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Então e do que é que mais sentes falta agora que és mãe?

por A Pipoca Mais Doce, em 18.07.14

Há uns tempos uma leitora deixou-me um comentário aqui no blog em que perguntava do que é que eu tinha mais saudades dos tempos em que não tinha um filho. Ora bem, aquilo de que eu tenho mais saudades é das tardes de domingo. Se só pudesse eleger uma coisa, era isso que escolhia. As tardes de domingo eram aquelas em que ficava em casa, de pijama, preferencialmente sem sair da cama, a ver televisão, a comer e a dormir. Eram o meu guilty pleasure. Adorava essa despreocupação semanal. Agora também posso ficar em casa, também posso não tirar o pijama, mas as sestas e o descanso acabaram-se com a maternidade. Na loucura, consigo que o Mateus durma uma hora (duas, nos dias mesmo bons), mas nunca é muito fiável. Uma hora é melhor do que nada, mas não é a tarde tooooooda, que era o que me sabia mesmo bem (então no Inverno era uma maravilha). De resto... bem, também tenho saudades de não ter rotinas, mas a isso uma pessoa habitua-se melhor e até nos torna mais organizados. Antes fazíamos o que queríamos, quando queríamos, agora há um bebé que precisa de horas para comer, para dormir, para tomar banho, etc e tal. E, apesar de até sermos bastante descontraídos (não somos daqueles pais que metem na cabeça que o bebé tem de comer SEMPRE ao meio-dia e doze ou que só pode fazer a sesta em casa, sob pena de ficar completamente desregulado), não dá para fugir muito disso. Apesar de trabalhar por conta própria, também passei a ter um horário de trabalho mais limitado. Agora, o meu dia passa-se entre as nove e as cinco, as horas a que o vamos deixar e buscar. Tenho de fazer tudo nesse espaço de tempo (como praticamente toda a gente), porque ali entre as cinco e as nove é o tempo do Mateus. Brincar com ele, dar-lhe banho, pôr o pijama, jantar, pôr a dormir. Confesso que essa quebra no meu dia acaba por mexer com o ritmo de trabalho. Muitas vezes ainda volto para o computador à noite, quando ele já dorme. Depois, claro, há as contingências normais. Já não se sai com a mesma despreocupação, é preciso saber se os avós podem ficar com ele, outras vezes não se quer pedir aos avós para não sermos abusadores, e então fazem-se escolhas. Não nos podemos queixar. temos uma rede de apoio bastante boa e que nos permite fazer muitas coisas, mas também abrimos mão de outras alegremente. Equilíbrio e bom-senso, é o que se quer. 

A vida muda, mas muda para melhor. Claro que cada caso é um caso, e nem sempre a chegada de uma criança é um processo pacífico, depende de muita coisa. Para nós tem sido, e é por isso que acho que não sinto assim muito falta de nada da vida de antigamente. É tão melhor agora. Mas se pudesse recuperar as tardes de domingo... E vocês? Se pudessem recuperar só uma coisa era o quê?

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publicado às 13:13


40 comentários

De A Pipoca Mais Doce a 21.07.2014 às 12:59

Também nunca percebi esta coisa dos meses. Sempre ouvi dizer que só se contava em meses até aos dois anos. Mas acho que isto é coisa de mãe que tem alguma dificuldade em reconhecer que já não tem um bebé em casa, então diz que o filho tem 56 meses para parecer que sim. Os miúdos crescem, nada a fazer, continuar a falar em meses depois dos dois anos é esquisito e obriga a fazer contas.

De sónia Ribeiro a 21.07.2014 às 13:27

Numa conversa com algum amigo/conhecido que me perguntem a idade da Rita não digo que tem 32 meses. Mas neste contexto achei que não era descabido dizer 32 meses. É um texto, dá para parar um bocadinho e fazer as contas (não muito difíceis) e sobretudo porque quis enfatizar o que me fazia mais falta depois de ter sido mãe há 32 meses.

E sempre ouvi dizer que são considerados bebés até fazerem 3 anos. A partir dos 3 são crianças. No entanto, não tenho dificuldade alguma em reconhecer que já não tenho um "bebé" em casa.

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