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AVENTUras da Mamã #14

por A Pipoca Mais Doce, em 24.09.13

 

 

Saudades de dormir

 

Marquei a viagem para Paris há mais de um mês, mas a cada dia que passava o coração ia ficando mais e mais apertado. A ideia de deixar o pequeno texugo por três dias era assim como uma facada, mas tentava não pensar muito no assunto. A verdade é que fui na quinta e voltei no sábado, por isso só não o vi na sexta, mas mesmo assim parecia-me uma eternidade. Apesar disso, tinha alguma curiosidade em saber como é que seria, se conseguiria estar longe mas relativamente tranquila, ou se iria passar os dias em pranto e arrasada de saudades. Acho que encontrei um meio-termo saudável. Tive saudades, pensei nele 270 vezes por dia, fartei-me de pedir ao meu pai que me enviasse fotos, liguei para saber como tinha passado as noites e comprei-lhe alguns presentes para acalmar as saudades, mas acho que não entrei numa espiral de obsessão capaz de me aniquilar a alegria de estar em Paris (mesmo que a trabalho). Se calhar sou uma péssima mãe, mas devo confessar que me soube bem estar um bocadinho afastada de fraldas e biberões. Mas o melhor de tudo foi mesmo poder dormir sem estar em constante vigília à espera de ser acordada por um choro a qualquer instante. Uma das noites dormi umas dez horas e soube-me a pato, de tão cansada que estava. A verdade é que eu sou pessoa que sempre adorou dormir. O meu homem acha que é um desperdício, fica de boca aberta com as minhas sestas de duas ou três horas (que não voltei a fazer desde que o Mateus nasceu), mas eu tenho realmente prazer em dormir. Sou feliz a dormir, o que é que querem? E, desde que o Mateus nasceu, isso acabou um bocadinho. Já há algum tempo que tinha deixado de dormir 12 ou 14 horas, como era capaz de dormir quando era mais nova, e a gravidez também se encarregou de me ir preparando para o que me esperava, mas quer dizer, dormir três ou quatro horas por noite também é pouco! Está bem que fazemos turnos, está bem que até dormimos em quartos separados algumas noites, mas o sono não volta a ser o mesmo. Nunca mais foi aquele descanso, aquele sono profundo, aquela despreocupação. Agora dorme-se sempre em alerta, o subconsciente sempre pronto para nos fazer saltar da cama assim que for preciso. Contrariamente ao que fazia nas primeiras semanas, agora não tenho dormido durante o dia. Já basta estar de turno noite sim, noite não para me desregular os sonos todos. Se ainda me puser a dormir à tarde então é que fica tudo estragado. Por isso, e porque o menino Mateus acorda a cada três horas para enfardar, já tenho muitas e boas horas de sono em atraso. E foi por isso que me soube bem o afastamento por duas noites. Quando voltei, e talvez para se vingar do abandono, o miúdo teve um dos maiores ataques de cólicas de que há memória. Há uns tempos que andava calmo, mas eu cheguei e pronto, toma lá gritos estridentes que é para aprenderes a não ires para Paris e deixares-me aqui. Em compensação, caiu para o lado às onze da noite (ele e eu) e só acordou às... seis e um quarto da manhã! Recorde absoluto. Dormiu sete horinhas seguidas, sem um queixume. Nem queria acreditar. Quando acordou, devorou o biberão em 15 minutos e voltou a dormir mais quatro horas. Foi um querido. Infelizmente, foi uma vez sem exemplo, já voltámos ao esquema do despertar de três em três horas. Sendo que ele acorda, come (às vezes leva uma vida), é preciso adormecê-lo novamente (põe chucha, perde chucha, procura chucha, põe chucha, perde chucha, procura chucha) e, nos entretantos, já se passou uma hora e ele está quase a acordar de novo. Para além disso, eu sou uma pessoa que, quando acordada, não consegue voltar a adormecer com toda a facilidade do mundo. Fico ali às voltas, é uma chatice. A privação do sono é, para mim, a verdadeira parte chata da maternidade, a única coisa realmente má. Eu gostava de ser um Marcelo Rebelo de Sousa desta vida, que dorme três horas por noite e fica fresco que nem uma alface, mas não, a privação do sono tem efeitos bastante nefastos no meu humor e no meu rendimento durante o dia. Por isso, e até o Mateus começar a dar noites boas (lá para os 35 anos, quando tiver casa própria), resta-me aguentar, tentar deitar-me mais cedo (sempre fui menina para me deitar lá pelas duas) e ver se não fico maluquinha.



 

Para o drama das chuchas desaparecidas em combate durante a noite, a AVENT tem uma solução engraçada: chuchas com argolas que brilham no escuro. Acreditem que às três da manhã, quando estamos bêbadas de sono, todas as ajudas são preciosas. E se houver alguma coisa que nos ajude a encontrar a famigerada chucha, aquela que faz com que o bebé se cale como que por milagre, então é mais do que bem-vinda. Têm-me sido muito úteis. Para além disso, o formato respeita o desenvolvimento natural do palato, dos dentes e das gengivas, mesmo se a chupeta se virar ao contrário na boca do bebé (não há cá aquela preocupação de estar sempre a ver se está bem posta). Mal posso esperar pelo momento em que vou deixar 26 chuchas espalhadas pelo berço e o Mateus vai ter a habilidade de as encontrar e pô-las na boca sem a ajuda de ninguém!

