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O meu e os outros

por A Pipoca Mais Doce, em 08.09.13

Se eu ganhasse uma nota de 500€ por cada vez que já ouvi "bem, quem diria?", por esta altura já estaria rica. E quando é que eu oiço esta frase? Basicamente, sempre que encho o Mateus de beijos e faço vozinhas queridas em frente aos meus amigos. É que salta sempre um "bem, quem diria que esta miúda um dia estaria assim por uma criança?" ou qualquer coisa assim parecida. Calma lá, meus amigos, calma lá. Não vamos pôr a carroça à frente dos bois. A maternidade não fez com que, de repente, eu começasse a gostar de tooooodas as crianças do mundo. Não gosto, não se iludam, é melhor esclarecermos isto desde já para não apanharem mais desilusões. Continuo a achar que, salvo raras excepções, são bastante irritantes, e mal-criadas e berram em demasia. E a olhar para alguns putos sobre os quais parece ter baixado o demónio e a pensar "o que tu precisavas era de uma bela palmada nesse rabo". E podem vir já aí todos os defensores da criançada alheia que é para o lado que eu durmo melhor (também não me brindem com todas as teorias sócio-pedagógicas-anti-palmadas que, basicamente, é pregar aos peixes). Ainda assim, não percebo o espanto por eu gostar da minha criança. E por a estrafegar com beijos. E por dizer que sinto saudades aquele par de horas em que não estou com ela. O que é que estavam à espera? Que dissesse "aaaaaah, até nem o acho assim muito querido"? Ou "eh pá, não vou muito à bola com ele"? Ou que o quisesse devolver ao fim de três dias? Amo o Mateus de paixão. E apesar de não gostar de crianças assim no geral, nunca tive dúvidas de que da minha eu gostaria. Quer dizer, é minha, what's not to love about him? Assim de repente, é só o bebé mais fofinho e maravilhoso do mundo. E sei que um dia também há-de ter ataques de parvoeira (que eu tentarei minimizar com todas as minhas forças, juro), que nem assim deixarei de gostar dele. Uma coisa são os nossos, outra coisa, muito diferente, são os dos outros. E se antes, quando manifestava o meu desagrado por certas atitudes infantis, era sempre brindada com um bonito e desdenhoso "espera até seres mãe", agora, que já sou, posso continuar a dizer que há coisas nos putos que são intoleráveis. Finalmente, foi-me concedida legitimidade para dizer TODAAAAA a verdade sobre o maravilhoso mundo das crianças. Ah, e não me digam que quem não adora todas as crianças do mundo nunca poderá ser uma boa mãe (aposto que é a teoria que se segue) porque isso, basicamente, é só parvo.

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publicado às 22:03


61 comentários

De Luna Facies a 17.09.2013 às 09:30

Apoiado!
Estava aqui a rir-me com os comentários do "ah, o meu comigo não faz farinha, leva logo uma palmada e tal!". Aliás, tenho esse conflito com o meu próprio marido que diz que não tem paciência para as birras da nossa filha de 2 anos e meio, e que o que resolve é uma boa palmada. E eu respondo exactamente isso, é muito mais fácil desistir e levá-la à força a fazer o que queremos, ou porque gritamos com ela ao jeito das cavernas, do que dizer assertivamente o que pode e não pode fazer, e ensinar. Não é preciso negociar com chupas e ipads (às vezes também é, não se iludam!), mas dizer de forma firme, sem gritaria "Não podes mexer aí", "essa gaveta não é para tu mexeres", "apanha esses brinquedos, se faz favor" (importante não esquecer a verdadeira educação...), e acreditem que isto sim é educar e é um desafio. Como disse a Inês Dunas, e eu digo exactamente o mesmo ao meu marido, a superioridade física não dura para sempre, e se educarmos que tudo se resolve à palmada, quem sabe não seremos nós a levá-las quando formos mais velhos e precisarmos que eles cuidem de nós. Pensem nisto.

De Inês Dunas a 17.09.2013 às 20:55

Eu também acho muito pertinente o educar com educação, eu agradeço sempre à minha filha quando ela faz aquilo que eu peço e também lhe peço desculpa quando erro. E a verdade é que ela, com 23 meses já responde : "Não, obrigada!" quando não quer alguma coisa, ou apenas "Obrigada!" quando faço aquilo que ela pede! Quando se porta mal, ou me magoa na brincadeira (porque é desastrada como a mãe!!) pede desculpa, com um ar mesmo arrependido...
Por isso, dá trabalho, às vezes temos que contar até 100 (ou 1000), mas compensa!
Ajuda muito se nos metermos mais vezes no lugar deles, para tentarmos determinados comportamentos e escutá-los é essencial, afinal quem é que gosta de ser tratado com indiferença?
E o facto de serem crianças não os torna menos dignos de respeito que nós, penso eu...
Até porque eles aprendem muito por imitação daquilo que vêem ao seu redor!
Obrigada Luna Facies, beijinho em si!

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