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AVENTuras da Mamã #25

por A Pipoca Mais Doce, em 09.12.13



E agora??

 

E, quase sem darmos por isso, eis que se aproxima o final da licença de maternidade. Ou, neste caso, o final da licença de paternidade, já que foi o pai a gozá-la. Infelizmente, os trabalhadores por conta própria têm poucos direitos neste país (para não dizer nenhuns), e como não pude dar-me ao luxo de parar de trabalhar durante cinco meses (não tenho quem me substitua!) e ficar sem receber nada, teve mesmo de ser o pai. Não me queixo. A ajuda do pai é imprescindível nestes primeiros meses, todos os pais deveriam poder ficar mais tempo em casa. Aliás, se isto fosse um país altamente civilizado, pai e mãe poderiam ficar a acompanhar o bebé durante largos meses. Quando estive na Suécia, há algumas semanas, explicaram-me que os pais têm direito a 480 dias, que podem ser gozados pela mãe, pelo pai, ou divididos. Os primeiros 365 dias são seguidos,  os restantes podem ser gozados até a criança perfazer sete anos. Ou seja, quando os miúdos ficam doentes ou coisa que o valha os pais não precisam de estar a fazer o choradinho no emprego. Faltam e pronto, esses dias estão contemplados e ninguém fica a olhar de lado. Outras realidades.


Como disse, tive a sorte de poder ter o meu marido em casa durante cinco meses. Trabalha numa empresa que é perfeitamente compreensiva em relação a esta questão, uma daquelas que não acham que a mãe é que tem de ficar em casa a tratar de tudo (afinal, ela é que é a mãe!) e que o pai é um mero acessório que presta assistência durante duas semanas e depois volta à sua vidinha de sempre. Sei que não é assim em todo o lado, nem sempre há esta abertura, mas é pena. Quanto a mim, gostava de não ter tido de trabalhar durante estes cinco meses. Está certo que trabalho, maioritariamente, a partir de casa e que sou eu a fazer a gestão do meu horário, mas gostava de me ter conseguido desligar completamente. Desvantagens de quem trabalha por conta própria, não se pode parar.


Mas agora o pai está quase, quase a voltar ao trabalho (chuif) e começamos a ter de pensar em soluções. Ficar eu sozinha em casa com o bebé é impossível, é igual a não conseguir fazer nada. Há muito que já passou aquela fase de comer e dormir, agora está muito tempo acordado (quase sempre!), e quer conversa, colo e brincadeira. E quando não se dá logo, temos choradeira! Está exigente, o pequeno texugo. As restantes possibilidades são pô-lo na creche, arranjar alguém que fique em casa com ele ou deixá-lo com a avó.

 

A primeira hipótese está completamente fora de hipótese, não consigo imaginar-me a deixá-lo numa creche daqui a duas semanas. Eu sei que é a realidade de muitas pessoas que não têm outro remédio, mas tenho a certeza que me iria partir o coração deixá-lo assim ainda tão bebé. Penso nisso e fico com o estômago embrulhado. Sempre pensei que gostaria de ter uma solução alternativa à escola, pelo menos até ter dois ou três anos. Mas depois disso acho importante que vá, que socialize, que perceba que há mais crianças no mundo e que não gira tudo em torno dele. A solução “empregada a tempo inteiro” anda a ser estudada. Por um lado, parece-me óptimo ter o Mateus sempre em casa, no ambiente dele, com as coisinhas dele e comigo a poder deitar-lhe um olho. Mas depois... e se é uma pessoa que não lhe liga muito? Que não o estimula? Que não lhe dá mimo? Que é bruta com ele na nossa ausência? Que descura a segurança? É uma responsabilidade enorme.

 

Posto isto, penso que nos resta a solução “avó”. A melhor, no fundo. Tenho a certeza que, depois de nós, não há neste mundo ninguém que o trate tão bem, que tenha tanta paciência e tanto prazer em estar com ele. Sei que os meus pais o amam de paixão, que contam os minutinhos para o ver e que lhe dão todo o mimo e mais algum. E isso deixa-me completamente descansada. Por isso, acho mesmo que o Mateus vai começar a passar “jornadas de trabalho” com os avós, das nove às cinco.  Gostava de conseguir organizar a minha vida de forma a ter sempre um dia por semana para ficar eu com ele. Um dia inteirinho só para lhe dar mimo, para passear, para lhe ler livros, para nos enfiarmos na cama todos quentinhos. No meio disto tudo, vamos ter muitas saudades do pai. Há cinco meses que não nos separamos e não vai ser muito fácil vê-lo sair de casa todas as manhãs e só voltar já de noite. Eu sei, é a vida, temos de trabalhar, nada a fazer, mas o tempo passa tão depressa que parece que não aproveitamos nada. Ainda ontem estava a sair da maternidade e, entretanto, já passaram cinco meses e o Mateus já está enorme, a rir que nem um perdido de cada vez que nos vê,  a dar guinchos maravilhosos. Vejo as primeiras fotos dele e parece que foram tiradas há séculos. Já tenho tantas, tantas saudades... Não há maneira de fazer com que isto passe mais devagarinho??? 