 

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23 comentários

De Smurfina a 24.09.2013 às 12:14

Apesar de não ser mãe, penso que essas noites sem dormir são compensatórias.Tenho que lhe dar os parabéns por não ter problemas em dizer que o seu filho é chorão e chora de noite (enfim...quase todos choram).Não tenho a minima paciencia para as mães que falam dos filhos como se fossem crianças especiais, nunca choram, comem e dormem bem sempre...Enfim...Tenho menos paciencia para essas pessoas do que para quem passa a vida a queixar-se. Beijinho para si e para o baby Mateus.

De Ana Rita a 25.09.2013 às 16:44

Eu é que não tenho paciência para a invejite aguda das mães que não suportam as mães de bebés fáceis, como é o caso. É um comentário um bocado infeliz, este. Porque é que as mães haveriam de mentir e dizer que os bebés não choram? Pois tenho a dizer-lhe que sim há bebés super calmos e fáceis e que pouco choram e o meu é um desses, não é mais especial por isso, é mais especial porque é MEU... quero lá saber que não tenha paciência para ler isto... É assim que o meu filho é, e não vou ocultar isso ou mentir só para não ferir a susceptibilidade das mães de bebés difíceis. Tenha lá paciência.

De Smurfina a 27.09.2013 às 11:50

Invejite?Se ler com atenção vê que eu ainda nem mãe sou!Como poderia ter inveja de si?E olhe Parabéns...Pelos vistos tem um bebé fora de série!A realidade é que muitas mães mentem só para não darem parte de fracas (não estou a dizer que é o seu caso...). Têm autênticas pestinhas em casa e vêm dizer que têm anjinhos!Por isso congratulei a Pipoca, por falar do Mateus tal e qual como ele é!Atenção que não estou a dizer que a Ana Rita é um desses casos, simplesmente exemplifiquei!Felicidades para si e para o seu baby!:-)

De Ana a 24.09.2013 às 12:40

A teoria é muito boa mas, ou eu tive muito azar, ou as que comprei para o Daniel são especiais de corrida. São da marca Avent mas parece que o material da argola é luminescente, ou seja, só brilha depois de receber algum estímulo de luz. E convenhamos, ter de acender uma luz para ver a chucha a brilhar depois de a apagarmos não é lá grande ajuda. Infelizmente a embalagem com todos papéis já tinha ido para o lixo quando me dei conta disto.
Se puderes interceder junto dos senhores da Avent e explicar este problema do ponto de vista do utilizador agradecia.
Senti-me enganada e deixo aqui o alerta para que outros pais estejam atentos a estes pequenos pormenores.

De Vanessa a 25.09.2013 às 14:53

Assim que li o post e vi essa parte das chuchas, pensei logo que não ia resultar. Todos os materiais ditos florescentes funcionam assim: têm de apanhar com luz e só a seguir é que brilham!

De Ana a 25.09.2013 às 19:26

Todas as coisas que brilham no escuro precisam de estar expostas á luz antes para depois se ver o brilho do escuro. Não é problema da Avent, é assim que o material funciona.
O compostos utilizados têm a capacidade de libertar a energia absorvida a um ritmo lento, por isso é que nós conseguimos ver. Mas se não lhe for fornecida essa energia não há nada para libertar.

De Ana a 27.09.2013 às 09:50

Devo ser uma alminha muito pouco iluminada realmente :)
Então se a Ana Garcia Martins me permitir esclareça-me só uma coisa. Quando diz que às três da manhã esta chucha lhe dá um jeitão também tem de acender uma luz para depois a chucha brilhar? Isto é só de mim ou é um pouco aborrecido? Depois ainda se queixam que as mamãs têm depressões pós-parto, não há quem aguente.

E outra pergunta, ao melhor estilo revista Maria, disseram-me que as da MAM, por exemplo, não são assim. Estarão a mentir-me (não entendo a necessidade) ou serão chuchas com material fosforescente ou coisa que o valha?

Agradeço a vossa paciência.

De Ana Magalhães a 24.09.2013 às 17:12

Olá,
Aqui futura mamã de 31 semanas. E também eu sou das que desperdiça(va) 12 a 14 horas de sono por dia, com direito a sesta nos dias em que isso fosse possível. Desde sempre troco tudo por dormir, com a mais valia que gosto de me deitar cedo e nada contra com o levantar me tarde. Ai e tal vai passar com a idade e etc, não passou, pois tenho 34 anos e nada. E mais uma coisa, dormia muito bem e feliz de barriguinha para baixo. Noites seguidas, sem acordar para nada. Mas isso acabou há já algum tempo. Acabou. Ainda nem o Gui nasceu e já acabou. Primeiro que me habituasse a dormir de outra maneira que a habitual que era dormir de barriga para baixo, foram semanas de noites mal dormidas. Agora que até já consigo dormir de outras maneiras, passo a vida com insónias e acordar de 2 em 2 horas para ir ao wc ou para beber ou mesmo para comer, que dá me uma fome de noite que me tira o sono. Mas as insónias estão a deixar me louca. A minha médica diz que é a natureza a preparar me para o que aí vem.
E pronto, depois do nenuco nascer nada de dormir porque ele precisa de comer, e mais as cólicas e as fraldas e etc. Não vou dormir nunca e isso deve ser das coisas que mais me aflige. Isso e o parto. Estão par a par.
Beijos grandes

De morangoazul a 24.09.2013 às 18:44

Só mesmo os vendedores é que arranjam vantagens nas chupetas...porque na prática não há nenhuma. Convém retirá la o mais cedo possível.

