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Médicos? Para quê?

por A Pipoca Mais Doce, em 29.07.13

Uma coisa que também gosto muito e a que tenho assistido com frequência aqui na caixa de comentários, são leitores a dizerem uns aos outros coisas como "o seu médico não percebe nada", ou "foi mal assistida", ou até, como li, "o director de pediatria do hospital não sabe o que diz". De repente, toda a gente é médica. De repente, toda a gente é enfermeira especializada em neonatologia. De repente, toda a gente nasceu com os mais altos conhecimentos pediátricos. Acho bonita a leviandade com que se diz que o médico A ou o profisisonal B não percebe nada do assunto. A leveza com que se põe em causa a profissão dos outros, só porque se pensa de outra maneira. E, pelo modo como algumas pessoas escrevem, ficamos a achar que estamos todos entregues a uma cambada de incompetentes que não faz a mínima ideia do que anda para aí a fazer. E, pior, somos umas burras por confiarmos naquilo que nos dizem e que, burras, burras, burras, acreditamos ser o melhor para nós e para os nossos filhos. Futuras mães deste meu país, quando parirem as vossas crianças (sobretudo se for a primeira vez) e o obstetra, o pediatra ou qualquer outro profissional de saúde vos disser para fazerem assim ou assado, não se fiem nisso, que esses sacanas só vos querem é enganar! Liguem antes um computador, acedam à net, e juntem-se àqueles fóruns de mães onde perguntam coisas do género "o médico receitou o medicamente X ao meu M. mas não me apetecia gastar dinheiro sem saber se funciona, o que é que acham?". E depois fiquem ali a absorver 210 respostas diferentes, mas todas muito pertinentes e certeiras. Médicos?? Para quê, se há mães tão iluminadas neste mundo?

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publicado às 01:23


55 comentários

De Rita Teixeira a 29.07.2013 às 02:24

Certificados de equivalência para MUITAS das tuas leitoras Pipoca! Clap Clap Clap! Quando o teu miúdo fizer um ano temos aqui só Professoras Doutoras e os verdadeiros Professores Doutores estão em casa desempregados... É a lei da equivalência!! Envio uma dose extra de paciência, exclusiva para leres o teu próprio blog Ana!

De Silvia a 29.07.2013 às 06:24

Pipoca adorei a ironia e a verdade que ela traduz. Tudo de bom.

De Anónimo a 29.07.2013 às 08:11

Sim..hoje em dia a maior parte das pessoas têm um "curso de medicina"... ou pelo menos "umas cadeiras feitas nessa área"... e como tal.. adoooram opinar... mesmo sem certezas.. ! Por vezes penso, como é que a Pipoca tem tanta paciência... onde a vai arranjar? Também quero!
Tenha um bom dia :)

Vera Alves

De Inês Dunas a 29.07.2013 às 09:34

Eu sou da opinião que devemos sempre ouvir a classe médica, mas como em todos os casos, também existem médicos e enfermeiras fundamentalistas...
Eu no centro de saúde sempre tive um excelente acompanhamento por parte das enfermeiras, por exemplo, ajudaram-me muito com as minhas dúvidas, inseguranças e receios e continuam a ser um apoio fantástico!
Mas os filhos também são nossos e nós conhecemos-os melhor que o pediatra que o vê só nas consultas de rotina, logo também tem de haver filtragem e sensatez da nossa parte, até porque se formos a dois médicos diferentes podemos ter duas opiniões completamente distintas sobre o mesmo assunto...
Devemos ouvir sempre os conselhos médicos, mas também saber contestar ou pedir uma segunda opinião, devidamente válida e creditada, se a directriz não nos deixa segura. Da minha parte concordo quase sempre com a pediatra da Inês, gosto muito dela porque é sensata, pratica e atenta!
Beijinhos nos dois!

De Tânia Salgado a 29.07.2013 às 09:37

Sou mãe mas só posso dizer uma coisa... Há mães muito fundamentalistas, tão fundamentalistas que dá medo!!! Os fóruns são o melhor exemplo!!

De Momentos Editados a 29.07.2013 às 09:47

Lol É verdade, verdadinha!

Todos nós nos armamos em médicos nem que seja uma vez na vida!
Há pessoas que conseguem faze-lo frequentemente , diagnosticam e medicam todos à volta.

De Anónimo a 29.07.2013 às 09:51

Adorei! :)
Assustam-me muito, esses foruns de mãezinhas...
Então e grupos de mães?! São reuniões de mães que se juntam regularmente para falar sobre essa coisa extremamente complicada que é "ser mãe"... Sempre que penso nisso, penso "pobres crianças, que devem ter mães tãããão chatas!" Lol!