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publicado às 09:46

AVENTuras da Mamã #24

por A Pipoca Mais Doce, em 02.12.13



Um mundo almofadado

 

Uma amiga minha costuma dizer, com alguma graça, que depois de termos filhos temos vontade de almofadar o mundo, para evitar que eles se magoem. Percebo a teoria, mas estou só parcialmente de acordo. Por um lado, queremos protegê-los de TODOS os males do mundo. Não queremos que batam com a cabeça, que arranhem os joelhos, que façam uma nódoa negra, que caiam, que chorem todas as lágrimas que há para chorar. Sobretudo quando estão naquela fase em que são completamente inconsequentes e que não fazem ideia que o perigo espreita a cada canto. Mas depois, e por outro lado, também não queremos crianças mariquinhas, medrosas, incapazes de superar um desafio.  Afinal, queremos que eles sejam capazes de se desenrascar, que aprendam com os erros, que aprendam com as cabeçadas e com os joelhos esfolados, porque a infância também é isso, e andar sempre em cima deles, numa super protecção quase obsessiva, também não pode ser bom. Não é fácil chegar a um meio termo. Nisso eu acho que sou um bocadinho mais stressada do que o meu homem. Não sou stressada, sou previdente, perante alguns cenários começo logo a antever desgraças e coisas que podem dar para o torto. Ele é mais descontraído, é um facto, mas às vezes acho que também relaxa demais, muito com base naquela teoria do “se nunca aconteceu nada até hoje, também não vai acontecer”. Para já, a vida do Mateus ainda é bastante (para não dizer completamente) controlada, mas quando começar a andar e a gatinhar a conversa já é outra. E eu não quero, juro que não quero, ser uma daquelas mães que não dão espaço, sempre em cima, “olha que te entalas”, “olha que te queimas”, “olha que cais”, “olha que bates com a cabeça”. Há dias lia uma entrevista muito engraçada da Inês Castel-Branco em que, questionada precisamente sobre este assunto, dizia que deixa o filho à vontade, que se ele bater com a cabeça numa mesa uma vez já não bate a segunda, porque já aprendeu. Gostava de ver as coisas com esta despreocupação. Gostava de estar lá para o Mateus, para o proteger, mas também para lhe dar espaço para aprender sozinho. A verdade é que o perigo está mesmo onde menos se espera. É um chavão, eu sei, mas é verdade. Quando se tem um bebé em casa, até as coisas mais simples se transformam em perigos potenciais. E eu acho que devemos ter cuidados básicos (protecções nas janelas e varandas, medicamentos e detergentes fora do alcance deles, protecções nas tomadas), mas é impossível estar em cima de tudo sem nos tornarmos completamente obcecados. Teríamos, como diz a minha amiga, de almofadar o mundo (e, mesmo assim, as crianças haviam de arranjar maneira de destruir as almofadas à dentada ou coisa que o valha). Não quero estar a sofrer por antecipação, por isso acho que vou pensando neste assunto à medida que o Mateus for crescendo e tendo necessidades diferentes. O que eu queria mesmo, mesmo, mesmo, mesmo era poder tê-lo sempre ao colo, enchê-lo de beijos e não deixar que nada de mal, nunca, lhe acontecesse. Como não dá, sou obrigada a ter as preocupações dos comuns mortais. Para já, para já, as questões de segurança passam por  coisas como garantir que não passa frio (com este frio polar tenho medo que enregele), que não passa calor (com este frio polar tenho medo de o agasalhar excessivamente), que não se engasga com o leite, a sopa e as papas, que está devidamente protegido no automóvel, que vai bem preso no ovinho ou que fica bem quando o deixamos sozinho a dormir no berço. Neste último aspecto o intercomunicador da Philips Avent tem sido uma preciosa ajuda, deixa-me totalmente tranquila estar na sala ou em qualquer outro ponto da sala a controlá-lo pelo monitor e a ouvir o mínimo ruído. Às vezes dou por mim longos minutos a olhar para o monitor só a vê-lo dormir, e o homem lá tem de me relembrar que o objectivo de um intercomunicador é precisamente não termos de estar sempre em cima do miúdo. Mas é mais forte que eu, mesmo que não queira estou sempre a deitar-lhe um olhinho. Agora mesmo, enquanto escrevo este texto tenho o monitor ao lado do computador e distraio-me imenso a olhar para o Mateus. Fico embevecida, o que é que querem?

