa paciência, ninguém merece estar a levar com o berreiro das crianças dos outros, sou a primeira a solidarizar-me), quando me lembrei que tinha o sling comigo. Et voilá, Mateus no sling, silêncio e mãezinha com as mãos livres para acabar de almoçar. Yeaaaah! O meu sling é da Baci Baby, uma marca portuguesa. Tem padrões muito giros, os preços vão dos 44 aos 57 euros, e pode ser utilizado até a criança ter 13 quilos. O meu é azul clarinho de um lado e às risquinhas do outro, mas acho que vou investir também num todo preto. Ah, e vou arranjar outro para o homem, porque ele diz que não tem qualquer problema em usar. Óptimo!

 

 

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publicado às 14:46

AVENTuras da Mamã #12

por A Pipoca Mais Doce, em 10.09.13


 

Para mais tarde recordar


 

Dizem que isto é coisa de primeiro filho, e talvez seja. Que com os seguintes uma pessoa deixa de querer saber, que o entusiasmo já desceu consideravelmente, que temos mais com que nos entreter. Que seja. Coube ao Mateus o lugar de primogénito, por isso terá direito a  tudo aquilo que o meu amor (e a minha paciência) permitir. Neste momento, a paixão assolapada que sinto faz com que ande seeeeeempre a tirar fotos. E a fazer vídeos. E a tentar não perder nenhum momento. E a registar tudo por escrito numa espécie de diário onde procuro escrever todos os dias. E a anotar cada detalhe num álbum próprio. E a usar a aplicação da Avent (My Baby & Me), para anotar horas de comer e dormir, fazer estatísticas (sim, tornei-me numa dessas pessoas) ou fazer montagens fofinhas com fotos.  E a pensar em coisas especiais para celebrar cada mês (ok, até agora ainda só celebrámos um). E a fazer moldes de mãos e pés, só para um dia me lembrar o tamanhinho que ele já teve (como se me pudesse esquecer). E a pôr de lado as roupinhas que já não lhe servem guardando as mais especiais. Dou por mim a pensar sempre em mais e mais coisas que posso fazer para que o Mateus um dia saiba que foi um bebé muito querido por toda a gente. E para que não lhe faltem memórias. Tenho pena, por exemplo, de não ter nenhum vídeo meu em pequena (outros tempos) ou de não ter tantas fotos quanto gostaria. Mas apesar de fazer mil e uma coisas, não faço ideia se ele vai ligar a mínima. Ponho-me a pensar em todas as coisas fofinhas que lhe escrevo, todos os detalhes que vou guardando para ele, e pergunto-me se alguma vez achará graça ou se será só um marmanjo parvo e sem o mínimo de sensibilidade para as pirosices da mãe. Posso estar enganada, mas acho que com uma menina seria diferente . Dão mais valor a estas coisas. Digam-me vocês, mães de meninos. De qualquer forma, não quero saber. Vou continuar a tirar fotos (em mês e meio foram quase duas mil), a planear quadros com detalhes, e a fazer tudo aquilo que me apetecer. Um dia, quando ele for mais velhinho, vou oferecer-lhe muitas destas coisas e esperar que me salte para o pescoço aos abraços e beijos, comovidíssimo. Caso a minha profecia não se cumpra, posso sempre ameaçá-lo com uma ordem de despejo. Se nem assim ele se comover... bem, que se lixe. Afinal, e bem lá no fundinho, todas estas memórias são mais para mim do que para ele.




 

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publicado às 13:49

Perspectivas

por A Pipoca Mais Doce, em 10.09.13

E quando uma pessoa já está praticamente esquecida de uma coisa chamada "período", eis que ele regressa, qual filho pródigo, em todo o seu esplendor.

 

Parte má: voltar àquela moínha, à TPM, e à chatice aos pensos higiénicos (já nem sabia onde é que andavam).

 

Parte boa: saber que, na cesariana, não me lixaram os ovários nem nada que me faça falta, e que, aparentemente, está tudo a funcionar como deve ser.

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publicado às 00:36

O meu e os outros

por A Pipoca Mais Doce, em 08.09.13

Se eu ganhasse uma nota de 500€ por cada vez que já ouvi "bem, quem diria?", por esta altura já estaria rica. E quando é que eu oiço esta frase? Basicamente, sempre que encho o Mateus de beijos e faço vozinhas queridas em frente aos meus amigos. É que salta sempre um "bem, quem diria que esta miúda um dia estaria assim por uma criança?" ou qualquer coisa assim parecida. Calma lá, meus amigos, calma lá. Não vamos pôr a carroça à frente dos bois. A maternidade não fez com que, de repente, eu começasse a gostar de tooooodas as crianças do mundo. Não gosto, não se iludam, é melhor esclarecermos isto desde já para não apanharem mais desilusões. Continuo a achar que, salvo raras excepções, são bastante irritantes, e mal-criadas e berram em demasia. E a olhar para alguns putos sobre os quais parece ter baixado o demónio e a pensar "o que tu precisavas era de uma bela palmada nesse rabo". E podem vir já aí todos os defensores da criançada alheia que é para o lado que eu durmo melhor (também não me brindem com todas as teorias sócio-pedagógicas-anti-palmadas que, basicamente, é pregar aos peixes). Ainda assim, não percebo o espanto por eu gostar da minha criança. E por a estrafegar com beijos. E por dizer que sinto saudades aquele par de horas em que não estou com ela. O que é que estavam à espera? Que dissesse "aaaaaah, até nem o acho assim muito querido"? Ou "eh pá, não vou muito à bola com ele"? Ou que o quisesse devolver ao fim de três dias? Amo o Mateus de paixão. E apesar de não gostar de crianças assim no geral, nunca tive dúvidas de que da minha eu gostaria. Quer dizer, é minha, what's not to love about him? Assim de repente, é só o bebé mais fofinho e maravilhoso do mundo. E sei que um dia também há-de ter ataques de parvoeira (que eu tentarei minimizar com todas as minhas forças, juro), que nem assim deixarei de gostar dele. Uma coisa são os nossos, outra coisa, muito diferente, são os dos outros. E se antes, quando manifestava o meu desagrado por certas atitudes infantis, era sempre brindada com um bonito e desdenhoso "espera até seres mãe", agora, que já sou, posso continuar a dizer que há coisas nos putos que são intoleráveis. Finalmente, foi-me concedida legitimidade para dizer TODAAAAA a verdade sobre o maravilhoso mundo das crianças. Ah, e não me digam que quem não adora todas as crianças do mundo nunca poderá ser uma boa mãe (aposto que é a teoria que se segue) porque isso, basicamente, é só parvo.

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publicado às 22:03

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