De ... a 29.07.2013 às 12:50

Esses "grupos de maezinhas" que fala com um ar de gozo foram nos meses em casa para mim muito importantes. Para mim e para cada u a das..sei la.. 40 "maezinhas" que dele faziam parte. E estou certa que o que nāo faltam por aí sao "maezinhas" com a mema opiniao. Alias, se gosto de vir aqui ler a "maezinha" do Mateus é exatamente por achar sempre algo util, ouvir experiencias, coisas que num dia necessario eu saberei que é normal e, tendo capacidade intelectual suficiente para discernir, filtrar, etc..., nāo vejo nada de negativo.

De A Pipoca Mais Doce a 29.07.2013 às 14:45

Eu também acho que os fóruns têm a sua utilidade, mas não para debater alegremente sobre todo um mundo de patologias. Como é óbvio, se há 100 mães num fórum, é quase seguro que haverá 100 opiniões distintas. E o que é que se faz com toda essa informação? Como é que se decide? Como é feita a triagem? Uma mãe diz que o medicamento X resultou muito bem com a sua criança, outra diz que lhe fez uma reacção alérgica. Fica-se um bocadinho na mesma.

De ... a 29.07.2013 às 15:36

a resposta era direcionada para o comentário onde a escrevi :) ...o qual não se centrava nas discussões de patologias, mas na crítica destrutiva aos grupos de mães que durante a gravidez/primeiro ano do bebé "até se encontram". E o quão maravilhosos eram os encontros que nós tínhamos, éramos pessoas tão diferentes com as quais possivelmente num outro contexto não teria assunto, desde níveis de vida a níveis de formação completamente antitésicos, mas aquele convívio, os piqueniques com os miúdos, pôr todos numa manta, para "falar sobre essa coisa extremamente complicada que é "ser mãe"" E NÃO SÓ!, eram o principal e tão importante escape da maioria durante o período de licença em que, longe de família e amigos, eu e muitas passaríamos os dias em casa sozinhas com os bebés. Muitas vezes estes grupos, os tais "que até se encontram..." existem não para andar à porrada sobre qual o melhor creme para a crosta láctea, mas para se conversar, desanuviar, desabafar, partilhar ideias, para nos fazer sair de casa e ter vida, animar; e não para passar receitas de Ventilan.
Quanto ao tema central do post e ao seguir ideias quando a temática é médica, óbvio que o filtro é outro, ou é até inexistente...nas situações que assim o requerem quem for idealmente sensato saberá onde tem de ir, e não é decerto a estas bandas cibernauticas.

De Anónimo a 29.07.2013 às 15:06

Eu também não vejo nada de negativo nesses grupos. Como tanta coisa na vida, cada um gosta do que gosta! E eu tenho o direito a não gostar, tal como quem frequenta esses grupos tem o direito a gostar. Muito simples.
É óbvio que também tive muitas dúvidas na gravidez, quando o meu filho nasceu, etc. Aliás, as dúvidas manter-se-ão enquanto cá estivermos os dois, eu e ele, porque a nossa relação é uma aprendizagem constante.
Mas daí a juntar-me a um grupo de desconhecidas para falar sobre essa coisa de ser mãe... Bom, isso não, obrigado. Prefiro falar com os meus amigos. Pais e não pais. Não concordo nada com essa afirmação (que já ouvi precisamente de uma amiga que frequenta um grupo de mães) do "só quem é mãe é que sabe". Mesmo nada. É bom falar com amigos que têm filhos, quer para nos rirmos do que temos em comum, quer para percebermos que cada criança é diferente. Mas também é tão, mas tão bom falar com amigos que não são pais e que por vezes, precisamente por estarem de foram, vêem mais claro...
E ainda o melhor de tudo é mantermos o nosso espírito crítico. Em relação aos médicos. Em relação aos foruns de discussão ou grupos de mães. Em relação a nós mesmas. Espírito crítico e bom senso é que fazem falta!
Pipoca, adorei os posts com a lista daquilo que não quereria fazer, depois de ser mãe! :) Para a animar, posso dizer-lhe, 7 anos depois de ter sido mãe: é possível cumpri-la!

De Jo a 29.07.2013 às 09:57

hahahaha. adoro!!