 

 

 

O intercomunicador SCD610/00 , que permite ver o bebé  a cores durante o dia e a preto e branco via infravermelhos durante a noite.

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publicado às 08:48

AVENTuras da Mamã #23

por A Pipoca Mais Doce, em 27.11.13



Come a sopa, Mati, come a sopa

 

E pronto, o dia que tanto temíamos cá por casa chegou: o Mateus iniciou-se nas sopas. Um pequeno passo para o mundo mas um grande passo para a criança. Confesso que estava muito habituada ao conforto do biberão e que, por isso mesmo, estava à espera do pior nesta mudança para as sopas, mas não, correu tudo dentro da normalidade possível para quem está a experimentar algo de novo pela primeira vez. Fui eu munida câmara e máquina fotográfica, à espera de ver sopa a voar em todas as direcções, à espera de ver o Mateus com sopa até aos olhos, à espera dos cenários mais dramáticos e... nada. A sopa era só de cenoura e batata, segundo as recomendações do pediatra, e num instante se fez. Foi atirar tudo para dentro do Easy Papa (o robot da Philips Avent que coze e tritura. Temos a Bimby, mas este robot é só para as coisas do Mateus) e, em poucos minutos, lá estava o creme pronto a servir a sua majestade. Foi muito engraçado ver a cara do Mateus, um misto de “hmmmmm, que raio vem a ser isto? Onde é que está o meu leite?” com “olha, afinal até nem é mau”. Também foi giro ver a reacção à colher, um elemento totalmente novo. Entortava os olhos para conseguir ver a colher da Philips Avent, com um coelhinho na ponta. Comeu alegremente metade da sopa, depois começou a ficar irritado com aquilo e já não quis mais. Pronto, menos mal. Pus-lhe um babete todo bonito, com o nome dele bordado, só mesmo para a foto. De futuro passamos aos babetes de plástico, porque senão não há babetes que resistam a  tanta nódoa. Daqui a uma semana o Mateus estreia-se nas papas, depois na fruta e depois vai introduzindo um legume novo na sopa a cada semana. Só mudanças na vida do pequeno texugo!

 

 

 

 

A prova do crime: o babete sujo, o copo da sopa e a colher



 

O robot Easy Papa. O nome diz tudo!



 

O conjunto de alimentação, composto por uma colher e vários copos de armazenamento de alimentos. Foi num destes que dei a sopa ao Mati. Podem ir ao frigorífico, ao congelador, ao micro-ondas e à máquina de lavar loiça.


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publicado às 09:53

AVENTuras da Mamã #22

por A Pipoca Mais Doce, em 18.11.13



Dormir: para cima, para baixo ou de lado?

 

Na história dos bebés o que não faltam são teorias sobre a melhor posição para os pôr a dormir. Ao longo dos anos, a coisa foi mudando. Já foi de barriga para baixo, já foi virados de lado, agora é de barriga para cima. Isto é especialmente complicado de explicar às avós que, ao longo dos tempos, vão assistindo a todas estas mudanças. É por isso que, de quando em vez, se saem com um “ai, isto agora é assim? No meu tempo era assado”. Pois. Mas tudo evolui, há cada vez mais estudos sobre os bebés, e é normal que as opiniões vão mudando, de forma fundamentada, tendo em conta o bem-estar da criançada. Pela parte que me toca, não arrisco. Se dizem que é para o deitar de barriga para cima, é de barriga para cima que ele fica. No curso de preparação para o parto também nos alertaram para o facto de as avós ou outras pessoas mais velhas ainda acharem que se faz de outra maneira, pelo que é necessário actualizá-las e explicar como é que é (mesmo que nos lancem um olhar magoado e respondam “criei três filhos e quatro sobrinhos e nunca aconteceu nada!”). Segundo a Sociedade Portuguesa de Pediatria, dormir de barriga para cima é a posição mais segura para o bebé , e há estudos que indicam que diminui em 70% a probabilidade de morte súbita. Supostamente, quando o bebé dorme de lado ou de barriga para baixo, inspira o mesmo ar que inspira, com menos oxigénio e que pode levar à asfixia do bebé. Há quem contra-argumente com a questão do vómito, mas se o bebé se engasgar vai tossir e manifestar-se, conseguimos ouvir e socorrê-lo. Se morrer por asfixia é uma morte silenciosa. Não vos quero, de todo, assustar com este assunto, mas acho importante falar disto. Imagino que todas as maternidades partilhem da mesma ideia  e  o transmitam às mães, mas nunca é de mais. Apesar de seguir todas as regras de segurança, confesso que é rara a noite em que, num momento ou outro, não vou espreitar o Mateus só para me assegurar de que está tudo bem. Vejo se está quentinho, se está a respirar, às vezes chego ao ponto de o abanar assim muito ao de leve, ou de lhe fazer uma festinha na cara, só para ver se reage. Paranóias de mãe, mas não há nada a fazer. Aflige-me muito a ideia de que lhe possa acontecer alguma coisa estando ele ali ao meu lado e eu sem me dar conta. Tento cumprir todas as regras de segurança (não o tapar acima dos ombros, não ter brinquedos espalhados no berço, não o aquecer demasiado), mas há sempre alguma coisa que nos pode escapar. Mas pronto, dormir é de barriga para cima. Pelo menos, até se lembrarem de uma nova tese sobre o assunto!