De Ana Almeida a 24.09.2013 às 21:51

"Se calhar sou uma péssima mãe, mas devo confessar que me soube bem estar um bocadinho afastada de fraldas e biberões."

Li esta frase vezes sem fim... Identifiquei-me imenso porque quando fui mãe ( e bem nova diga se) sentia-me sempre com uma imensa culpa de estar a gostar de dormir ou de fazer algo sem o meu miúdo... E as pessoas (sempre mais velhas que eu) a questionar se eu não tinha saudades da criança e se me sentia bem em estar longe dele... Enfim... Saudades tinha sempre, assim como a Ana referiu que estamos sempre a pensar nas criaturas e no quanto dependemos emocionalmente deles...
Mas agora lembrando me destas situações que passei e ultrapassei sozinha sempre com o medo de me acharem estranha e má mãe .. E sendo eu mãe muito nova ainda tinha o medo acrescido de o acharem que por ter decidido ser mãe jovem...

Para mim neste momento... Antes de mãe sempre fui mulher.. E ser for uma mulher feliz e realizada serei sempre uma mãe muito melhor e sempre e mais apaixonada pela minha criatura que já esta na casa dos 10 anos!!!

Parabéns pelos posts que me fazem relembrar de tantos momentos que passei e sentir me menos estranha... Afinal não sou só eu a passar por estas coisas hilariantes!!!!!

Obrigada.

De Juless a 24.09.2013 às 22:24

As noites mal dormidas tb sao para mim o que me custa mais... O rapaz ate faz um ciclo de 6/7 horas as vezes... das 21h ate as 4h... mas quem e que quer ir pra cama logo as 21h? Pode ser q quando o dancing days acabar me deite mais cedo.
Em relacao ao ritual da chucha ja me lembrei de arranjar uns elasticos pra prender atras das orelhas tipo mascara de carnaval... mas a protecao de menores ainda me tirava o puto por maus tratos!

De Anónimo a 24.09.2013 às 23:59

Pipoca isto de ser mãe não é fácil, mas acredite ter um Arrumadinho ao lado faz toda a diferença : ) que vai ficar 5 meses em casa... nós comuns dos mortais, estamos sozinhas, pois o marido esta a trabalhar, e como nós estamos um dia inteiro em casa, poupamos o coitado que no outro dia vai trabalhar, assim, dormimos nos intervalos dos biberões e quando o baby esta a dormir. Assim a realidade de mãe para mãe é muito diferente, e se para algumas mães que tiveram a vida super facilitada ( foi o meu caso) outras fazem tudo sozinhas, algumas nem têm os pais ou sogros perto para ajudar, e os maridos estão a trabalhar, e não podem faltar porque, ai e tal tenho que ir trocar o verniz! esta é a realidade da maioria das mães, daí as depressões pós parto.. Baixa auto estima, não têm tempo de ir tantas vezes ao cabeleireiro, perder horas no shoping a comprar roupa...Mas apesar de tudo ser mãe é o melhor do mundo.

De Sofia Bernardo a 25.09.2013 às 06:58

Não terás de esperar até aos 35 anos do rapazote. O meu também dava noites péssimas (por outras razões que não cólicas) e já aos 5 anos tudo melhorou. É muito provável que notes uma diferença positiva quando o passares para o quarto dele. Boa sorte!

De Anónimo a 25.09.2013 às 09:15

Nos mais ou menos uma vez por mês deixamos a miúda em casa da avo a dormir a noite toda! E vamos jantar fora e a seguir... Dormir! Dormir ate ao meio dia! Começamos a fazer isto pelos 8 meses, pq apesar de dormir a noite toda ela acorda cedíssimo....

De Ana Azevedo a 25.09.2013 às 13:37

É impressionante. Nunca comentei nada no teu blog, mas cada vez que o leio parece que as coisas estão a sair da minha cabeça. A minha filha tem 9 meses. AMO-A. É linda. Mas as saudades que tenho de dormir... O bem que me sabe sair a noite sem ela, e ao mesmo tempo, a angustia que se sente, do tipo, o pai estar a dar bem conta do recado???... Há uns dias atras, ela dormiu em casa dos avos, e o bem que eu dormi. Foi até as 11h da manhã. Mas depois é assim, noites sem dormir, com ela a choramingar, e ela de manhã brinda-nos com um sorriso do tipo OLA, BOM DIA... é maravilhoso, todas estas contradições...

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