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Para mais tarde recordar
Dizem que isto é coisa de primeiro filho, e talvez seja. Que com os seguintes uma pessoa deixa de querer saber, que o entusiasmo já desceu consideravelmente, que temos mais com que nos entreter. Que seja. Coube ao Mateus o lugar de primogénito, por isso terá direito a tudo aquilo que o meu amor (e a minha paciência) permitir. Neste momento, a paixão assolapada que sinto faz com que ande seeeeeempre a tirar fotos. E a fazer vídeos. E a tentar não perder nenhum momento. E a registar tudo por escrito numa espécie de diário onde procuro escrever todos os dias. E a anotar cada detalhe num álbum próprio. E a usar a aplicação da Avent (My Baby & Me), para anotar horas de comer e dormir, fazer estatísticas (sim, tornei-me numa dessas pessoas) ou fazer montagens fofinhas com fotos. E a pensar em coisas especiais para celebrar cada mês (ok, até agora ainda só celebrámos um). E a fazer moldes de mãos e pés, só para um dia me lembrar o tamanhinho que ele já teve (como se me pudesse esquecer). E a pôr de lado as roupinhas que já não lhe servem guardando as mais especiais. Dou por mim a pensar sempre em mais e mais coisas que posso fazer para que o Mateus um dia saiba que foi um bebé muito querido por toda a gente. E para que não lhe faltem memórias. Tenho pena, por exemplo, de não ter nenhum vídeo meu em pequena (outros tempos) ou de não ter tantas fotos quanto gostaria. Mas apesar de fazer mil e uma coisas, não faço ideia se ele vai ligar a mínima. Ponho-me a pensar em todas as coisas fofinhas que lhe escrevo, todos os detalhes que vou guardando para ele, e pergunto-me se alguma vez achará graça ou se será só um marmanjo parvo e sem o mínimo de sensibilidade para as pirosices da mãe. Posso estar enganada, mas acho que com uma menina seria diferente . Dão mais valor a estas coisas. Digam-me vocês, mães de meninos. De qualquer forma, não quero saber. Vou continuar a tirar fotos (em mês e meio foram quase duas mil), a planear quadros com detalhes, e a fazer tudo aquilo que me apetecer. Um dia, quando ele for mais velhinho, vou oferecer-lhe muitas destas coisas e esperar que me salte para o pescoço aos abraços e beijos, comovidíssimo. Caso a minha profecia não se cumpra, posso sempre ameaçá-lo com uma ordem de despejo. Se nem assim ele se comover... bem, que se lixe. Afinal, e bem lá no fundinho, todas estas memórias são mais para mim do que para ele.