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publicado às 09:33

AVENTuras da Mamã #21

por A Pipoca Mais Doce, em 11.11.13



As eternas inseguranças

 

Que não me levem a mal as mães mais fundamentalistas e as mais metódicas da educação, mas isto de ter um filho é assim uma espécie de totoloto. Podem dizer-me que tem tudo a ver com os pais, com as regras que se impõem aos miúdos, que depende de cada um de nós ter um anjo ou um pequeno monstro, mas eu continuo a dizer: to-to-lo-to. Começamos logo pela criança que nos calha em sorte. Pode ser uma tranquila, uma paz de alma, uma come-e-dorme. É verdade que sim, pode ser isto tudo. Mas também é verdade que pode vir ao mundo com vontade de se desgoelar o dia inteiro, de só estar bem a chorar a alma. Depois há os meio-termo, como o meu. Nasceu um anjo encantador, depois foi-se transformando (para pior) e agora está a aprimorar (mais não seja porque está cada vez mais parecido com a sua mãezinha, benzódeus), está novamente a ficar . O totoloto continua depois diariamente (váaaarias vezes ao dia) em toda e cada decisão que tomamos. Visto-lhe um body interior para não ter frio ou será que vai ter calor? (como sou friorenta acho que ele também é) Dou-lhe o leite porque já está na hora ou é melhor esperar que peça? (geralmente espero que peça) Acordo-o para tomar banho ou vai directo para a cama sem passar pela banheira? (dificilmente o acordo ) Dou-lhe a chucha ou é melhor que aprenda a acalmar-se sozinho? (chucha! Chucha! Chucha!) Fico com ele até adormecer ou não lhe faz mal nenhum choramingar um bocadinho? (fico com ele... mas também já choramingou). Enfim. Basicamente, levamos o dia todo a pensar se isto ou se aquilo. A única coisa que me acalma, quando dou por mim a perguntar-me se estarei a fazer um bom trabalho, é que, em consciência, sei que estou a fazer o melhor que posso e sei. Sempre. Será que o melhor que eu sei é, efectivamente, o melhor para ele? Pois, isso já é mais outra dúvida. E apesar de saber que é logo desde pequenino que se começam a criar as bases para aquilo que eles virão a ser um dia, também acho que ser mãe de um bebé de poucos meses deve ser incomparavelmente mais fácil do que ser mãe de uma criança que já tem opiniões e vontades. Para já, o Mateus não passa de um grande fofinho sorridente que é vestido, alimentado e tratado sem se dar conta disso (mal sabe que tem mãos, quanto mais!), mas depois vai começar a dar palpites, a fazer perguntas, a fazer escolhas, e aí é que são elas. Aí é que a forma como os educamos é posta à prova a cada minuto. E também é aí que as dúvidas e o “estarei a fazer o mais correcto” batem mais forte. Ser mãe é um processo de tentativa-erro, uma aprendizagem constante, um trabalho que nunca acaba. Às vezes pode ser  exaustivo, mas também acredito que seja motivador. Estamos a “trabalhar” um ser para que venha a ser uma pessoa decente, estruturada, íntegra, com princípios, e isso não é nada fácil. Mas quando o objectivo é conseguido deve ser altamente compensador. Parte chata da coisa: podemos ter 34 filhos que o processo será sempre diferente. Porque cada um deles é diferente e porque nós próprias também vamos mudando. Sei que se voltar a ter um bebé é muito provável que volte a ter as mesmas dúvidas, mas é a vida. Há decisões mais importantes que outras, sei que vou falhar algumas (muitas) vezes, mas cheira-me que isto é mesmo assim.

