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O baptismo

por A Pipoca Mais Doce, em 27.03.13

Sempre que eu digo que o meu filho vai ser baptizado, não falta alguém a perguntar "mas para quê???" ou a reclamar que isso é "limitar-lhe a liberdade religiosa" e que "a escolha devia ser dele". Ora bem, quanto à pergunta "mas para quê?", a resposta é simples. Basicamente, podia ser só um "porque eu é que mando", mas como não quero que as pessoas fiquem na ignorância ou a achar-me uma pequena ditadora, eu explico melhor. Sou crente, sou católica, sou praticante (não tanto como gostaria, mas sou) e baptizar um filho é algo que me faz sentido (do mesmo modo que só concebia casar pela Igreja). Quero que ele tenha essa "benção", essa "protecção divina", esse "alguém" a olhar por ele, aquilo que lhe quiserem chamar. E quero que ele tenha os valores básicos professados pelo catolicismo. Que seja honesto, íntegro, bondoso, justo, correcto, amigo do seu amigo, caridoso, entre várias outras coisas. No fundo, quero que seja uma boa pessoa. Se acho que o baptismo lhe vai limitar, de alguma forma, as escolhas futuras? Não, não acho. Ser baptizado não será um impedimento para seguir a religião que quiser, se é que vai querer seguir alguma. E não serei eu a dizer-lhe que não pode ser judeu, budista, hindu ou islamita (eu própria tenho alguma curiosidade sobre as mais variadas religiões). O meu homem é completamente ateu e não se opõe a que a criança seja baptizada. Precisamente porque sabe que nada de mal poderá advir daí. Acho que hoje em dia está um bocadinho na moda ser anti-religião. Muitas vezes nem sequer se tenta perceber (ou, pelo menos, respeitar), fala-se mal só porque sim (diz que é cool). Pois é. Mas o puto será baptizado. E não é "pela festa", como também gostam de atirar. Não haverá festa, porque não acho que seja para isso. É uma cerimónia religiosa, íntima, para família e pouco mais. E se algum dia a criança quiser reclamar por ser baptizada... bem, cá estaremos para as devidas explicações.

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publicado às 22:57


104 comentários

De Cynthia a 28.03.2013 às 00:01

Não sou baptizada e agradeço muito aos meus pais que não o tenham feito. Sou ateia e isso seria uma contradição. Acho bom que tenham deixado ao meu critério, mas também não vou criticar quem opta por decidir pela criança, até porque em nada interfere com a minha vida e a criança não é minha. Tu és a mãe e, por muito que possa discordar, acho mesmo que não deves deixar ninguém interferir nas tuas decisões enquanto tal. O filho é teu, a escolha também. Mas isto "Que seja honesto, íntegro, bondoso, justo, correcto, amigo do seu amigo, caridoso, entre várias outras coisas. No fundo, quero que seja uma boa pessoa." não é motivo para baptizar ninguém. Tudo o resto no teu texto, compreendo e é algo que te faz sentido, muito bem. Mas ninguém precisa ser baptizado para possuir estas características. Bem como o que não falta neste mundo é gente baptizada que é o oposto de tudo isso.

De Melodie a 28.03.2013 às 08:52

Ia comentar, exactamente, esse parágrafo do texto e concordo em absoluto! :)

Quanto ao resto, também concordo! Metam-se nas vossas vidas! Parece que o Séc. XX é aquela altura em que toda a gente tem de opinar aquilo que não é opinável...

De Chicca Maria a 28.03.2013 às 08:58

Como concordo consigo.
Também não sou baptizada (graças aos meus pais) e não concordo com muitas das posições da igreja católica. E nada tem a ver se acredito ou não em Deus, porque até acredito.
A maior parte dos católicos também não concordam e até praticam o contrário daquilo que a igreja defende (uso do preservativo, o aborto, viver juntos sem haver matrimónio, concordar com o casamento homossexual). Não entendo porque é que querem e se sentem católicos se não praticam aquilo que a religião profere. Mas isso já é outra conversa.
Claro que pode ou não baptizar o seu filho, a decisão é dos pais e ninguém tem nada a ver com isso.
Mas dizer que o baptismo é condição sine qua non para ser honesto, justo, bondoso... desculpe que lhe diga, mas é um disparate.

De A Pipoca Mais Doce a 28.03.2013 às 12:00

Chicca Maria, onde é que eu escrevi que "o baptismo é condição sine qua non para ser honesto, justo, bondoso... "? Eu disse que esses são os princípios básicos do catolicismo, e cabe aos pais transmiti-los. Mas é óbvio que o baptismo, por si só, não faz com que alguém seja (ou venha a ser) imediatamente boa pessoa. É apenas um princípio orientador.

De Anónimo a 05.04.2013 às 18:59

O meu filho não é batizado e não é por isso que vou deixar de lhe incutir os bons príncipios que devem ser transversais a qualquer um, só não lhe vou impor uma Igreja ignorante, preconceituosa e castradora, porque a Igreja é dos homens mas esses principios são divinos. E eu não preciso que um homem deite água na cabeça do meu filho e diga que ele vai para o céu quando esse mesmo homem viola crincaçinhas.

De Filipa a 28.03.2013 às 10:10

Concordo com este comentário, eu também não fui batizada em criança e agradeço imenso aos meus pais por me darem a opção de escolha, visto que mais tarde eu mesmo decidi o que quis seguir.
Compreendo perfeitamente a pipoca mas apenas não concordei que se é batizado para ser boa pessoa.
O batismo, em suma, significa arrependermo-nos dos pecados anteriores e passarmos a ser um membro pertencente à igreja.

De Cristina Bessa a 08.04.2013 às 11:55

Minha cara, opção de escolha não existe, existe ter opção ou escolher...ou seja querem dizer as duas o mesmo.

Existe um acto/celebração da igreja católica que se chama Crisma ou Confirmação do Baptismo...acho que não é preciso dizer mais....

"O batismo, em suma, significa arrependermo-nos dos pecados anteriores e passarmos a ser um membro pertencente à igreja"...O baptismo significa mais que isso...os pais querem educar os filhos segunda a fé cristã, e para isso baptizam, pedem uma benção...se eles mais tarde não quiserem qual é o problema, o baptismo não deixa marcas, e se não acreditam o acto também não significou nada, foi só um senhor de branco que deitou uns pinguinhos de agua na cabeça...estatísticas?e qual o mal de estar nas estatísticas...é usado para fazer mal a alguem...please!

De Pipas a 28.03.2013 às 10:21

Comentário muito sensato (e, discordando do post, educado!).
Eu não partilho o "dar-lhes liberdade para eles escolherem" porque acredito que os pais têm o papel de decidir pelos filhos por inerência até que eles possam decidir por si próprios. Mas, ao ler o post, pensei o mesmo: não é o batismo que faz das pessoas boas pessoas. E mesmo quem não é batizado pode ser bom, justo, correto, íntegro...

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