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Aaaaaaaaaah, as vacinas!
A primeira vacina que o Mateus levou foi ainda na maternidade e, graças a todos os santinhos, não tive de assistir a esse momento. A ideia de espetarem uma agulha no meu pequeno texugo era demais para mim, pessoa que quando tem de ir fazer análises começa a ventilar quatro dias antes. Assim não vi e foi como se não sentisse. Depois, com uma semana e já fora do hospital, teve de levar a vacina da BCG. E lá comecei eu a ficar com os nervos em franja, a antecipar a dor que ele ia sentir, a pensar que ia chorar até lhe faltar o ar (ele e eu). Quando entrámos no consultório e eu comecei a suspirar repetidamente, o meu homem disse-me que era melhor esperar lá fora, que me custava menos, mas não fui capaz. Tinha de estar ali, ao lado do miúdo, a segurar-lhe a mão e pronta para lhe limpar as lágrimas. Já me tinham dito que era uma vacina dolorosa, por isso enchi-me de coragem e preparei-me para o pior. Preparei-me, preparei-me, preparei-me... e nada. Nem um guincho, nem uma lágirma, nada. Andei eu ali a consumir-me e o Mateus parecia que estava na praia, todo contentinho. Bem, melhor assim, claro, mas fiquei um bocado desconfiada, a pensar “tu queres ver que ele só vai perceber o que lhe aconteceu daqui a meia hora e aí é que vai começar o berreiro?”. Mas não, nada. Um alívio. A semana passada houve nova dose, a dois dois meses. Desta vez não para uma, mas para três vacinas. E lá comecei eu novamente a hiperventilar. Três é dose. A enfermeira que nos atendeu tinha uma paciência de santa e explicou que uma das vacinas era tranquila e que as outras duas doíam. Começámos pela que não doía e, de facto, nem um pio. Depois, as outras. Dois berros e calou-se. Só isto. A única prova de que levou vacinas foram os três pensos nas pernas badochinhas. Portou-se lindamente, um orgulho. Já a mãe não se portou tão bem, sempre com o coração apertado, sempre com vontade de morder na enfermeira, sempre à espera que ela dissesse “aaaaah, estamos aqui com um probleminha no sistema e o Mateus não vai poder ser vacinado hoje”. Quis adiar o momento ao máximo, só para não o ver sofrer, mas sem dúvida que eu sofri muito mais do que ele. Aliás, tive de virar a cara de cada vez que via a agulha a encaminhar-se para o miúdo. Eu sei, eu sei, é para bem dele, mas só me apetecia pôr uma perna ao léu e gritar “pique-me antes a mim que eu aguento melhor do que ele!!! Tudo menos picar a criança”. Enfim, sou uma maricas. Como se não bastasse, depois comecei a panicar com os possíveis efeitos secundários das vacinas. A enfermeira explicou-nos que poderiam originar alguns episódios de febre, por isso passei o dia a controlar o miúdo. Coitado, acho que lhe tirei a temperatura umas 27 vezes. Às tantas o meu homem lá me disse para me acalmar. Do género “acho que ele não teve tempo de ficar com febre desde a última vez que mediste, para aí há sete minutos”. Mais vale prevenir do que remediar. Vali-me do termómetro-chucha da AVENT, uma inovação que desconhecia. Enfia-se aquilo na boca do bebé e ele nem dá conta que lhe estamos a tirar a temperatura, não é preciso andar a chateá-lo. Em segundos ficamos a saber se tem febre ou não. Adoro estas modernices. Hipocondríaca como sou, acho que lhe vou dar muito uso da próxima vez que for apanhada por uma gripe!