 

E por falar em dúvidas, deixo-vos com uma. O Mateus sempre bebeu o leite à temperatura ambiente. Foi assim que lho ofereceram pela primeira vez na maternidade, e é assim que tem sido. Já o tentámos aquecer um bocadinho no aquecedor de biberões  da Philips AVENT (ao leite, não ao Mateus), mas não correu lá muito bem, bolsou-se todo. Agora que começa a ficar frio assim mais a sério, faz-me espécie que ele beba o leite assim. Ele não se queixa, despacha biberons que é uma maravilha, mas eu é que acho aquilo esquisito.


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publicado às 11:09

AVENTuras da Mamã #20

por A Pipoca Mais Doce, em 04.11.13

O peso certo

 

A palavra “percentil” é uma das mais utilizadas no dicionário das mães. Fora desse mundo, ninguém percebe nada do assunto, nem ninguém quer saber. É um tema que as mães a-d-o-r-a-m discutir entre elas e, regra geral, quanto maior o número mais felizes elas ficam. Até pode significar que têm lá em casa uma criança perto da obesidade, mas enchem a boca de orgulho para dizer “ai o seu Afonso só está no percentil 25? O meu Bruninho está no 95.” O mundo divide-se entre duas classes: a dos que não são pais e perguntam o peso dos bebés alheios só para fazer conversa e ouvirem os pais a falar sobre isso entusiasticamente durante, mais ou menos, 45 minutos; e a classe das mães, que levam o assunto mesmo a sério. Eu, sendo mãe, enquadro-me na primeira categoria. Não me interessa propriamente entrar em campeonatos para ver se o meu filho está mais crescido ou mais rechonchudo do que o filho da minha vizinha. Basicamente, só quero saber se ele se está a desenvolver bem e de forma saudável. Mas tendo um bebé que nasceu prematuro esta questão ganha toooooda uma outra importância. O Mateu nasceu com pouco mais de dois quilos e ainda não entrava na curva dos percentis. Tivemos de comprar uma balança para controlar o peso dele em casa, porque não podia descer dos dois. De dois em dois dias lá estávamos nós a pô-lo na balança para ver que tal estava a evoluir, e era uma alegria ver que estava sempre mais gordinho. Deixou de ser um bebé mínimo e super magrinho para se transformar num texugo bochechudo. Só na última consulta, a dos três meses, foi possível fazer uma aproximação ao percentil: está algures entre o 25 e o 50. Ou seja, já tem praticamente o peso normal para um bebé com o tempo dele, sem sinais de prematuridade, e engorda a olhos vistos. As minhas costas que o digam, que já se vão ressentindo das sessões diárias de colo àquela bolinha de 6 quilos. Está bem e saudável, é tudo o que interessa. Mas agora estamos naquela fase chata entre tamanhos, pouco amiga no que toca a comprar roupa. A de 0-3 meses já fica no limite, a de 3-6 ainda lhe fica a boiar. Dramas de mãe! A verdade é que olho para as primeiras fotos do Mateus e já sinto tantas, tantas, tantas saudades de ele ser assim mínimo. Claro que agora está melhor (dá vontade de o engolir), mas parece que já foi há tanto tempo que ele era assim super pequenino e levezinho. Foi só há três meses, mas isto está a passar demasiado depressa. É por isso que o encho de beijos todos os dias. Não há-de faltar muito para não querer. E só a ideia já me deixa o coração em fanicos. 

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publicado às 08:58

AveNTuras da Mamã #19

por A Pipoca Mais Doce, em 30.10.13

Chucha para que te quero

 

