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As noites andavam espectaculares

por A Pipoca Mais Doce, em 08.09.14

Quer dizer, nunca foram brilhantes, temos sempre direito a ser acordados pelo menos uma vez para lhe pôr a chucha, mas houve aí umas quantas noites em que dormiu das nove às nove e quase nos ajoelhámos e agradecemos aos céus. Foi sol de pouca dura e passámos de um extremo ao outro. Uma fita desgraçada para adormecer, outra fita enorme para ficar na cama. Hoje foi uma luta de uma hora e meia para o adormecer. Quer dizer, ele adormeceu bem, no colo. Estava a dormir profundamente até o pôr na cama. Acordou de imediato e virou fera. Era ele a pôr-se de pé na cama, agarrado às grades, e eu a deitá-lo novamente. Repetimos esta brincadeira umas 30 vezes, sem exagero, mas eu estava decidida a não ceder e a não o tirar da cama. Lá adormeceu, com umas festinhas, acho que vencido pelo cansaço, mas não dou muito tempo para acordar novamente aos berros. Ainda tive de ficar no quarto uma boa meia-hora até ele estar a dormir profundamente, porque a cada tentativa que eu fazia para me escapulir lá começava eu a berrar. Sacana, como é que sem me ver ele consegue sentir a minha presença? Espectacular. O grande drama destas coisas é nunca saber se estamos a fazer o mais correcto. Eu, pelo menos, não sei. Sobretudo quando não tenho uma estratégia bem definida e que siga sempre. Há dias em que não o tiro da cama, há outros em que sim, há dias em que deixo chorar mais, há dias em que acudo ao mínimo "ai", há dias em que o trago para a minha cama, há dias em que vou com ele para o quarto de hóspedes... enfim, a verdade é que não consigo agarrar-me a uma só estratégia. Depende das noites, depende do meu estado de cansaço, depende dos nervos dele e da necessidade de mimo e de conforto. Leio os livros, ouço pessoas mais experientes, mas acabo sempre por fazer o que me parece mais sensato na altura. Há quem me diga que não posso vacilar, sob pena de estar a criar um monstro, há quem me diga que tenho de lhe dar colo e mimo sempre, para ele perceber que a mãe não fugiu, há tantas teses que eu tento escutar (quase) todas e depois descortinar a que melhor se aplica a mim e ao meu bebé. Falam-me sempre de instinto, mas eu não sei se o meu é sempre fiável. Porque quero criar um miúdo seguro e independente, mas também não lhe quero falhar sempre que ele precisar mais de colo ou de mimo. Não é para isso que servem as mães? E esse colo sempre disponível vai torná-lo mais confiante ou, pelo contrário, mais dependente? Dúvidas, dúvidas. Vou procurando o meu ponto de equilíbrio, uns dias cedendo mais aqui, noutros sendo mais intransigente ali. Gostava de ter a certeza de estar a fazer um bom trabalho, mas às vezes bate a dúvida. Olho para o Mateus e tenho a certeza que é um menino feliz e muito amado, e que isso é o que realmente importa, mas sei lá.. há sempre dúvidas. E o pior é que sei que vai ser assim para sempre.

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publicado às 23:16


50 comentários

De Maria Rocha a 09.09.2014 às 15:42

Olá Ana!

Costumo dizer que tenho muita sorte com o bebé que me calhou na rifa! O meu filho tem um ano e posso dizer que nunca nos deu uma noite má. Não fosse o caso de ele ter nascido dois meses antes do previsto e ter de o acordar de 3 em 3hrs para mamar, e ele teria dormido a noite toda desde que nasceu. Aos 3 meses como já tinha um peso aceitável a pediatra deu luz verde para saltar uma mamada a ver como reagia. O rapaz passou a dormir a noite toda. Dorme actualmente quase 12 hrs seguidas. Acorda de manhã, toma o leite e volta a dormir até ao almoço. Tem de adormecer ao nosso colo mas, tirando um dia ou outro, adormece rapidamente. E quando vou para a cama, dou-lhe beijos, pego nele para o posicinar de forma mais correcta, e ele nunca acorda. Quando adormece, adormece a sério.

Nesta história de filhos, costumo dizer que temos orientações e depois adaptamo-nos ao bebé que temos pela frente. Não há teorias infalíveis para tratar das crianças, usamos o nosso bom senso, intuição e amor, esperando estar a fazer o correcto. Até aos 6 meses do meu filho, ele só dormia durante o dia no meu colo. A minha rotina era, depois de almoçar, ficar com ele no colo a vegetar frente à televisão durante 4 hrs. Se o punha na cama dormia 15 mins e ficava impossível. Quantas vezes ouvi dizer que tinha de o desabituar, que não podia dar muito colo ou mimo porque depois não dormia de outra forma. A verdade é que dei/dou o colo e o mimo que entendo, e tento criar rotinas e hábitos paulatinamente. Nem sempre funciona, e as crianças não são todas iguais mas tentamos fazer o que achamos melhor.
Já percebemo que se lhe der muito estímulo antes de dormir e o deixar "vaguear", depois de lhe dar o leite, não adormece tão rápido. Fazemos então por o acalmar antes de lhe dar o leite e levamo-lo para o quarto ou sala, sem televisão ou ruído, e com a luz no mínimo.A meio do biberão já está quase aterrado e há alturas em que adormece a tomar o leite. Também já percebemos que as rotinas funcionam, e tentamos cumpri-las. Mas como digo, as crianças não são iguais e uma vez ou outra isto não funciona.
Contudo, sou defensora do mimo e carinho que damos aos nossos filhos. Eu sempre tive muito amor em casa, sem ser mimada em demasia, e nunca senti que isso me tivesse prejudicado enquanto adulta, pelo contrário!!!!. Até ao meu pai falecer (já com 32 anos) , ele ainda me tratava por amor e me mandava mensagens a dizer que me amava. Os filhos são para ser amados e os pais para lhe dar esse amor. Como tudo na vida há que haver equílibrio, mas como mãe, tenho a certeza que a Ana está a fazer o correcto, porque faz o melhor que sabe e que pode, e de coração.

Um beijinho,

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