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Texto escrito a 25 de Janeiro:
Estes primeiros três meses são uma chatice. Uma cha-ti-ce. Não que me sinta particularmente mal (apesar dos enjoos e das pancadas de sono), mas isto de uma pessoa ter um bebé enfiado na barriga e não poder contar a ninguém, é uma chatice. Por mais que se não queira (e eu até me consigo abstrair disto com alguma facilidade), é normal que este tema se torne dominante na nossa vida. E como só meia dúzia de pessoas é que sabem, é só com essas que posso ir desabafando as minhas venturas e desventuras.
Faltam três semanas para a ecografia dos três meses. Aquela que, supostamente, me dirá se está tudo bem com a criança. Aquela que assinalará o fim do período mais crítico e perigoso. Aquela a partir da qual já poderei anunciar ao mundo que temos bebé a caminho. E, caraças, como este tempo custa a passar. Uma das minhas melhores amigas, a quem ainda não contei, está grávida de mais três semanas do que eu, por isso vou-lhe perguntando coisas, sempre discretamente. Como ela está sempre um passo à minha frente, dá para me ir orientando e saber o que me espera. Por exemplo, acabei de saber que a ecografia dos três meses, que ela fez hoje, já não é pelo pipi, como as outras anteriores (thank's God), mas directamente na barriga. Ufa!
Nunca desejei tanto que o dia dos namorados chegasse rápido. Isto de se fazerem ecografias com um mês de diferença é muito. Por mim (e apesar de odiar ir ao ginecologista) fazia uma por semana, só para garantir que está tudo bem. É que eu não sou propriamente a pessoa mais positiva do mundo, por isso estou sempre com medo que alguma coisa esteja para aqui errada. Oh vida...... falta tantoooooo!
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Texto escrito hoje, 20 de Março:
E pronto, os três meses já lá vão, já anunciei ao mundo e agora até parece que o tempo está a passar mais depressa e tudo. Metade do tempo já lá vai, isto agora é sempre a andar. Mas sim, é verdade que os três primeiros meses são chatos comó raio. Duram, e duram, e duram, e duram. E os sintomas também não são agradáveis: enjoos (de repente, andar de carro tornou-se uma tortura), sono (como se me tivessem posto uma qualquer droga na comida), ataques de acne, cabelo miserável. Agora está tudo mais atenuado: os enjoos acalmaram (apesar de todos os dias tomar o meu Nausefezinho), o sono anda assim-assim (a seguir ao almoço é particularmente duro), já não me nascem 40 borbulhas de cada vez (mas continuam a aparecer) e o cabelo parece ligeiramente melhor (mas só mesmo muiiiiiito ligeiramente).
Entretanto, estão a aparecer as dores de cabeça, as dores nas costas, as quebras de tensão (não posso estar muito tempo parada de pé que começo logo com afrontamentos), os xixis a cada quinze minutos (e o que me enerva perder tempo na casa-de-banho?), e o sono mais agitado à noite. Também se acabou aquela coisa de dormir de barriga para baixo, como fazia há 32 anos. Já não dá. Já sinto muita pressão na barriga e tenho medo de estar a amolgar o puto. Durmo de lado e já é uma sorte. A parte boa é que ainda não fui atacada pela azia. E também ainda não me deu para os ataques de choro por tudo e por nada. Nem acho que ande particularmente sensível (lá chegaremos).
No meio disto tudo irrita-me que as idas ao médico e as ecografias sejam tão espaçadas. Parece que passo a vida à espera da próxima consulta, para saber se o puto está bom. Estou a pensar patentear uma ideia espectacular: uma mini câmara ligada à barriga 24 horas por dia, tipo Baby Brother, para poder estar sempre a deitar o olho à criança. Só para ver se está bonzinho, se está a nadar, se anda aos chutos, etc e tal. E depois até lhe podia enviar missões, tipo "esta é a Voz. Neste caso, esta é a mãe. Agradeço que pares de me pressionar a bexiga. É tudo, por agora". Não era porreiro?