 A mais recente tendência do Mateus é enfiar as mãos na boca. Passa a vida naquilo. E não é enfiar só um bocadinho, assim discretamente, é mesmo a mão toda, parece que a quer engolir. Na minha inocência, perguntei ao pediatra se poderiam ser já os dentes. Está certo que teria de ser um miúdo extremamente precoce para ter dentes a nascerem aos três meses, mas nunca se sabe. Sossegou-me e disse que não, que tinha só a ver com o facto de o Mateus ter descoberto as mãos, esses elementos absolutamente estranhos e que, até à data, ele não tinha a mínima ideia que faziam parte do corpo dele. Agora já faz, daí estar sempre a lambuzá-las. A minha nova guerra é andar sempre a tirar-lhe a mão da boca e a substituí-la pela chucha. Quando ouço barulhos mais fortes já sei que é ele a chuchar na mão e lá vou eu de chucha em riste. Umas vezes resulta, outras cospe a chucha ao fim de quatro segundos e volta a entreter-se com a mão. Já lhe tentei explicar, de forma pedagógica e paciente, que as mãos não são para comer, que são algo que lhe vai dar muito jeito pela vida fora, mas ele não quer saber. E depois lá anda todo babado. Se há coisa que não falta nesta casa são chuchas. Há sempre umas quantas no berço, outras na alcofa, outras na mala dele, outras na minha mala, outras na cozinha, outras na sala, outras no muda-fraldas, outras espalhadas pelos mais variados cantos. Abre-se uma gaveta e salta de lá uma chucha. Já aqui vos tinha falado das chuchas nocturnas da AVENT, cujas argolas brilham no escuro, mas há mais oferta no que toca a este acessório tão indispensável à sobrevivência dos nossos rebentos. Por exemplo, as Standard ou as Freeflow (com orifícios de ventilação para menor irritação da pele, o que é óptimo para evitar que andem cheios de borbulhinhas). As chupetas ortodônticas sem Bisphenol A (BPA) da Philips AVENT são adequadas a todas as etapas de desenvolvimento do bebé. Para mim, a melhor parte destas chuchas é o facto de terem a tetina colapsável e simétrica, que se adapta perfeitamente aos dentes e às gengivas, garantindo o desenvolvimento natural do palato. Ou seja, é indiferente a posição em que a chucha é colocada na boca, encaixa sempre, não é preciso estar ali a ver se está para cima ou para baixo nem dizer à tia avó “olhe que está a pôr mal a chucha ao menino”. Para além disso, todas elas são em silicone, não têm sabor nem cheiro e estão livres de BPA. Eu sei que há crianças particularmente esquisitinhas com as chuchas, que só toleram determinado modelo ou determinado material. O Mateus sempre usou as da AVENT, por isso está habituado.




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publicado às 15:35

AVENTuras da Mamã #18

por A Pipoca Mais Doce, em 21.10.13

O regresso ao exercício

 



Depois de uma gravidez é normal que se leve algum tempo a voltar à forma. Há quem não tenha tempo para voltar ao ginásio, há quem não tenha dinheiro (se bem que há cada vez mais opções económicas, como correr na rua), há quem não tenha tempo nem dinheiro e há, simplesmente, quem não queira saber. Algumas mulheres sentem-se tão preenchidas com o nascimento de um filho que descuram todos os outros aspectos da sua vida. Forma física incluída. Era deste último grupo que eu não queria fazer parte. Não sabia se iria ou não ter tempo para fazer exercício, mas à medida que a gravidez ia avançando eu sabia que, assim que pudesse, ia tentar voltar à forma. Tinha medo de me desleixar, de usar a desculpa “filho” para não tentar dar cabo dos quilos a mais e de várias outras coisas menos simpáticas que a gravidez nos deixa. Já me estava a ver daqui a uns tempos a dizer que estava mais gorda por ter tido um bebé. Há 18 anos.


Quando se gosta de exercício é mais fácil. Quando se faz por obrigação - como é o meu caso - é necessário um esforço extra. Claro que se lhe vai apanhando o gosto, sobretudo se formos vendo resultados, mas nunca é o mesmo prazer. Lembro-me que a última vez que tinha feito alguma coisa foi na Corrida de São Silvestre, em Dezembro do ano passado. Durante a gravidez não fiz nada, não mexi uma palhinha. Primeiro, porque não tinha vontade nenhuma (um disparate, eu sei, pelo menos umas caminhadas fazem sempre bem). Depois, porque para aí aos quatro ou cinco meses a médica avisou-me que tinha o colo do útero curto e não me queria nem muito tempo de pé nem muito tempo a andar. Quanto mais tempo pudesse passar deitadinha, melhor para a criança. Foi música para os meus ouvidos, a desculpa perfeita para não fazer exercício nenhum. Mesmo assim, andei sempre de um lado para o outro até ao fim da gravidez.


