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O peso certo
A palavra “percentil” é uma das mais utilizadas no dicionário das mães. Fora desse mundo, ninguém percebe nada do assunto, nem ninguém quer saber. É um tema que as mães a-d-o-r-a-m discutir entre elas e, regra geral, quanto maior o número mais felizes elas ficam. Até pode significar que têm lá em casa uma criança perto da obesidade, mas enchem a boca de orgulho para dizer “ai o seu Afonso só está no percentil 25? O meu Bruninho está no 95.” O mundo divide-se entre duas classes: a dos que não são pais e perguntam o peso dos bebés alheios só para fazer conversa e ouvirem os pais a falar sobre isso entusiasticamente durante, mais ou menos, 45 minutos; e a classe das mães, que levam o assunto mesmo a sério. Eu, sendo mãe, enquadro-me na primeira categoria. Não me interessa propriamente entrar em campeonatos para ver se o meu filho está mais crescido ou mais rechonchudo do que o filho da minha vizinha. Basicamente, só quero saber se ele se está a desenvolver bem e de forma saudável. Mas tendo um bebé que nasceu prematuro esta questão ganha toooooda uma outra importância. O Mateu nasceu com pouco mais de dois quilos e ainda não entrava na curva dos percentis. Tivemos de comprar uma balança para controlar o peso dele em casa, porque não podia descer dos dois. De dois em dois dias lá estávamos nós a pô-lo na balança para ver que tal estava a evoluir, e era uma alegria ver que estava sempre mais gordinho. Deixou de ser um bebé mínimo e super magrinho para se transformar num texugo bochechudo. Só na última consulta, a dos três meses, foi possível fazer uma aproximação ao percentil: está algures entre o 25 e o 50. Ou seja, já tem praticamente o peso normal para um bebé com o tempo dele, sem sinais de prematuridade, e engorda a olhos vistos. As minhas costas que o digam, que já se vão ressentindo das sessões diárias de colo àquela bolinha de 6 quilos. Está bem e saudável, é tudo o que interessa. Mas agora estamos naquela fase chata entre tamanhos, pouco amiga no que toca a comprar roupa. A de 0-3 meses já fica no limite, a de 3-6 ainda lhe fica a boiar. Dramas de mãe! A verdade é que olho para as primeiras fotos do Mateus e já sinto tantas, tantas, tantas saudades de ele ser assim mínimo. Claro que agora está melhor (dá vontade de o engolir), mas parece que já foi há tanto tempo que ele era assim super pequenino e levezinho. Foi só há três meses, mas isto está a passar demasiado depressa. É por isso que o encho de beijos todos os dias. Não há-de faltar muito para não querer. E só a ideia já me deixa o coração em fanicos.