De Sandra a 29.07.2013 às 09:58

Isto vai ficar grandeeee... O David começou com refluxo (bolsar) às 24 horas de vida. O pediatra escolhido por mim para assistir o David disse ser normal. E que passava aos seis meses, nem mais nem menos. Ok. O meu sobrinho mais novo também tinha. E passou mesmo aos seis meses. Mas não era como o David. Bolsava um bocadinho que ficava no babete e pronto. O David deitava tudo cá fora. Ficava encharcado, eu também e o chão parecia um rio. E o pediatra desvalorizava. Aos seis meses não passou. Só piorou. A ponto do David bolsar a papa, a sopa e a fruta. E ficou doente a primeira vez. Fui ao pediatra que continuou a dizer ser normal e que passava aos 9 meses... Como???????? Bem, não gostei e decidi pedir uma segunda opinião - que eu já pretendia antes, mas o marido achava que se o pediatra dizia ser normal, é porque era normal e eu era apenas uma paranóica com a saúde da criança!! O pediatra a quem fui com o David para uma segunda opinião achou por bem receitar um medicamento ao David (Cinet) para controlar o refluxo. Assim foi, teve de tomar até aos 12 meses e aí começámos aos pouquinhos a deixar de lho dar. Correu tudo bem e o David nunca mais bolsou. Bem, isto tudo para dizer que sim, também somos um bocadinho médicas dos nossos filhos. Vamos aprendendo a lidar com eles e com as doenças que eles apanham, mais cedo, ou mais tarde. Eu descobri da pior maneira que tenho mesmo de ser médica do meu filho. Há médicos e médicos... Depois de uma situação destas, fui pedir uma segunda opinião com o coração nas mãos, a saber que mesmo um médico pediatra particular se estava nas tintas para o meu menino, se ele sofria ou não (e como ele sofria - o refluxo não é só bolsar, mas também provoca enfartamento, mau estar e dores). Encontrei um novo pediatra particular que está ali pelos pacientes, que se interessa pelos problemas dos pequeninos e se estão a sofrer ou não. E que não quer que um bebé sofra sem necessidade...

De Mel a 29.07.2013 às 15:18

Não foi médica, foi mãe. Que dramática. O que fez foi não se contentar com uma opinião e procurar outra. Isso não acontece só nos serviços médicos mas em todos. Se fosse "médica" teria partido para o/os medicamento/os mais usados para situações semelhantes, como se percebesse alguma coisa do assunto.

De Sandra a 30.07.2013 às 09:45

Querida Mel, eu não sou dramática. Sou MÃE. Uma MÃE que, infelizmente, não tem tido um filho com a maior saúde do mundo. Já passei mais horas com o meu filho nos hospitais e consultórios pediátricos do que gastei em jantares com amigos e em férias nos meus 38 anos de vida. Já perdi a conta às horas que passei com ele em laboratórios de análises a tirar sangue. Já perdi a conta às horas que passo em casa a fazer-lhe tratamentos. Mas também já tenho sido médica do meu filho. Porque sou eu que estou com ele diariamente. Sou eu que conheço a respiração dele e como ele fica quando está doente. O David por exemplo, não faz febre. Como é que se vê que um bebé/criança está doente? Normalmente, quando está com febre... Por isso, tenho de ser uma MÃE mais atenta. Não dramática. Não paranóica. Que isso não ajuda em nada o meu filho. O que o ajuda é ter uma MÃE atenta e desembaraçada. Por favor, não seja fundamentalista ao contrário, porque os extremos acabam por se tocar...

De Sofia a 30.07.2013 às 20:06

Pelo que li os dois médicos tinham razão. Provavelmente, o primeiro, ao ver que a criança não estava a baixar o peso, resolveu não medicar pois estas situações são normais nas crianças e não se medica a criança a não ser que esteja a baixar o peso ou tenha a garganta toda inflamada por causa dos vómitos. O 2.º médico resolveu medicar a criança porque viu que assim ia tratar a histeria da mãe. E todas sabemos que mãe feliz é igual a criança feliz. Digamos que o 2.º médico é um especialista em Maketing e sabe vender o seu serviço porque com certeza a Sandra vai recomendá-lo a outras e dizer cobras e lagartos do 1º médico que foi igualmente bom senão melhor médico que o 2.º. ;) O Cinet não cura. É um medicamento para aliviar o sintoma vómito. Tal como o Ben-u-ron não cura otites mas serve para aliviar os sintomas associados, isto é, dores e febre.

De Sandra a 03.08.2013 às 21:23

Querida Sofia, não me conhece para me chamar histérica, assim como eu não a conheço para a chamar de anormal e mal educada.

De Ana Carvalho a 29.07.2013 às 10:16

CLAP CLAP CLAP!!!!
Não podia estar mais de acordo!

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