Depois de o Mateus nascer tive de esperar dez semanas, por ter feito uma cesariana, mas aí já tinha vontade de voltar a mexer-me. Vontade, vontade não, também não exageremos, mas sentia que estava a precisar. Não estava muito contente com os quilos a mais nem com a lei da gravidade, por isso queria voltar ao ginásio e à corrida. E assim foi. Assim que a médica me deu luz verde, voltei. Sem grandes pressas nem pressões. Estou a retomar as corridas aos poucos, tenho um plano de treinos no ginásio, e lentamente a coisa vai. Como em tudo o resto, também as corridas e as idas ao ginásio são divididas. O homem vai de manhã, eu vou ao fim da tarde. Se um corre em casa, o outro fica com o Mateus. Se um vai correr para a rua, a mesma coisa. E quando queremos ir juntos a corridas, o Mateus fica com os avós/tios um bocadinho (até agora só fomos a uma, este fim-de-semana era suposto termos ido a outra, mas o Mateus estava tão birrento que optei por ficar em casa a dar-lhe mimo). Lá está, tendo apoio é muito mais fácil, sem dúvida, mas acho que também é preciso ter alguma força de vontade para se encaixar o exercício na nossa vida. É muito mais fácil ficar em casa a um domingo  à tarde, enfiada na cama, a comer chocolates e a ver televisão. Era o que me apetecia ter feito ontem, mas obriguei-me e lá fui eu para a beira rio correr 6 quilómetros. Fui contrariada, mas voltei contente por ter cumprido o meu objectivo e por ter superado os planos iniciais de correr 5 quilómetros.

 

Sou totalmente contra a pressão que se impõe às mulheres para que voltem à forma depois de terem sido mães. Acho que cada uma tem o seu timing, cada uma tem os seus objectivos. Eu sempre soube que ia querer recuperar a forma (sobretudo se ganhasse muitos quilos com a gravidez), mas isso sou eu. Percebo perfeitamente que haja quem não esteja para aí virada. Cada mãe sabe de si. Um bebé é muito absorvente, ocupa imenso tempo e atenção, nem sempre é fácil conseguir desligar ou ter vontade para o fazer.  Pessoalmente, acho que é bom para o corpo e para a nossa sanidade mental, estar ali uma hora sem pensar em nada. Volta-se com outro ânimo, com saudades boas, com as energias e a paciência repostas. Só vantagens!


Há muita coisa que se pode fazer depois da gravidez, desde ginástica pós-parto, com exercícios específicos, a corridas, natação e várias outras modalidades. É importante que confiarmem com a vossa médica se já podem voltar ao desporto e quais as actividades mais indicadas. Acho também importante fazer um teste de condição física, porque depois de tantos meses paradas convém saber o que é que o nosso corpo aguenta e em que estado estamos.


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publicado às 18:47

AVENTuras da Mamã #17

por A Pipoca Mais Doce, em 16.10.13



Tralha e mais tralha


Sair de casa para ir a qualquer lado ganhou todo um novo significado desde que o Mateus nasceu. Antes já não era muito fácil, com tudo o que tinha de enfiar dentro da minha mala: agenda, carteira, água, iogurtes, sabrinas, escova, canetas, bloco de notas, baton, pastilhas, livros, revistas, iPad e sei lá eu mais o quê. Ainda assim, um exercício fácil se comparado com aquilo que é preciso levar para  o Mateus. A malinha dele está quase sempre pronta, para facilitar o processo: fraldas, resguardos, toalhitas, mudas de roupa, bolsinha com tralhas várias (Aero-OM, remédio para as cólicas, cremes, desinfectante de mãos, chuchas e mais chuchas), sling (o truque milagroso para o calar nas horas críticas) e bolsa de documentos. Depois é preciso juntar sempre os biberões, o doseador de leite em pó (o da Avent é maravilhoso, dá para três doses) e o chá para as cólicas. Este é o “kit básico” que vai connosco cada vez que saímos de casa. Sempre que voltamos tento repor o que está em falta, porque já aconteceu pegarmos no saco, irmos à nossa vida e não repararmos que faltava uma coisa tão elementar como... fraldas. Ou toalhitas. Enfim, vivendo e aprendendo. É muita coisa, mas como o saco está sempre mais ou menos pronto até nem nos podemos queixar. Pior, pior é quando vamos passar a noite fora. Aí já é preciso levar mais tralha. Mais fraldas, mais mudas de roupa (e estará frio? Estará calor? Será que se vai sujar muitas vezes?), a toalha e os produtos de banho, os cremes e o perfume, a escova, o termómetro (nunca se sabe), os saquinhos esterilizadores para microondas, água engarrafada, latas de leite e várias outras coisas que agora não me estou a lembrar. Como é que um ser tão pequenino precisa de tanta coisa? Ah, e para já ainda dorme na alcofa quando vamos para qualquer lado, mas daqui a um ou dois meses já vai ser preciso levar o berço de viagem. Sempre que saímos para uma ou duas noites juntamos tanta coisa que parece que vamos por quinze dias. Não quero imaginar quando chegarem as férias, temo que um só carro não seja suficiente só para a tralha do miúdo. Sim, porque até lá ele há-de precisar de mais coisas. Daqui a um mês, se tudo correr bem, entramos na fase das papas e sopas, e aí a logística muda novamente. Como sempre, a Philips AVENT dá uma ajuda e facilita-nos a vida. Por exemplo, com os copos de armazenamento de alimentos,  ideais para viagem, já que a tampa em rosca garante que não há acidentes e papa espalhada por todo o lado. Para além disso, podem ir ao microondas, ao frigorífico e ao congelador, podem ser lavados na máquina, e é possível escrever neles para saber sempre o que têm dentro ou quando foi feito (só para não haver enganos). Confesso que não estou muito ansiosa por essa parte. Com o leite é fácil, esganado de fome como está sempre despacha um biberão em menos de nada, sem grande espalhafato e sem grandes desastres (bom, de vez em quando temos leite cuspido para o ar, tipo fonte, mas tudo bem). Mas com a sopa... ui, com a sopa desconfio que vai ser outra conversa. Confesso que olho para o papel de parede da minha cozinha com um misto de temor e de saudade. Estou, claramente, a aproveitar os últimos tempos,  enquanto ele está assim lindo e sem manchas. Depois... depois vai ser a desgraça!


