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Então vamos lá a ver se a gente se entende

por O Arrumadinho, em 07.04.13

Depois de ler as dezenas e dezenas de comentários furiosos de muitas pessoas que se indignaram com o meu texto comecei, confesso, a achar que teria omitido uma parte qualquer do texto que explicasse o que penso. Fui relê-lo. E não. Está lá tudo. Depois, reli muitos dos comentários e concluí aquilo que já acho há muito tempo: as pessoas não sabem ler textos, não sabem interpretar, lêem na diagonal, e depois emitem opiniões fundamentalistas, ofensivas, desagradáveis sobre uma teoria que elas próprias percepcionaram, e não sobre aquela que foi escrita.

 

Vou, por isso, explicar tudo muito bem, como se estivesse a escrever para crianças de cinco anos, usando parte do texto que escrevi anteriormente, para ver se a gente se entende.

 

Então, o meu texto começava assim: "É fundamental que os pais participem de todas as tarefas — ou de grande parte delas — na rotina diária dos filhos. Hoje em dia parece-me impensável a ideia de que a mãe é que tem de fazer tudo, e que o pai fica no sofá à espera de receber a criança alimentada e lavadinha para brincar com ela durante 10 minutos e depois voltar a enfiá-la no berço ou no ovinho". Leram bem? Perceberam a ideia? "É FUNDAMENTAL QUE OS PAIS PARTICIPEM DE TODAS AS TAREFAS NA ROTINA DIÁRIA DOS FILHOS". Boa? Foi suficientemente claro. Óptimo. Adiante.

 

Então, depois escrevi isto: "É humanamente impossível exigir aos homens que trabalhem nos seus empregos 10 ou 12 horas por dia, e que sejam eles a levantar-se às quatro da manhã quando o bebé pede para comer, e que fiquem uma hora a dar-lhe o biberão, e que sejam eles a levantar-se às sete da manhã para mudar as fraldas, e que sejam eles a fazer tudo o que diz respeito à criança, apenas porque estão em casa e estiveram muito tempo fora". Vou explicar: É impossível exigir que os homens se ocupem de TODAS AS TAREFAS quando chegam a casa do trabalho APENAS PORQUE NÃO ESTIVERAM COM A CRIANÇA DURANTE O DIA. Onde é que eu digo aqui que os homens não devem ajudar? Não devem repartir o trabalho? O que digo é que não podem ser eles a FAZER TUDO só porque não estiveram com a criança durante o dia. É só reler o início do texto. "É fundamental que os pais participem de TODAS AS TAREFAS", não podem é ser eles a trabalhar 10 ou 12 horas no escritório e depois a trabalhar as outras 10 ou 12 em casa. E o que escrevi foi: "Claro que os pais, depois, devem ajudar em muita coisa, e também têm de acordar muitas vezes à noite, e mudar fraldas e dar banhos, e fazer sopas, e ir às compras, e preparar leites, e saber vestir a criança, e brincar com ela, dar-lhe mimos, e também tem de dar algum descanso à mulher, e dar-lhe mimos, e amor". Foi suficientemente claro? Mas eu repito: AS TAREFAS DOMÉSTICAS DEVEM SER REPARTIDAS PELOS DOIS A PARTIR DO MOMENTO EM QUE O HOMEM CHEGA A CASA. Foi o que eu escrevi no primeiro texto, é o que reescrevo agora, para ver se as pessoas não lêem só as partes que lhes interessam e depois descontextualizam tudo. Reforcei, depois, no texto,  essa ideia: "O homem não pode é ser O ÚNICO RESPONSÁVEL POR TUDO O QUE DIZ RESPEITO À CRIANÇA SÓ PORQUE ESTÁ EM CASA". Perceberam? "NÃO PODE SER O ÚNICO RESPONSÁVEL". Devem ser os dois, pai e mãe, devem repartir as tarefas, como escrevi várias vezes.

 

Termino o texto anterior a dizer "É preciso equilíbrio, bom-senso, compreensão, companheirismo e muito amor entre os três".

 

Desmontando, agora, a teoria de muita gente que veio para aqui indignar-se com uma coisa que eu não escrevi, o que pergunto é: Então, qual é a vossa teoria? O homem deve trabalhar 8 ou 10 horas no seu trabalho e depois ser ele a fazer TUDO quando chega a casa? Ou as tarefas devem ser repartidas? Aposto que estão a responder "As tarefas devem ser repartidas". Ai é? Ah, engraçado, foi o que eu escrevi.

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publicado às 11:56


60 comentários

De CT a 08.04.2013 às 13:31

Eu achei o texto priceless :)
N é ofensivo de forma alguma... é apenas esclarecedor e algo irónico. Mas só poderia ser assim, n havia sequer o q esclarecer qdo o texto inicial já era mais que óbvio.

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