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Na minha inocência de grávida, achava que as últimas semanas iam servir para tratar de coisas como depilação, manicure, pedicure, sobrancelhas, etc. Poooois. A intenção era boa, mas a verdade é que entrei no hospital a parecer o Mogli, o menino da selva. Uma pessoa não descura essas coisas habitualmente, mas lá para o fim da gravidez a paciência começa a esgotar-se, a vontade de sair de casa é pouca e já só queremos é sopas e descanso. Moral da história, apresentei-me com a depilação num estado lastimável (mentalizem-se, há uma altura na vida de uma grávida em que deixamos de ver algumas partes do nosso corpo, partes essas que estarão bastante em destaque durante um parto), verniz dos pés a começar a querer saltar, sobrancelhas que já precisavam de um jeitinho, nuances a precisarem de ser retocadas, etc, etc, etc. Não deu tempo para nenhuma dessas coisas, por isso agora, aos poucos, tenho de ir tratando desses afazeres. O ideal era enfiar-me num spa um dia inteiro e sair de lá como nova, mas não tenho tempo para isso, portanto a coisa tem de ser feita aos poucos. Ontem, pela primeira vez, saí de casa sem o rebento. Tinhas as unhas das mãos numa lástima, não aguentava nem mais um dia, por isso fui. Tentei que fosse uma coisa normal, tentei não fazer um grande drama disso, sabia que o miúdo ficava muitíssimo bem entregue ao pai (a quem, apesar de tudo, fiz 720 recomendações ultra-específicas, ao melhor estilo "olha que ele tem de comer e mudar a fralda"), mas claro que saí de casa com o coração ligeiramente apertadinho. Foi a primeira vez!! Demorei uma hora fora de casa e controlei-me para não olhar para o telemóvel nem mandar mensagens a cada instante (só enviei uma mensagem para dizer que já estava a voltar). E tentei falar de outros assuntos que não o bebé, porque se uma pessoa sai de casa é para espairecer, não é para estar sempre vidrada no mesmo assunto. Acho que superei a prova com distinção. Cheguei a casa e o miúdo estava a dormir na paz dos anjos. Confesso que tinha uma leve esperança em que ele estivesse aos berros e a espernar, tamanhas as saudades da mãe, mas não. Tranquilíssimo. Acho que nem topou que me ausentei. Tão pequenino e já tão desnaturado!