Conjunto gourmet
O doseador de leite espectacular!




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AVENTuras da Mamã #16

por A Pipoca Mais Doce, em 07.10.13



A primeira noite fora

 

Este fim-de-semana deixámos o Mateus dormir fora pela primeira vez. Deixámo-lo ao fim da tarde com os meus sogros e no dia seguinte, logo pela fresquinha, já estávamos a recolhê-lo, mas pronto, foi um marco importante. Eu sempre disse que íamos ser um desses casais com capacidade para se desligarem dos filhos de quando em vez, que é saudável para toda a gente, que os avós adoram e eles também, mas.... mas, mas, mas, mas, mas. Devo ter pensado no miúdo para aí umas 592 mil vezes. Eu tinha a certeza que ele estava bem entregue, tinha a certeza que estava em óptimas mãos, tinha a certeza de tudo, mas... mas, mas, mas, mas, mas. Por mais que queira ser descontraída, acho que sou uma daquelas mães terríveis que acham que só elas é que sabem. Só elas é que sabem o truque para adormecer, só elas é que sabem como é que eles gostam de festinhas, só elas é que sabem trocar a fralda sem haver berreiro, só elas é que sabem dar colo, só elas é que sabem dar o leite, só elas é que sabem aliviar as cólicas, só elas é que os sabem fazer rir, etc e tal. Confesso, com tristeza, que sou uma dessas pessoas. Se o deixo é porque confio, claro que sim, mas lá no fundinho acho (tenho a certeza) que ninguém o conhece como eu. Por alguma coisa sou a mãe. Mas pronto, lá ficou e correu tudo pelo melhor. Portou-se excepcionalmente bem, não houve chatices para dormir, não houve episódios de cólicas, uma maravilha. Chatinha como sou, estava sempre a perguntar ao meu homem “será que ele está bem? O que é que estará a fazer agora? Achas que já comeu? Achas que já está a dormir? E será que sente a nossa falta? E se acorda a meio da noite, não nos vê, e desata a berrar?????”. Sim, entrei nesta espiral de delírio. Controlei-me para não estar sempre a mandar mensagens, fiquei-me pelas duas ou três (nada mau). Uma coisa é a criança ficar com a nossa mãe, aí podemos ligar 27 vezes a cada hora. Outra é ficar com a sogra. Confesso que dei por mim a pedir “liga lá aí à tua mãe a saber dele, só para não ser sempre eu a chatear”. Mas pronto, a primeira noite fora foi bem sucedida. Deixei indicações precisas à minha sogra, nomeadamente para não o deixar sair à noite, nem beber álcool, nem meter miúdas lá em casa, e foi tudo cumprido com rigor. A parte melhor disto tudo foi... dormir! Dormir nove horas seguidinhas. Às onze da noite já estávamos a roncar, que maravilha. Mas assim que acordei fui acometida de um ataque de saudades e comecei logo a contar os minutinhos que faltavam para o estrafegar. É mesmo verdade que as coisas mudam. Mudam para diferente, para melhor, mas mudam. Vai-se, mas já não se vai com o mesmo descanso, com o mesmo desprendimento. E até nos conseguimos desligar por momentos, mas só por momentos. Lá no fundinho do coração e da cabeça estamos sempre a pensar no mesmo, há sempre ali uma pequena ansiedade. Se calhar foi por ter sido a primeira vez. Se calhar para a próxima já vai ser diferente, já não vou com a mesma inquietação.  Se calhar, se calhar. Pelo sim, pelo não, vou tentar não voltar a deixá-lo com ninguém até ele ter...27 anos?

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