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Eu não sabia, claro, não podia saber, mas a partir do momento em que uma pessoa descobre que está grávida a cabeça enche-se de perguntas e mais perguntas que gravitam em torno da nova temática. Umas feitas por nós, outras, a grande maioria, feita pelos outros. Então e já tem nome? E já sabes se vai ser parto natural ou cesariana? E mamar? Vais dar de mamar, certo? Já pensaram na preservação das células estaminais? Imagino que já estejas a besuntar-te em creme gordo para evitar as estrias, estás, não estás? Já te deste conta de como a tua vida vai mudar? E a escola???? A escola é MUITO importante! E o carrinho de bebé? Vai ser da Chicco ou da Bugaboo? Já te inscreveste para um curso de preparação para o parto? Estás mais gordinha, não estás?
Eeeeeehhhh! Vamos lá a ter calma com isso! Ainda uma pessoa está a tentar habituar-se ao facto de ter um puto na barriga e começa logo a ser bombardeada com 362 mil perguntas para as quais, basicamente, não tem resposta. A verdade é que só sei que nada sei. É normal. Nunca fui mãe nem sequer sou particularmente children friendly. Mas estou a aprender. E estou a ler. E tenho ouvido. E já percebi que este é um assunto que mexe com as pessoas. A malta fica louca com gravidezes. Eu acho que ainda não estou louca e também ainda não embarquei na histeria colectiva (preparem-se, a partir do momento em que anunciam que estão grávidas é obrigatório que se mostrem sempre super felizes e radiantes. Ai de vocês que sejam apanhadas com má cara!). Mas estou a gostar desta nova etapa. E a vivê-la com tranquilidade, como diria o Paulo Bento. Acho giro ir descobrindo o que se está a passar a cada dia dentro da barriga (hoje, por exemplo, é provável que a criança comece a chuchar no dedo, e daqui a uns dias começará a engolir pirulitos de líquido amniótico, não é espectacular?), gosto de ir comprando umas roupitas, gosto de pensar em como ele será e no que será. E, claro, é inevitável não pensar em coisas mais densas e mais chatas e mais negativas (afastem de mim o Google, essa enciclopédia de doenças).
Foi por tudo isto, por ter milhentas dúvidas, anseios e teorias para partilhar, que achei que fazia todo o sentido criar um baby blog. Sim, é somente deste assunto que se tratará por aqui, não se iludam. E no meu registo que, já se sabe, não é o mais fofinho nem cutxi-cutxi. Nem será por tratar temas como os bebés e a maternidade que isto se tornará um antro de "ooooohhhh-é-tudo-lindo-e-maravilhoso-na-gravidez". Não é, meus amigos, não é, mas sobre isso falaremos noutra altura. Este é um blog real de uma mãe de primeira viagem e é isso mesmo que vos prometo: um relato real e divertido (assim espero) desta grande aventura que é a gravidez. Para o bem e para o mal, prometo tratar os bois pelos nomes e contar-vos as coisas como elas são.
Porquê "A Pipoca Mais Dois"? Não, quem veio ao engano a achar que poderia tratar-se do título de um filme porno, pode ir já andando que não é disso que se trata. O nome explica-se pelo simples facto de ser eu e mais dois: o puto (a verdadeira estrela da companhia) e o meu homem, que também dará aqui a sua visão dos factos. Os pais tendem a não ter grande opinião neste assunto (e é verdade, não têm), por isso é preciso fingir e deixá-los acreditar que sim, que a sua opinião é de extrema relevância para o mundo.
Vai ser uma bonita viagem e conto com vocês e com as vossas teorias. Excepto, claro, se for para me dizerem que conhecem um bebé que nasceu com onze dedos, ou com um rabinho de porco, ou ainda a história daquela vossa prima em terceiro grau que achava que ia ter só um filho e depois saíram oito. A sério, deixem lá isso.